Cibersegurança na Europa: uma área em constante atualização

A ENISA – Agência da União Europeia para a Cibersegurança – trabalha diariamente para reforçar a segurança europeia na área da cibersegurança, e emite recomendações que devem ser aplicadas, em conformidade, por todos os Estados-membros, para assegurar um equilíbrio de proteção na comunidade europeia. A porta-voz desta instituição, Laura Heuvinck, explica os fundamentos e objetivos do trabalho da ENISA junto da população europeia.

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Qual é a estratégia da ENISA para alcançar um nível comum de cibersegurança na UE?

A estratégia da Agência da UE para a Cibersegurança (ENISA) é moldada em torno da evolução do panorama das ameaças à cibersegurança e das prioridades definidas pelo seu Conselho de Administração. A atual geopolítica internacional exige uma implementação atempada da legislação da UE no domínio da cibersegurança. Para atingir este objetivo, a ENISA emite recomendações e orientações, tais como as seis recomendações políticas contidas no relatório «Estado da cibersegurança na União», que detalha o nível de maturidade da cibersegurança nos Estados-Membros (EM).
A ENISA colabora com todos os EM e com as partes interessadas dos setores público e privado cujo papel é fundamental para tornar a Europa mais resiliente no ciberespaço e melhor preparada para ajudar a prevenir ou mitigar as ameaças cibernéticas na UE.

Quais são os principais desafios para alcançar este objetivo?

A natureza mutável do panorama das ameaças exige muita flexibilidade na nossa abordagem. As inovações técnicas e a geopolítica contribuem para a complexidade dos desafios de cibersegurança que enfrentamos e, por isso,
precisamos de reavaliar permanentemente a nossa resposta. Logicamente, isto afeta a diversidade e o âmbito do quadro jurídico, bem como a gama de conhecimentos e capacidades nos Estados-Membros e os recursos disponíveis.

Quais são os projetos mais importantes em que a ENISA está atualmente a trabalhar?

Os principais projetos da ENISA incluem:
· Apoio aos Estados-Membros na implementação da Diretiva NIS2, a principal lei de cibersegurança à escala da UE, para garantir o reforço da resiliência cibernética das infraestruturas críticas da UE, tais como energia, transportes,
saúde, telecomunicações e finanças;

· Gestão da Reserva de Cibersegurança da UE, que apoia os Estados-Membros com serviços de resposta a incidentes prestados por fornecedores de segurança geridos de confiança;

· Manutenção da Base de Dados de Vulnerabilidades da UE e desenvolvimento de uma Plataforma Única de Notificação de incidentes e vulnerabilidades;

· Desenvolvimento de uma consciência situacional comum e eficaz através de mecanismos cooperativos para integrar o intercâmbio de informações entre todos os intervenientes operacionais na UE;

· Implementação da Lei de Resiliência Cibernética: os fabricantes aplicam requisitos de cibersegurança aos produtos com elementos digitais para acederem ao mercado da UE.

Como podem os cidadãos da UE compreender os riscos digitais e permanecer seguros online?

Os cidadãos da UE podem tomar medidas simples para proteger os seus dispositivos contra ameaças cibernéticas e informações pessoais ao navegar no mundo digital. Seguir orientações básicas pode reduzir significativamente os
riscos, mantendo os dados pessoais e as atividades online seguros, como realizar atualizações regulares de software e ativar a autenticação multifator (MFA).
Em alternativa, os cidadãos podem recorrer às suas autoridades nacionais de cibersegurança para obter orientação na sua língua nativa.

O que podem fazer para se manterem a par dos desenvolvimentos em matéria de cibersegurança na Europa?

Acompanhe e participe nas atividades do Mês Europeu da Cibersegurança (ECSM)! O ECSM promove a cibersegurança entre os cidadãos e as organizações da UE. Os Estados-Membros da UE, bem como as organizações
públicas e privadas de toda a Europa, são todos intervenientes na campanha, que visa chegar ao maior número possível de cidadãos de todas as faixas etárias. A ENISA apoia os Estados-Membros nesta iniciativa, a fim de sensibi￾lizar para a cibersegurança em toda a Europa.