“As pessoas são perenes”

A Jelly é uma empresa focada na ligação entre pessoas e entre pessoas e marcas. Para Gonçalo Malho Rodrigues, managing partner desta empresa de Marketing e Comunicação, as pessoas são o mais importante e é através delas que se constroem as marcas.

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Gonçalo Malho Rodrigues, managing partner

Por que é tão fundamental esta ligação entre pessoas para um desenvolvimento de um bom trabalho digital?

Somos centrados em pessoas, porque marcas e empresas são pessoas. Quanto ao digital, é atualmente o meio utilizado para comunicarmos, amanhã poderá ser qualquer outro meio tecnológico. A única certeza com que podemos contar é sobre o que é verdadeiramente perene. E o que é perene são as pessoas.

Que serviços são mais requisitados?

Os clientes consultam-nos essencialmente para serviços de estratégia de Marketing e Comunicação para o meio digital. Prestamos uma série de serviços que se integram e complementam, como são exemplos os audiovisuais (produção de vídeo e fotografia), copywriting, design e desenvolvimento web, aplicações web e mobile e consultoria.

As marcas procuram, cada vez mais, que o seu público se identifique consigo. Quais os fatores a ter em conta quando se desenvolve um plano de marketing e de rebranding para uma marca?

Não existe uma resposta certa ou errada a esta pergunta, nem sequer única. Os fatores podem mudar em função da marca e do mercado para o qual vamos trabalhar, mas com certeza que existem alguns fatores basilares. Procuramos focar-nos sempre não tanto no que a marca faz, mas antes no que pode fazer pelas pessoas. Onde está a ligação entre a função e a sensação? Qual a cultura da marca? Recordando a afirmação de Theodore Levitt, professor de Marketing em Harvard: “As pessoas não querem comprar uma broca de 6mm, querem um furo de 6mm”. E este pensamento não termina aqui, porque o que as pessoas querem, provavelmente, não é também o furo, mas sim colocar um quadro na parede. Com estes princípios em mente, a estratégia torna-se clara e invariavelmente gera resultados.

Atualmente, o mundo digital registou um aumento de presenças online, sobretudo devido ao confinamento e à necessidade de as empresas continuarem a comunicar com os seus clientes. Acredita que este momento representou o impulso que faltava a muitos empresários para se posicionarem online?

Claramente sim, foi um despertar para muitos empresários e tem sido uma oportunidade única de aprendizagem para as pessoas e marcas se posicionarem online, porque o mundo parou e estivemos todos, em simultâneo, na “mesma página”, com as nossas vidas suspensas (os experientes e menos experientes no digital), permitindo-nos aprender e adaptar a um meio que nos ligava uns aos outros, tornando-se mais bem compreendido pelos menos experientes e mais bem trabalhado pelos experientes.

O aumento do e-commerce veio obrigar a uma melhoria dos sites já existentes?

O e-commerce em Portugal tem vivido um crescimento assinalável, que dificilmente teria alcançado a escala registada sem o efeito do confinamento. Este enquadramento trouxe uma maior consciência para a necessidade de investimento na melhoria de processos e experiência do utilizador.

Que desafios antecipa para o mercado da comunicação e marketing?

Os de sempre: aprender e adaptar à mudança com agilidade. Porque, não tenhamos dúvidas, tudo vai mudar outra vez, mas as pessoas são perenes.