Em 2023, 19% das empresas portuguesas sofreram incumprimentos significativos, de acordo com a vaga de outono do Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform. Este resultado representa uma melhoria de dois pontos percentuais em relação aos níveis de impacto de há um ano. 89% das empresas detetam uma deterioração dos níveis de solvência ou liquidez dos seus clientes.
Como principal causa da deterioração do risco de crédito e da capacidade de pagamento da sua carteira comercial, o tecido produtivo aponta o aumento da inflação (referido por 70% das empresas), seguido do aumento dos custos financeiros (58%), da evolução dos custos energéticos (42%), das tensões geopolíticas (23%) e dos problemas da cadeia de fornecimento (19%).
A percentagem de empresas que menciona os efeitos dos custos financeiros na solvência e liquidez dos seus clientes aumentou 50 pontos face aos níveis de há um ano, em linha com o progressivo aperto da política monetária. De facto, 73% das empresas esperam que a subida das taxas de juro afete a sua própria capacidade de acesso a financiamento e 25% do tecido empresarial espera que o impacto seja elevado.
Até ao final de 2023, a maioria das empresas espera um crescimento tanto do volume de negócios (57%), como dos lucros (48%), bem acima das empresas que esperam quedas nos dois indicadores: 19% e 25%, respetivamente.