“O meu trabalho baseia-se na confiança mútua”

Vítor Freitas é consultor imobiliário há cinco anos e assume-se realizado com a sua profissão, facto comprovado pelos mais de 50 prémios que já venceu – entre eles, a presença no Top 100 Internacional da Remax. Assumindo-se otimista, considera que o mercado imobiliário não sofrerá uma grande queda.

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Vítor Freitas, consultor imobiliário

Como caracterizaria a sua experiência enquanto consultor imobiliário?

São 21 anos de experiência comercial, repartida por 13 anos no setor bancário, três em seguros e cinco em imobiliário. O ponto comum é a interação com os clientes, o desafio que me impulsiona a agir e fazer o que mais gosto: fechar negócios. Como consultor, sou alguém que presta um serviço, numa profissão que me orgulha e me realiza, numa forma de estar que me preenche. É a minha identidade.

Como define a forma de trabalhar – a sua e a da Remax On?

Comparo esta atividade com alguém que está permanentemente à procura de trabalho. Tenho de estar sempre atento às possibilidades que o mercado permite, caso contrário outros ocupam esse lugar. A minha forma de trabalhar baseia-se na confiança mútua, indispensável para o sucesso neste setor. A minha responsabilidade é corresponder à expectativa do cliente, com profissionalismo, compromisso e dedicação. Esta é a filosofia da Remax On.

“Estamos on” significa estar sempre atento ao mercado, às oportunidades e às atualizações que possam surgir?

Sim. Todos os dias existem famílias que querem comprar, vender ou arrendar um imóvel. São oportunidades permanentes. O conhecimento do mercado, associado à implementação das melhores práticas, são sempre os fatores de sucesso nesta atividade. Qualquer pessoa perceciona se nós dominamos ou não o negócio. É fundamental criar a nossa Identidade enquanto consultor, pois o cliente vai optar sempre por quem apresenta melhor garantia de sucesso.

A Remax celebra 20 anos este ano. Que avaliação faz do trabalho com esta marca?

Nesta marca eu aprendi que os sonhos podem acontecer. Só depende de nós. Confesso que, na Remax, demorei mais de seis meses a assumir esta profissão. Estava habituado a um ordenado e de repente ficamos donos do nosso negócio, sem sabermos muito bem o que isso implica. O início foi muito difícil mas, à medida que os primeiros negócios aconteceram, então tudo mudou na nossa vida. E digo “nossa” porque a minha esposa (Guadalupe) também me acompanhou nesta aventura! A Remax foi a alavanca deste percurso. Confiamos no modelo de trabalho, sabemos que é a melhor empresa deste setor em Portugal e só temos de aplicar no terreno o que aprendemos.

Já foi galardoado com vários prémios, inclusivamente um que destaca a sua posição enquanto 26º consultor imobiliário mundial, entre o Top 100 Internacional da Remax. Estes prémios são um reforço positivo da sua capacidade, em simultâneo com o aumento da responsabilidade de fazer um bom trabalho?

Já ultrapassei os 50 prémios. Mais do que mostrarem do que somos capazes, eles são a nossa carta de identificação perante os clientes. Estes procuram alguém que tenha resultados e ser Top 100 num ranking como este é um orgulho, sem dúvida, mas acarreta uma enorme responsabilidade. A nossa margem de erro é menor. Por causa dos prémios, já fui três vezes aos EUA e lá pude perceber o que é ser respeitado por ser português. Os prémios mundiais à Remax Portugal somam-se todos os anos e isso deve-se aos excelentes profissionais que temos no setor e à excelente gestão dos nossos CEO, Dr. Manuel Alvarez e Dra. Beatriz Rubio.

Vítor Freitas com Adam Contos, CEO da Remax Mundial (Prémio Carreira HALL OF FAME),Las Vegas, EUA

Quais as dificuldades com que se deparou durante o período pandémico?

Primeiro fiquei em choque. Ficar parado era o melhor a fazer, depois tornei-me consciente de que estávamos perante uma nova realidade e tinha de fazer algo. Aumentar a minha formação e os meus conhecimentos foram as grandes prioridades durante este período.

Foi possível fazer negócios durante o confinamento?

Fiz alguns negócios. Numa primeira fase da pandemia, o mercado parou, os preços nem subiram nem desceram, estava tudo na expectativa, sem saber como reagir. Timidamente, o mercado começou a mexer. Ainda hoje, continuamos com pouca oferta face à procura. Acredito que, futuramente, possa haver mais oferta e que os preços possam ser mais ajustados na compra e venda. Já nos arrendamentos, aí sim, já estamos a sentir um aumento da oferta com impacto direto na descida dos preços.

O mercado de luxo foi também influenciado pela pandemia?

A pandemia afetou todo os segmentos e a grande mudança está no tempo que demora uma transação. Os negócios acontecem, mas demoram mais tempo. Cabe-nos a nós dar a volta e atrair novamente a confiança dos clientes.

A formação é um fator decisivo para o desenvolvimento dos negócios, atualmente?

Sempre. É nosso dever dominar as diversas áreas que afetam este negócio. Temos de conhecer o produto, estabelecer relações, promover o diálogo, saber os procedimentos, aplicar as melhores práticas, inovar e estar sempre atualizado. A formação, como em todas as áreas, é uma obrigação.

Como prevê a evolução do mercado e quais as suas expectativas em relação à retoma económica?

A vida ensinou-me a ser positivo. Hoje o mercado sabe que regras mudaram, a realidade não é a mesma. Há que viver com o que temos. Mesmo com a vacina para a Covid-19, a forma de trabalhar mudou. Somos um povo que está habituado a sacrifícios, mas temos sempre a esperança de que “vai tudo ficar bem”. Cabe a cada um contribuir com a sua parte. No setor imobiliário, vai haver um impacto nos preços, com ajustamentos, mas não vislumbro uma quebra tão acentuada como muitos afirmam. Confesso que estou na expectativa sobre a gestão das moratórias e a forma como muitas empresas se vão e estão a aguentar, mas quero acreditar na boa gestão dos nossos governantes.

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