Como Reorganizar as Finanças e Começar a Poupar?

Com o aumento da inflação não será esta a melhor altura para rever o orçamento? O que pode fazer para poupar?

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Em pleno 2022 a inflação não mostra sinais de abrandamento. Em Janeiro, o então ministro das Finanças João Leitão, previa que o poder de compra dos portugueses poderia sofrer um corte, “A taxa de inflação está mais alta do que o esperado […]temos de nos manter atentos e vigilantes e acompanhar a sua evolução porque sabemos também que afeta a vida da população”, algo referenciado anteriormente na Valor Magazine.

Como Portugal acompanhou os restantes países da União Europeia no que toca à inflação, é fácil de perceber que os preços dos bens comuns também vão aumentar. Isto porque as empresas não conseguem abdicar das suas margens de lucro, o que leva a um aumento dos preços mesmo nas despesas que são essenciais.

Por isso, talvez seja a hora certa de olhar para as suas próprias finanças, perceber como tirar mais partido do seu orçamento e pensar em ganhar alguma almofada financeira.

Controlar o Orçamento Mensal

Quanto lhe sobra depois de pagar todas as despesas essenciais?

No seu orçamento deve ter em conta o que é ou não realmente importante. Existem despesas que de facto não conseguimos controlar, mas algumas compras não planeadas acabam por mexer com a possibilidade de poupar:

– Despesas essenciais: renda/prestação, água, luz, gás, alimentação, comunicações e transportes.

– Despesas secundárias: férias, subscrições de serviços, compras, almoços e jantares fora de casa.

É claro, que se contarmos com uma família com filhos ainda existem despesas como creche, propinas, materiais escolares e exames regulares. No entanto, o ideal seria poupar cerca de 10% do seu rendimento, sendo que os restantes 90% seriam alocados para as despesas essenciais e posteriormente para as secundárias.

Fundo de Emergência

São conhecidas as dificuldades das famílias portuguesas em poupar, contudo, alocar 10% do rendimento no mealheiro pode ajudar a criar uma almofada financeira. 

Como o nome indica, um fundo de emergência serve essencialmente para casos inesperados. As boas práticas sugerem que tenha pelo menos seis meses de despesas pagas que garantam a sua segurança financeira caso tenha alguma despesa avultada ou esteja à beira de uma situação de desemprego.

Esse valor pode até ser maior se conseguir aproveitar alguma parte dos subsídios de férias, natal e prémios de produtividade. O importante é que não dependa apenas do que realmente ganha por mês e corte nas compras por impulso.

Defina Um Limite de Dívidas

Não é incomum que uma família tenha por exemplo um crédito habitação, um crédito automóvel e ainda um cartão de crédito para outras despesas.

Quando estes financiamentos são realizados à partida são aceites porque a família em causa consegue suportar a dívida. No entanto, fatores imprevisíveis como a inflação podem virar o jogo de um momento para o outro.

Se tiver vários créditos à mão, saiba que é possível juntar várias prestações numa única mensalidade mais baixa. Esta estratégia passa por consolidar créditos e tornar todos esses empréstimos num só.

Isto é nada mais, nada menos, que um crédito com taxas mais baixas e que permite, se assim pretender, alargar os prazos de pagamento. Assim, os encargos que paga por duas ou três mensalidades vão reduzir drasticamente para apenas uma mensalidade, permitindo uma poupança mensal de algumas centenas de euros.

Transferência de Crédito Habitação

Para quem comprou casa, a mensalidade paga ao banco pelo crédito habitação acaba por ser a maior fatia do bolo. Esta despesa é ainda maior se já contratou o empréstimo há alguns anos, isto porque, em 2022 as condições já são outras.

Todavia, não existe necessidade de ficar agarrado ao mesmo banco só porque conseguiu o crédito habitação. É que transferir crédito habitação permite conseguir melhores condições de empréstimo, isto é, spreads mais baixos e consequentemente uma prestação mais reduzida.

Uma outra particularidade, é que pode também alterar para uma taxa fixa, mesmo que agora tenha uma taxa variável. Se assim for, deixará de depender das variações de juros e paga sempre a mesma prestação ao banco, algo que pode ajudar a reorganizar as contas.

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