Forte Ventura: Uma empresa única na assessoria à área agroalimentar

Diana Ventura sempre esteve profissionalmente ligada à área alimentar. Licenciou-se e tirou mestrado em Engenharia Alimentar e, por ter sempre trabalhado nesta área, criou a Forte Ventura, uma empresa especializada em assessoria para empresas da área alimentar. Para Diana Ventura, o caminho do empreendedorismo mudou-a enquanto pessoa, mas não é adepta do discurso de “desigualdade de género” que pende, por norma, para as mulheres.

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Em que momento reconheceu a importância que teria no mercado uma empresa como a Forte Ventura, desenhada para acompanhar as empresas em todos os seus passos de crescimento e promoção da marca?

A minha área de formação efetivamente é a engenharia alimentar, onde tirei a licenciatura, mestrado e, mais tarde, pós-graduação em branding territorial. Em 13 anos de trabalho na área da qualidade alimentar reparei que o trabalho técnico de empresas de consultoria é “frio” e pouco cuidado tendo em conta a especificidade de cada cliente e o património gastronómico de cada região. A Forte Ventura nasceu pela carência no mercado de uma
empresa especializada em assessoria para empresas da área alimentar (alimentos, bebidas e embalagens para a área alimentar), que acompanhe as empresas em todos os seus passos de crescimento, desde o licenciamento
estruturado, à adequação de meios de produção e sistemas de qualidade, criação de rotulagem específica e, não menos importante, o posicionamento e promoção da marca no mercado.

O que a levou a apostar numa empresa com a sua “marca”? Quais as maiores dificuldades que recorda, aquando do início deste percurso? Quais os pontos particularmente positivos que destacaria, todavia, desta experiência?

O nome Forte Ventura foi exatamente para humanizar a empresa, porque acredito que isso ajuda a construir relacionamentos mais fortes e autênticos com clientes, colaboradores e parceiros. Isto gera confiança e lealdade,
essenciais para a retenção de clientes. A maior dificuldade, ao contrário do que se pensa, é mesmo ser uma empresa com fraca concorrência. Somos um país em que o que nunca se viu é olhado com desconfiança. Nós não somos uma “típica empresa de consultoria alimentar”, nós oferecemos um departamento de qualidade, jurídico e de marketing à empresa dos nossos clientes. Nós não vamos lá dizer o que devem fazer, nós ajudamos a fazer de forma diferente, nós pedimos para usarem madeiras na área alimentar, para devolverem as raízes gastronómicas ao país e ainda damos dados legais e científicos para o seu uso. Mas isto também é sem dúvida o nosso maior ponto positivo. Aliado a este ponto positivo, destaco que este mês, na minha mão e na mão do meu parceiro Felipe Franzina, vamos abrira Endogreen, a primeira associação de produtos endógenos e biológicos de Portugal.

Quais os principais fatores que conduzem a um maior ou menor sucesso nesta área? Qual o papel da Forte Ventura, enquanto assessora destas empresas?

Um problema dos nossos empresários é que não perdem tempo a olhar para o cliente. O mercado evolui, mal ou bem, mas as empresas não olham para as oportunidades que isto pode trazer. A Forte Ventura não é só uma empresa de consultoria alimentar que faz HACCP e rótulos. A Forte Ventura vai mais além e ajuda o cliente em
oscilações de mercado a repensar a estratégia. Seja na diminuição de custos de produção, seja a nova aquisição de mercados, formas de comunicação, etc. Queremos fazer parte integrante da empresa e isso faz a diferença do
nosso trabalho.

Que mensagem gostaria de deixar a quem luta diariamente para criar e manter uma empresa, sobretudo quando falamos de mulheres que escolhem criar o seu próprio caminho profissional?

Eu admito que a minha resposta se possa tornar polémica, mas não sou muito tolerante com discursos de igualdade de género e toda a corrente comercial que implicam, nomeadamente no empreendedorismo. A desigualdade de género existe nos dois géneros, feminino e masculino. Vamos pensar num homem educador de infância? Ou como foi a luta dos primeiros enfermeiros homens? Escolher a igualdade de género como um caminho a seguir implica um compromisso com a justiça social, o respeito e a valorização de todas as pessoas, independentemente do seu género. Posto isto, outro caminho para mim não é caminho.