Como caracteriza o mercado imobiliário nacional no decorrer deste ano?
O mercado imobiliário está a passar por uma grande transformação. Vivemos uma grande escassez de oferta, o que faz com que o valor pedido pelos imóveis existentes seja insustentável. No entanto, não é o mediador que cria
inflação, porque o mediador não tem interesse em ter stock de imóveis. O que está a acontecer no mercado é que há falta de stock a preços justos. Depois, há a demanda por construção nova. Temos um problema político, nos
últimos 40 anos, no território português, que é o facto de o Estado não ter ativos imobiliários, o que significa que não pode atuar como regulador de preços neste mercado, através da disponibilização de imóveis estatais para
arrendamento, por exemplo.
Que tipologia de imóveis está mais em falta?
T1 e T2 são, neste momento, as tipologias mais necessárias. Eu diria que representam cerca de 75% do que foram as vendas, este ano.
As medidas do Governo relativamente à habitação para os jovens não permitem a compra de habitação nas regiões metropolitanas de Lisboa e Porto, mas podem ser uma opção interessante para jovens que queiram apostar no interior do país ou em cidades onde o preço do metro quadrado ainda não seja tão elevado?
O público-alvo desta medida é de cerca de meio milhão de pessoas, ou seja, não é um valor significativo. Esta medida não resolve o problema, mas está a ser bem-vinda. Para isso também contribui muito a questão do financiamento 100% através da Banca. Há, depois, a considerar a questão dos impostos, que fazem com que o Estado seja o responsável por inflacionar os ativos imobiliários, uma vez que leva impostos desde a aquisição do terreno até à venda do imóvel ao cliente. Esse imóvel sai 45% mais caro ao cliente final, só devido a impostos.
“Vivemos uma grande escassez de
oferta, o que faz com que o valor
pedido pelos imóveis existentes seja
insustentável”.
Como se posiciona a Coldwell Banker City no que respeita a questões como inovação, tecnologia e sustentabilidade, sabendo que atualmente estes três pontos são cada vez mais importantes para definir a empresa e o seu avanço no mercado?
O Grupo Coldwell Banker City é associado de uma rede internacional que está presente em 44 países e tem mais de 118 anos de história. Fomos a primeira marca a fazer um vídeo de um imóvel, bem como uma sessão fotográfica, e fomos a primeira a fazer um website. A inovação está no nosso ADN. Atualmente, a IA ajuda-nos a alavancar os processos e a torná-los mais rápidos. Depois, apostamos muito na formação – o saber estar, o saber saber e o saber fazer. Para isso trabalhamos com ferramentas de desenvolvimento pessoal, através de coaching certificado internacionalmente e PNL. A sustentabilidade, por seu turno, está intimamente ligada com a inovação
e os processos tecnológicos que adotamos, já que o trabalho online permite reduzir as deslocações e o papel. Além disso, procuramos que haja um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional dos nossos colaboradores.