A Incomunicado nasceu há cerca de 20 anos, com o foco nos serviços de telecomunicações, para clientes empresariais. De então para cá, que análise faz do setor das telecomunicações?
O setor das telecomunicações tem avançado de uma forma inimaginável. Há 20 anos, as SMS ainda não estavam massificadas e só havia alguns telemóveis com GPRS (internet móvel em modo muito lento – 28 kbps), os avanços tecnológicos aceleraram o mercado, tornando-o muito mais competitivo e exigente. Foi fundamental haver um posicionamento diferenciador na forma de ver os negócios e na sua abordagem. Diria que as grandes mudanças foram a velocidade, a mobilidade e rapidez com que tudo aconteceu. Este setor é um catalisador da mudança e um enorme desafio diário e especializado, para ajudarmos os nossos clientes a acompanharem todas estas inovações e tirarem o máximo partido em proveito dos seus negócios e processos produtivos.
Cada vez mais, as empresas necessitam de estar presentes no mundo digital, bem como contactáveis pelo telefone. Que soluções oferecem, relacionadas com a última tecnologia disponível, que satisfaça esta necessidade empresarial?
A presença digital hoje pode ser comparada com uma montra de loja. Há 30 anos, a loja com a melhor montra era a que mais clientes captava na sua rua. Hoje, a montra é a internet e a rua é global, com o site institucional, com e-commerce “aberto” 24 horas, com divulgação nas redes sociais dos produtos, serviços e campanhas promocionais. Todas estas ferramentas estão disponíveis para as empresas e a adesão a estes serviços é hoje um processo muito simples. A Incomunicado oferece soluções aos decisores para orientarem o budget disponível para os serviços que melhor se podem adequar aos objetivos de cada negócio.
Existe, simultaneamente, uma necessidade de simplificar os processos e de permitir que a informação esteja acessível a todos quantos dela necessitam. Como podem ajudar a solucionar estes desafios de acesso/armazenamento de informação?
Há imensas formas de digitalizar processos, simplificando toda a atividade do negócio. A equipa da Incomunicado está preparada para responder ativamente a todas estas necessidades empresariais, construindo propostas de valor ajustadas ao negócio do cliente. A “nuvem” tem cada vez mais espaço, segurança e funcionalidades que contribuem para um processo de gestão otimizado, independentemente do local onde nos encontramos, ou da tecnologia de acesso, ou seja, são formas de gerir processos, negócios e empresas onde, como e quando precisamos.

A IoT veio ajudar precisamente a digitalizar processos. Quais as mais-valias da tecnologia M2M (Machine to Machine), que permite a troca de informação entre dispositivos sem a intervenção humana?
A civilização tem vindo a mecanizar tudo o que consegue, desde a nora que puxa água com recurso à força animal, que veio poupar em muito a energia despendida neste processo, enquanto aumentou a disponibilidade da água. A comunicação entre máquinas (M2M) está a fazer o mesmo, libertar-nos de tarefas que facilmente podem ser feitas por máquinas, mas a outra escala. Neste âmbito, há centenas de possibilidades que se adaptam a cada negócio e os resultados são imediatos, em termos de produtividade. Localizar uma frota automóvel, monitorizar a assiduidade de um colaborador, ligar/desligar equipamentos por sensores, repor automaticamente stock, só para citar alguns exemplos mais comuns. Estes serviços vêm melhorar a nossa qualidade de vida, diminuir as tarefas repetitivas e aumentar a produtividade. Esta tecnologia e as suas aplicações estão a dar os primeiros passos, havendo um universo de possibilidades em aberto e em constante desenvolvimento.
Que análise faz da chegada do 5G ao país e das possibilidades que essa tecnologia oferece às empresas?
O 5G para a maioria dos utilizadores é percebido como um aumento da velocidade de ligação, mal comparado com as diferenças entre o ADSL e a Fibra, quando esta ainda era uma novidade. Mas o 5G é muito mais que velocidade, será possível ter novos serviços e produtos que recorram à capacidade de interatividade e resposta imediata que esta nova tecnologia proporciona. Da mesma forma que a internet de banda larga permitiu o teletrabalho no setor dos serviços e nas escolas, o 5G vai permitir o teletrabalho de muitas outras profissões, mais exigentes em termos de interatividade em tempo real, como os transportes e a saúde. Numa visão futurista, vamos poder usar diariamente comunicações com o nosso holograma.

Em agosto de 2020 nasceu a NOX IT, uma empresa que também corresponde às necessidades de serviços de telecomunicações e de IoT das empresas nacionais. O que a fez iniciar um projeto numa altura de crise económica e social?
Experiência de duas décadas no setor das telecomunicações, acreditar que existem várias oportunidades em todo o segmento empresarial onde nos inserimos e construir mais um negócio de sucesso. Os momentos de crise, para mim, são vistos como uma oportunidade. Ao longo destes anos, a minha frase de eleição – “nas crises há sempre grandes oportunidades” -, define a minha forma positiva de encarar todos os desafios. Oportunidades de reavaliar as necessidades futuras, o que o mercado procura num parceiro de telecomunicações e IT e é nesse novo espaço que a NOX IT está posicionada. Cada vez mais, as telecomunicações serão parte integrante das empresas, por sermos os facilitadores das ligações, os que “unem as peças do puzzle”, os que permitem que a empresa possa estar em qualquer parte do planeta e manter os níveis de produção, atenção ao cliente, desenvolvimento de produto. No fundo o escritório está a mudar e sem telecomunicações isso nunca teria acontecido, o que trouxe para um patamar diferente as empresas de telecomunicações.
A que necessidades procura a NOX IT dar resposta?
A todas as necessidades de telecomunicações e IT empresariais. O portefólio é enorme e abrange todos os setores de atividade, desde os serviços de maior complexidade aos mais massificados, de forma simples, rápida e objetiva. Acima de tudo, queremos marcar pela diferença na abordagem e no tempo de resposta. O que é decisivo para o sucesso dos nossos clientes será também decisivo para o nosso sucesso e é nessa direção que a NOX IT se encontra com o cliente, ao lado das empresas, ao lado dos decisores, se preferir, numa busca comum pelo sucesso.
Quais os desafios de recrutar recursos humanos atualmente?
Não é fácil encontrar pessoas, neste mercado tão competitivo e, por vezes, desvalorizado. Por esta razão, recrutar pessoas improváveis para esta área, sem experiência comercial ou tecnológica, e formá-las, tem sido a melhor aposta. As qualificações académicas contribuem apenas para uma parte do conhecimento de base IT. Sem dúvida que o perfil individual se sobrepõe e os maiores desafios são encontrar candidatos com garra comercial que gostem de comunicar e queiram contribuir para o sucesso das empresas. A autoformação é outra característica essencial, dada a velocidade com que são desenvolvidos e lançados novos serviços.
Como se definiria, enquanto empresária e líder? Considera o empreendedorismo e a gestão de risco capacidades fundamentais para gerir empresas, sobretudo em alturas de incerteza, como a que atravessamos?
Levanto-me todos os dias como se fosse o primeiro dia de um grande projeto, os objetivos dos nossos clientes são os meus objetivos. Tive sempre o privilégio de trabalhar com pessoas que me ajudaram a crescer, que contribuem para esta visão e que me ajudam a “fazer acontecer”. Como líder, sou focada e resiliente. Aliado à capacidade de adaptação e de mudança, o empreendedorismo é um dos fatores que melhor prepara as empresas para os desafios encontrados. Ser empreendedor é antecipar, arriscar, lutar e transformar. A gestão do risco torna-nos mais eficazes, mais objetivos e mais alerta nas decisões que tomamos. Numa altura em que o mundo está a atravessar um momento tão incerto, para além de tudo o que já mencionei, e quando a Incomunicado está solidificada, iniciar um desafio novo na NOX IT, alguma loucura e coragem também ajudam!
Que análise faz da atual conjuntura económica e como devem os empresários posicionar-se no mercado?
Os acontecimentos de 2020 vieram provar a necessidade de acelerar mais os processos de digitalização dos negócios e das empresas, por um lado para garantir a continuidade dos negócios numa crise, por outro para flexibilizar o acesso e a disponibilidade de informação. Uma empresa deve garantir que continua a laborar independentemente dos desafios. A adaptação a novas realidades de trabalho é um fator essencial para o sucesso e o tempo que a empresa demora a ajustar-se pode ser hoje muito reduzido e determinante para o resultado. Reestruturem-se, se for o caso, adaptem-se, sejam rápidos nas decisões e ajustem-se a esta nova forma de viver. Todos temos de ser mais flexíveis para podermos ir mais longe. Utilizo muito vezes no meu dia-a-dia o lema “vamos ver fora da caixa”.