Assinala-se esta quinta-feira, dia 10 de outubro, o Dia Mundial da Saúde Mental.
Este ano, o tema escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para destacar é a saúde mental no trabalho, área onde, segundo o Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Francisco Miranda Rodrigues, ainda há muito a ser feito: “É preciso que o governo tire os relatórios das gavetas e ponha a funcionar as políticas de promoção da saúde mental no local de trabalho que podem fazer a diferença na vida das pessoas”.
Francisco Miranda Rodrigues destaca que “foi entregue um Livro Verde do Futuro da Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado por um grupo de peritos” e que o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social não se pronuncia sobre o que vai acontecer. “As equipas de saúde ocupacional já deviam contar com um psicólogo, por exemplo, como já recomendado pela Direção-Geral da Saúde, mas, na prática, nada acontece”.
Numa altura em que “todos dizem ser muito importante a saúde mental no local de trabalho é lamentável que, quando chega a altura de colocar as políticas em prática, tudo seja esquecido em prol do pilar financeiro e de curto prazo”. E isso acontece “tanto por parte dos decisores políticos como de empregadores e sindicatos”, explica. ““A saúde mental não pesa na mesa de negociações. E com isso perde-se no bem-estar das pessoas e perde-se na economia”.
Nas organizações privadas, recorda que “tem sido crescente a importância dada à saúde mental, o que é muito positivo”. “Mas é preciso ter cuidado para não se ficar apenas pelos discursos e pelas intenções e pelo ‘mental washing’. É necessário que as boas práticas sejam efetivamente aplicadas e que se façam planos de avaliação dos riscos psicossociais e de mitigação desses riscos”, conclui.