Liderar uma empresa além-fronteiras: “Em Angola, valoriza-se o talento e a competência”

Catarina Paulo foi para Luanda a trabalho. O mercado laboral acabou por permitir que se mantivesse por Angola e acabou por criar a Make Art, uma empresa de design e impressão gráfica que une a paixão de Catarina Paulo pelo Desenho Artístico ao seu amor ao Design e à funcionalidade. “Ousar é o primeiro passo para alcançar o extraordinário”. É assim que Catarina Paulo, sócia-gerente da Make Art, define o trabalho desenvolvido pela empresa.

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A Catarina destaca-se não só pelo desafio de liderar uma marca, mas por fazê-lo a nível internacional. Como decorreu esse processo e a própria história da Make Art?

Em 2018, concluída a licenciatura, tive a oportunidade de viajar para Luanda para coordenar uma formação em programas de design, a que se sucedeu uma proposta profissional para fazer parte de uma agência de
comunicação. Estas experiências, profundamente enriquecedoras, permitiram consolidar competências-chave, conhecer melhor o mercado e fortalecer a rede de contactos, assim abrindo as portas a uma nova jornada – a criação da Make Art. Este processo iniciou-se com uma visão arrojada para a Make Art, cuja assinatura teve a ambição de estabelecer padrões de vanguarda e de diferenciação. De facto, a expansão além-fronteiras alicerçou-se no fervor da equipa, cujo compromisso e perseverança, a par de estratégias bem-sucedidas, permitiram ultrapassar os primeiros desafios da internacionalização. Desde esse dia, a história da marca conta-se pela paixão em exceder as expectativas.

O que a motivou, depois de se especializar na área do design gráfico, a arriscar uma carreira além-fronteiras?

Em rigor, a decisão não foi percebida como um risco, mas, antes, como uma oportunidade para crescer e expandir horizontes. Além disso, a exposição a mercados e a culturas diferentes cultiva-nos a destreza da versatilidade, sendo cada projeto, na circunstância, uma ocasião para crescer e um espaço para aprender.

A Catarina sentiu diferenças no tratamento entre géneros, a nível profissional, entre Portugal e Angola?

No meu caso pessoal, sem embargo de já ter tido conhecimento de alguns episódios menos positivos, nunca senti, até à data, quaisquer diferenças, tanto em Portugal, como em Angola. A minha experiência tem sido marcada por um ambiente de respeito, onde o mérito e a competência são os principais critérios de avaliação e de reconhecimento. Em Angola, a minha integração foi encantadora, tendo sido não só encorajada a assumir posições de liderança, como também a contribuir para a tomada de decisões estratégicas, aliás em linha com a cultura empresarial angolana, aberta e inclusiva, onde a valorização do talento e da competência estão acima de qualquer outra consideração.

Qual o principal contraste com o nosso mercado?

O principal contraste entre os dois mercados reside, fundamentalmente, nas nuances culturais e nas expectativas dos consumidores. Ambos valorizam a criatividade e a inovação, pese embora os consumidores angolanos, onde as condições económicas e sociais exigem uma abordagem mais flexível, recompensem, frequentemente, a
funcionalidade e o design esteticamente mais atraente.

A paixão pelo Desenho Artístico sempre foi pensada para criar a marca que criou hoje? Ou era apenas para ser um hobby?

Desde os primeiros traços na infância, a paixão pelo Desenho Artístico sempre fez parte dos meus percursos quotidianos. Posso conceder ter começado por ser um hobby, mas que, rapidamente, ganhou um relevo irreversível com a maturidade das habilidades adquiridas. A ideia de criar uma marca própria foi evoluindo
naturalmente. O que começou por ser uma paixão individual transformou-se numa visão para algo maior – um projeto que pudesse unir a arte à funcionalidade e ao mercado. A Make Art nasceu dessa combinação de apego ao desenho e de uma vontade incessante de inovar e de fazer a diferença no mundo do design.

Como é que a Make Art idealiza a criação de um projeto até à sua materialização final? Que podemos encontrar de diferente na Make Art?

De forma meticulosa, garantindo, acima de tudo, a profunda compreensão das necessidades e expectativas dos clientes. Este alinhamento é crucial para garantir o sucesso da solução. Quanto ao mais, o protocolo da sequência segue a linha normal da criação à implementação. A diferença, ao escolher a Make Art resume-se à
enormíssima simplicidade de uma frase maior: ousar é o primeiro passo para alcançar o extraordinário.