Como caracteriza o mercado nacional, no que respeita à utilização destas soluções de isolamento?
É identificável um crescimento da procura por soluções capazes de dar resposta a uma exigência de conforto permanente, nomeadamente no âmbito do isolamento térmico/acústico. O setor da construção em Portugal evoluiu positivamente, quer ao nível do know-how relativo a estas matérias, quer a nível regulamentar e de exigência de melhores performances no desenvolvimento das soluções construtivas em projeto mas, sobretudo, em obra.
Que produtos gostaria de destacar, pela sua inovação e eficiência?
Gostaria de destacar a linha acústica da DANOSA, que é composta por produtos multicamada que permitem um isolamento acústico a todo o espectro de frequências, com espessuras bastante reduzidas, produtos amortecedores de ruído de percussão ou impacto e produtos antiressonantes. Gostaria também de destacar a nossa mais recente gama de membranas impermeabilizantes NOX, desenhada com o intuito de reduzir a poluição do ar.
O isolamento térmico e acústico em Portugal ainda é deficiente. O que falta fazer para alterar isso?
Considero que está em marcha um processo de consciencialização claro dos diversos stakeholders. Não obstante, ainda está numa fase muito primitiva e essa consciencialização, somada a uma revisão regulamentar, serão o caminho para continuar a melhorar o nosso conforto invisível.
Muitos consumidores acreditam que uma casa bem isolada térmica e acusticamente é necessariamente mais cara. É um investimento que compensa?
É inevitável irmos apresentando uma melhoria do isolamento térmico e acústico das novas construções, sendo que o acréscimo financeiro a considerar no investimento inicial é compensado pela poupança na fatura da energia, num prazo máximo de cinco anos. Somando a esta poupança energética e económica a melhoria da qualidade de vida do utilitário e a utilização deste produto em espessuras solidárias, traduz-se inequivocamente numa mais-valia. Quanto à acústica, os seus benefícios não são economicamente quantificáveis.
O vosso compromisso com a sustentabilidade e a economia circular fez-vos comprometer com objetivos específicos?
Temos traçado objetivos ambiciosos nesta matéria, em linha com o que já têm sido os últimos anos dentro do mundo DANOSA, onde podemos destacar a criação de uma empresa dentro do grupo destinada unicamente a racionalizar recursos e diminuir o impacto ambiental da nossa produção, a aquisição de uma empresa de reciclagem de EPS (convertendo inúmeros desperdícios em matérias-primas) ou até a obtenção de diversos Documentos Ambientais de Produto, onde está evidente o impacto ambiental do ciclo de vida de cada produto. A curto prazo prevemos a integração de muito mais produtos reciclados nos nossos processos produtivos.
Qual o impacto desta crise pandémica no vosso trabalho e como antecipam os próximos tempos?
Até agora o impacto económico da pandemia na nossa empresa foi residual. Em Portugal não sentimos uma redução do volume de faturação. No que concerne ao ano de 2021, a expectativa é tão grande como a incerteza, pois sabemos do impacto económico que provoca esta pandemia e, ainda que não numa primeira instância, acabará por refletir-se no setor da construção.