Como entrou a Astrologia na sua vida e como percebeu que queria segui-la, enquanto profissão?
Creio que a Astrologia sempre esteve na minha vida. Acredito que foi ela que me encontrou. Desde pequenina que tinha o vício de falar com as estrelas. Adorava falar com o Sol, com a Lua, eram os meus amigos… Isto explica-se porque, apesar de vir de uma família de classe média-alta, existia muita repressão na minha família.
Muitos maus-tratos e isolamento. Eu habituei-me a que os meus amiguinhos fossem o céu e as estrelas. A partir dos 20 anos, após um gravíssimo acidente, comecei a questionar muita coisa da minha vida. Coisas que me aconteciam no dia a dia e para as quais não havia explicação. Até que, depois de procurar respostas em muitas
áreas, encontrei-as na Astrologia, uma área para onde nunca tinha pensado dirigir-me, devido à minha racionalidade. Cruzei-me, porém, com uma astróloga que me ofereceu trabalho em part-time, mas antes quis ler a minha carta astrológica. Disse-me que eu viria a tornar-me astróloga. Ofereceu-me um livro, que eu estava
reticente em ler, mas quando li, foi como se já conhecesse todos os símbolos, sinais…fui ter com ela no dia a seguir e comecei a trabalhar com ela. A partir daí nunca mais parei, até hoje. Acabei por ir estudar para o Brasil, especializei-me em várias áreas e, quando voltei, continuei a estudar, mas fi-lo com a ajuda de uma outra astróloga, muito conhecida também. Infelizmente, percebi que esta profissional me estava a ensinar mal. Não gostei de me sentir enganada e decidi criar uma associação para que ninguém mais tivesse de lidar com falta de
informação e com sabotagens por parte de outros profissionais da Astrologia. Foi a semente que lançou a Associação Portuguesa de Astrologia (ASPAS).
Quais os principais objetivos da ASPAS, aquando da sua criação?
A ASPAS tem 12 anos. Há cerca de 20 anos, quando comecei a estudar Astrologia, esta era uma área onde era muito duro trabalhar. Não era possível ser profissional da área, tínhamos de ter outros trabalhos. As pessoas iam às consultas em segredo, porque a Astrologia tinha sido confundida com bruxaria, ao longo do tempo.
Estávamos associados aos tarólogos, aos cartomantes, aos quiromantes e a Astrologia não é nada disso. Assim, um dos principais objetivos da criação da associação foi criar um código de ética e Deontologia Profissional com
os seus estatutos, para que “astrólogo” fosse uma profissão legítima e reconhecida tal como temos nas Finanças. Hoje, isso acontece. Um astrólogo só trabalha com o mapa astrológico e a Astrologia é uma ciência estatística, porque estuda comportamentos cíclicos, baseados nos movimentos dos astros. Além disso, a ASPAS pretendia unir a classe, retirando pessoas do “estrelato” e permitir àqueles que ainda não eram reconhecidos poderem crescer profissionalmente. Dado este conceito de igualdade, esta é a única associação da área que aceita para além de sócios profissionais os estudantes, para dar oportunidade a todos de aceder aos conteúdos formativos, de pesquisa e investigação. A FACES, parceira da ASPAS, é acreditada internacionalmente e nacionalmente
e todos os cursos que leciono são certificados pela DGERT, sendo a certificação acessível aos sócios efetivos da ASPAS. A formação é fundamental e é importante incutir isso a quem chega à Astrologia. É uma profissão e, como todas as profissões, quem a pratica tem de ser formado na área.
Como se define, exatamente, a Astrologia?
A Astrologia é um estudo dos hemisférios, de estações, dos movimentos das estrelas fixas e dos corpos celestes, num estudo de correlação. Ao contrário da Astronomia, a Astrologia estuda comportamentos cíclicos, através de cálculos que se realizam em graus – horas, minutos e segundos. A Astrologia trabalha com o mapa astrológico, que consegue mostrar exatamente a posição dos planetas e das estrelas fixas no momento do nascimento de uma pessoa, por exemplo, e, com isso, prever o que aconteceu antes e o que acontecerá depois do seu
nascimento e, claro, no momento. A Astrologia é o relógio do tempo.
Virão novidades para breve?
Estou a escrever um livro, extenso, baseado no método que eu criei – a técnica da memória da gestação. Além do livro, teremos o novo congresso, em 2025. Será realizado nos dias 9, 10 e 11 de maio em Gaia e reúne os melhores astrólogos do mundo. A ASPAS vai também realizar workshops mensais, com os seus sócios e com convidados especiais, no próximo ano. Os projetos para o ano serão variados: vou alargar o leque de formadores na minha escola e estou a preparar muita investigação e pesquisa, além da ativação do meu canal no Youtube, para cada vez mais descodificar a linguagem astrológica.