Qual o vosso papel junto das organizações vossas clientes?
Humanizar é um verbo que integra o Adn da My Change, sem dúvida! Somos uma organização que nasceu com o propósito de transformar a vida das pessoas, equipas e organizações, a partir da mudança comportamental. Acreditamos que cada pessoa é uma peça-chave dentro de uma organização e que as suas expectativas, motivações, crenças e ambições impactam todo o sistema onde está integrada. Apostar no seu desenvolvimento quer individual, quer coletivo é garantir um maior desempenho e alcance de resultados. Diria
que o nosso papel junto dos nossos clientes é garantir que todo o caminho que percorrem contém nele a estratégia que pretendem adotar, devidamente comunicada e partilhada, e as pessoas que vão envolver.
Qualquer mudança é disruptiva, dependendo também do contexto em que ocorre. Em momentos assim, o que é mais importante salvaguardar?
Penso que toda a mudança é disruptiva, pois faz com que tenhamos que sair da nossa zona de conforto. E isso traz consigo expectativas e resistências. De acordo com o nosso Modelo de Gestão da Mudança, que é uma ferramenta que nos acompanha em todas as nossas intervenções, há três grandes etapas: Descongelar, Mudar e Consolidar. Foco-me agora na primeira: para que a mudança aconteça e seja eficiente, é muito importante que os líderes da
organização saibam para onde querem ir e quais as mudanças que têm que realizar para alcançar o que pretendem. Depois, envolver as pessoas identificando o que as preocupa e inibe de mudar, compreendendo e respondendo ao que precisam para que estas se tornem ativas e facilitadoras da mudança a implementar.

Como é possível operar alterações dentro das empresas, mantendo a identidade das mesmas intacta?
A identidade de uma empresa é algo que se transforma. Da identidade fazem parte a Visão, a Missão, os Valores e, aliada a estes três drivers estratégicos, a Proposta de Valor. Todas as organizações vão vivendo diferentes ciclos. Os seus serviços e produtos vão-se expandindo, recriando e adaptando às necessidades do mercado. As suas pessoas também vão mudando e isso tem influência no trabalho que fazem. As geografias onde estão presentes também se vão alterando. Veja-se o que aconteceu com tantas empresas neste período pós-pandémico, que redesenharam a sua estratégia.
Quais os principais desafios que as organizações enfrentam no seu dia a dia organizacional que importa realçar?
Há imensos, mas destaco três que se têm revelado muito presentes no contexto atual: os líderes têm que estar mais conscientes do seu poder enquanto tradutores da Estratégia da organização. São muitas vezes consumidos pelo trabalho operacional, o que os impede de aproveitar todas as oportunidades que lhes surgem para clarificar o Propósito e a Cultura
desejada; assistimos a equipas onde não existe a complementaridade de Perfis e Visões e onde não há consciência sobre a Missão individual e coletiva; a comunicação é o maior desafio do mundo organizacional. Em muitas empresas a comunicação é inexistente ou pouco clara e precisa.
Em que consiste e quais as vantagens da aplicação do vosso modelo de 12 passos para uma mudança positiva nas organizações?
O Modelo conta com três fases. Dentro da fase 1, em descongelar, identificamos a mudança, realçamos os seus contornos e criamos um ambiente facilitador para a mesma. Por fim, ainda dentro desta fase, preparamos a mudança trabalhando sobre a cultura, as crenças e as resistências que são mais relevantes. Na fase 2, relativa ao mudar, envolve-se e capacita-se
a organização. As mudanças mais bem-sucedidas são aquelas em que houve o cuidado de comunicar e de desenvolver as competências necessárias nos seus atores. O segundo ponto desta fase é implementar a mudança, consolidando os ganhos e mantendo a mesma em movimento. A última fase, consolidar, é a que acaba por sustentar a mudança, ancorando a nova cultura como forma de estar.
Todo o vosso trabalho é desenvolvido tendo como foco principal as pessoas. Estas são já tidas como o principal elemento a considerar dentro das organizações?
As pessoas são o bem mais precioso das organizações. E é na valorização e aposta no seu
desenvolvimento, respeitando toda a sua individualidade, que penso que está o segredo para
a sua felicidade e bem-estar no trabalho. Podemos ter a clara e completa noção dos resultados que queremos atingir, mas se não tivermos uma cultura forte, com pessoas motivadas e alinhadas, não será fácil. Penso que a maioria das organizações tem feito
um caminho positivo, com muitas mudanças e adaptações, para colocar as pessoas no centro da sua atuação.

Quais os desafios que a mobilidade no trabalho veio criar às organizações?
As transformações foram grandes e há vários desafios que se geraram: o recrutamento e seleção, bem como a liderança de equipas à distância e a sua gestão de desempenho; a gestão emocional dos colaboradores, uma vez que o desgaste e as exigências têm sido enormes; o reforço do engagement, a retenção e a motivação, assegurando o bem-estar de todos; a automatização de processos, os canais de comunicação transversais para aceder à
informação e ferramentas necessárias; a capacitação online e a necessidade de apostar nas soft skills.
Para 2022, que objetivos definiu a My Change como sendo os seus próprios momentos de mudança e crescimento e que possa dar a conhecer?
Posso revelar quatro drivers que irão fazer parte do nosso foco e aposta: queremos estar presentes em diferentes geografias, reforçando o nosso posicionamento no mercado internacional; vamos manter um regime de trabalho flexível; queremos ser cada vez mais inovadores e distintivos na área da Gestão da Mudança; e recorreremos a ferramentas e
metodologias cada vez mais digitais e eficazes.