Cerca de 45% da população mundial tem problemas para dormir. O que leva a que isso aconteça?
O atual estilo de vida é um fator primordial. Ficamos por longos períodos do dia conectados, e esta excessiva exposição à luz artificial próximo ao horário de dormir causa um impacto negativo na libertação da melatonina, principal hormona indutora do sono, justificando uma maior dificuldade para iniciar e manter um sono de qualidade.
Como pode alguém perceber se o seu sono é de qualidade?
Se a pessoa dorme uma média de sete a oito horas, mas acorda sempre cansada ou sente muito sono ao longo do dia, é importante avaliar a qualidade desse sono. Sintomas como ronco excessivo, dor de cabeça ao acordar, engasgos ou sensação de sufocamento ao longo da noite também são sinais importantes de possíveis doenças relacionadas com o sono, como por exemplo a apneia obstrutiva do sono.
Qual o impacto que más noites de sono, regulares, têm no organismo?
As pessoas que dormem menos de seis horas ou têm um sono muito fragmentado, acordam, geralmente, cansadas, irritadas, e apresentam ao longo do dia um déficit da atenção, comprometimento da memória e um risco de aumento de ter um transtorno da ansiedade e depressivo.
Hábitos simples que melhoram a qualidade do sono:
Exposição a luz solar assim que acordar; Atividade física regular; Evitar o consumo
de cafeína ou estimulantes, pelo menos seis horas antes de dormir; Fazer do quarto
um ambiente tranquilo, sem ruídos, e sem luminosidade; Refeições leves no jantar.
Se, mesmo adotando estes hábitos, não consegue ter um sono de qualidade, é muito importante que procure ajuda médica!
O trabalho obriga, muitas vezes, a fazer “horas extras”, que são retiradas às horas de sono. Por outro lado, há também quem trabalhe por turnos e tenha que adaptar o organismo a este sistema. Estas duas situações terão, a longo prazo, impacto na saúde do indivíduo?

Sim, a privação crónica do sono, comum nesta situação, compromete o ciclo circadiano da pessoa e aumenta o risco do surgimento de uma série de doenças no sistema gástrico, doenças cardiovasculares, doenças metabólicas,
obesidade, dificuldades para dormir, redução da imunidade, risco aumentado de acidentes no trânsito e no trabalho.
Atualmente, as campanhas que alertam para a importância do sono estão a intensificar-se. Nota esse reconhecimento do tema por parte de quem a procura?
Sem dúvidas. Podemos considerar este tema como um problema de saúde pública. As doenças relacionadas ao sono provocam graves consequências, não só para quem sofre, mas também para toda a sociedade, implicando uma sobrecarga no sistema de saúde e aumento do risco de acidentes viários e no local de trabalho. As campanhas são muito importantes, no intuito de sensibilizar as pessoas, profissionais de saúde e empresas sobre a importância do sono.