“A Prime Land surgiu para ajudar as vendas da Inovacil”, começa por explicar Vítor Augusto. “A Inovacil sempre foi uma empresa que construiu para vender. Neste momento, constrói para donos de obra, sobretudo, e a Prime Land surgiu para complementar este trabalho”. Frederico Ferreira reforça: “O objetivo é aproveitar os clientes, quase de uma maneira circular. A Prime Land aproveita os clientes que chegam através da Inovacil, que querem construir uma moradia e procuram um terreno, por exemplo. O contrário também se verifica – clientes que procuram uma solução de habitação junto da Prime Land e acabam por construir um imóvel à sua medida”.
A Prime Land apostou no segmento médio/alto do mercado, trabalhando em particular a região a oriente de Lisboa – Sacavém, Parque das Nações, S. João da Talha e Santa Iria da Azóia – e parece ter sido uma decisão acertada: “Acredito que, atualmente, os clientes se dividam entre classe alta e classe baixa – a classe média desapareceu. Na classe baixa enquadram-se aqueles que precisam de pedir empréstimos ao Banco para avançar para a compra de uma habitação e no segmento médio/alto estão todos aqueles que têm capitais próprios e que facilmente adquirem um imóvel – seja moradia ou aparamento – a pronto pagamento”, explica Frederico Ferreira. Mesmo na construção, a experiência da Inovacil é semelhante: “Não sei como, mas a verdade é que, semanalmente, a empresa recebe entre oito a 10 pedidos de orçamento para a construção de uma moradia e a construção está muito cara, atualmente, devido ao preço da mão de obra e dos materiais. Todavia, o interesse por moradias voltou e há muita gente a querer construir a sua casa”, diz Vítor Augusto.

A pandemia influenciou, de certa forma, o mercado e a localização dos imóveis tornou-se – ainda mais – o fator primordial para definir o seu preço: “As pessoas procuraram espaços exteriores privados – daí a aposta em moradias, com jardins. Por isso, muita gente que tinha um apartamento relativamente bem situado, no centro urbano, resolveu vendê-lo e, pelo mesmo preço ou ligeiramente mais, conseguiu adquirir uma moradia, numa localização mais suburbana e afastada do centro da cidade. Todavia, isso deixou de ser um problema, dado que muitas profissões podem agora ser desenvolvidas à distância e os próprios serviços – comércio, saúde, entre outros – se deslocalizaram, também eles, para servir esta população que sai das cidades”, analisa Frederico Ferreira.
Além de ter afetado a dinâmica de mercado, a pandemia e o confinamento provocaram também alterações na forma de trabalhar das empresas. No caso da construção civil, Vítor Augusto recorda que, durante o primeiro confinamento, a Inovacil parou: “Parámos de trabalhar, mas percebemos que mais ninguém do setor o tinha feito, por isso regressámos ao trabalho, com cuidados redobrados e fazendo cumprir todas as regras de segurança”. No caso da atividade de compra e venda de imóveis, o segundo confinamento definiu, por Lei, a obrigatoriedade do fecho da atividade, como lembra Frederico Ferreira: “Isso foi particularmente difícil para os consultores. Alguns ainda tiveram acesso a alguns apoios, mas outros não. Houve quem conseguisse ir subsistindo, graças a vendas anteriormente executadas, mas a Prime Land, enquanto empresa, sobreviveu graças à mudança de pensamento – organizámo-nos, adaptámo-nos e fomos muito rápidos a reagir no que respeita à comunicação com os clientes, dizendo-lhes que continuávamos presentes, para qualquer questão necessária”.
Todavia, essas mudanças podem ter sido a evolução necessária para um futuro promissor: “Acredito que a pandemia veio ajudar a mudar o mindset do setor e a afastar os maus profissionais – quem ficou pensa diferente, de uma forma mais humana e profissional”, conclui Frederico Ferreira.