É advogada há mais de 10 anos. Esta foi sempre a carreira que quis seguir? Passado este tempo, que balanço faz da sua atividade?
Sempre quis escolher a área do Direito, mas o gosto pela Advocacia desenvolveu-se com a realização do estágio no meu atual escritório (YBOM Advogados) onde cresci profissionalmente, acompanhando de perto os sócios fundadores Manuel Oehen Mendes e Rui Duarte Morais e estabeleci a minha carreira enquanto advogada, hoje sócia e gestora do escritório.
É advogada especialista em Direito Fiscal. Nesta área, já são muitas as mulheres a advogar? O que a fascinou nesta área?
Eu diria que o papel da mulher na Advocacia tem-se tornado cada vez mais relevante (fruto, também, do maior número de licenciadas em Direito), o que se reflete nas várias áreas jurídicas, incluindo no Direito Fiscal. Não temos, ainda, muitas especialistas reconhecidas pela Ordem dos Advogados, mas há cada vez mais profissionais a especializarem-se nesta matéria. Durante a licenciatura tive oportunidade de trabalhar na área da contabilidade e da fiscalidade, tendo tido, posteriormente, a “sorte” de, enquanto advogada estagiária, aprender e trabalhar com um dos maiores especialistas em Direito Fiscal, o Prof. Doutor Rui Duarte Morais. É uma área tecnicamente
complexa, repleta de desafios e que abrange problemas práticos interessantes e, muitas vezes, transversais aos vários ramos de Direito e até a outras áreas como a Fiscalidade, Contabilidade e Gestão. Fascinam-me os
desafios crescentes deste ramo de Direito, decorrentes da complexa relação que se estabelece entre o sujeito passivo e a Autoridade Tributária.
Que considerações tece ao facto de a mulher estar atualmente em maior número, face aos colegas homens, no exercício da Advocacia?
As profissões relacionadas com o Direito são cada vez mais ocupadas por mulheres, que têm vindo a desempenhar cargos e posições de topo (por exemplo, parte dos nossos Tribunais Superiores são já presididos por mulheres e na Advocacia temos uma Bastonária). Creio que, na Advocacia, as mulheres se têm vindo também a afirmar pelo trabalho, ambição e dedicação revelados. No entanto, há, ainda, alguns desafios e limitações a superar para assegurar a igualdade de oportunidades (por exemplo, nas sociedades de advogados). Não obstante, não tenho dúvidas de que o caminho, também nesta profissão, será trilhado, de forma cada vez mais preponderante, por mulheres que, pela sua competência técnica, habilidade prática e dedicação, poderão contribuir para o crescimento e dignificação desta profissão.
Que avaliação faz da possibilidade que as advogadas têm de construir a sua carreira, tal como os colegas homens? Considera que ainda se encontram obstáculos diferentes?
Não tenho dúvidas que as mulheres têm as ferramentas e capacidades necessárias para exercer a Advocacia de modo pleno e dignificante. Afirmo isto enquanto mulher, mãe, filha, cidadã, que consegue articular as suas
obrigações familiares e sociais com o exercício da Advocacia (e, também, da docência universitária). Construí o meu caminho com esforço, dedicação e empenho, crescendo profissionalmente enquanto advogada e assumindo
atualmente a gestão de uma sociedade de advogados e creio que qualquer advogada tem o espaço necessário para atingir os seus objetivos e desenvolver a sua carreira nesta área.
O que diria a alguém que está agora a iniciar a sua carreira profissional, e com muita vontade de ter sucesso e crescer profissionalmente?
Dedicação, curiosidade, perspicácia, ambição, respeito e bom senso… são, na minha opinião, os atributos principais para lograr um caminho de sucesso na Advocacia. A “sorte” também se constrói e devemos ser nós a procurar e construir o nosso próprio sucesso.
[…] de Maio, 2024 Sem categoria “As mulheres têm capacidade para exercer Advocacia de modo pleno e dignificante” Share: YBOM Author Older Post <strong>APOIOS PT2030 REGISTO […]
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