Como nasceu o seu interesse pela cozinha?
O meu interesse pela cozinha nasceu de uma combinação de fatores que, ao longo do tempo, se transformaram numa paixão profunda. Foi desde 2006 que esse amor foi crescendo de forma autodidata. Comecei como
foodblogger, à posteriori vieram os showcookings, workshops e a rubrica de culinária para a RTP Açores. E essa paixão propagou-se de uma forma muito natural. Com o passar dos anos, a minha caminhada no universo da
gastronomia tomou outro rumo. Transformou-se numa busca constante por conhecimento, inovação e desenvolvi o meu próprio estilo culinário. Fiz o Curso de Cozinha durante dois anos, onde adquiri mais competências e
conhecimentos necessários para o sucesso de hoje. Percebi que a cozinha não é apenas um lugar para preparar alimentos, mas sim um espaço de criatividade, inovação e conexão humana. Além disso, a culinária tornou-se
uma forma de expressão pessoal. Cozinhar é uma arte que permite que eu mostre quem eu sou e partilhe um pedaço da minha história com os outros. A satisfação de ver as pessoas a desfrutar de uma refeição que
preparei é incomparável e reforça a minha paixão pela cozinha a cada dia.
Como foi o seu percurso até chegar a esta nomeação?
Foi uma viagem cheia de descobertas, desafios e crescimento pessoal. Como referi, em 2006, era apenas foodblogger. Tinha um blog onde partilhava as minhas criações com outras pessoas. Entretanto fui ganhando mais experiência e confiança. O feedback que recebia das pessoas motivou-me a expandir os meus horizontes e, em 2017, decidi dar um passo importante – lançar a versão de chef pessoal. Esta evolução foi, de facto, natural. Sentia que tinha atingido um ponto em que poderia oferecer experiências personalizadas e exclusivas. Como autodidata, sempre valorizei a liberdade de criar e adaptar receitas de acordo com os gostos e preferências individuais, e tornar-me uma chef pessoal permitiu-me fazer exatamente isso. Hoje, sinto-me realizada ao ver o quanto cresci e evolui. Ter sido nomeada pelo Prémio Cinco Estrelas foi o culminar de todo este percurso.
Quais foram os momentos que mais a marcaram na sua carreira?
Um dos momentos mais especiais foi, sem dúvida, a minha formação do curso de cozinha. Foi um marco importante, pois representou a concretização de um sonho e o reconhecimento do meu esforço e dedicação à arte culinária. Além disso, cada jantar que preparo é um momento marcante por si só. Ver a satisfação e a alegria nos rostos dos meus clientes ao saborear os pratos que criei é uma recompensa imensurável.
Que marcas tem a cozinha açoriana?
A cozinha açoriana é rica e diversificada e reflete a herança cultural e as tradições das ilhas açorianas. A cozinha açoriana é marcada por uma combinação única de influências atlânticas, portuguesas e internacionais, que resulta em pratos autênticos e saborosos. Algumas das características da culinária açoriana que nos distinguem e pelos quais somos conhecidos são os produtos frescos e locais – somos conhecidos por termos produtos frescos e de alta qualidade; pratos tradicionais – temos uma variedade de pratos tradicionais que refletem a cultura e a
história das ilhas; os doces regionais – são uma parte importante da culinária local; a influência do Atlântico – a localização dos Açores no meio do Atlântico significa que a cozinha é fortemente influenciada pelo mar;
simplicidade e sabor – a cozinha açoriana valoriza a simplicidade e o uso de ingredientes naturais para realçar os sabores autênticos dos alimentos onde as técnicas de preparação são muitas vezes simples, mas eficazes em criar pratos ricos e saborosos; produtos únicos – além dos laticínios e carnes, os Açores produzem chá e ananás de alta qualidade. A combinação destas marcas faz da cozinha açoriana uma experiência única e deliciosa, que continua a atrair apreciadores de gastronomia de todo o mundo.