Até ao momento, tem sido possível cumprir este objetivo?
Com um esforço enorme da empresa a todos os níveis…Não nos podemos esquecer que, desde 2020, não existiram feiras internacionais, nacionais e viagens internacionais de prospeção. Este esforço deve-se a uma equipa que está focada em três vetores: qualidade, flexibilidade e virada para o cliente.
Como foi possível à marca Santos & Seixo manter-se próxima dos seus clientes, mesmo durante o período pandémico e de afastamento social?
Durante o período da pandemia, por opção própria, não fizemos ao nível de redes sociais o que os nossos colegas fizeram. Aproveitámos esta altura mais crítica para fazer uma reestruturação ao nível de marcas, por exemplo, criação de novas marcas, mudança de imagens, mas, acima de tudo, criação de perfis e marcas por canal. Este trabalho envolveu todos os departamentos da empresa, desde a enologia, logística, financeiro e comercial. Ao mesmo tempo desenvolvemos um novo site, que é uma loja virtual.
A adega online foi uma forma de as marcas de vinho conseguirem continuar perto dos consumidores. Que balanço faz da utilização desta ferramenta por parte dos consumidores, no caso da Santos & Seixo?
Portugal ainda é um país muito imaturo ao nível de compras online de vinhos. Penso que é um trabalho que ainda requer muito empenho e dedicação. O consumidor português gosta de pegar no produto, ver bem a garrafa e até pedir opinião ao responsável da loja. Ainda é um mercado muito presencial, talvez pelo tipo de comprador, a sua faixa etária e as suas raízes. No entanto, considero que, com a pandemia, as pessoas viram-se “obrigadas” a encomendar online. No nosso caso, uma vez que estivemos a renovar o site, as nossas encomendas vieram muito através das redes sociais.
Para este ano de 2021, quais as principais novidades, no que a vinhos diz respeito?
Vamos ter vários lançamentos, mas quero realçar dois: do Tejo, um Fernão Pires de uma vinha com mais de 100 anos, uma das castas típicas do Tejo, e do Douro um branco que irá ser uma edição limitada a 1200 garrafas, dentro da gama Duas Famílias.
Quais os últimos prémios – e quais os vinhos premiados – dos quais gostaria de dar nota?
Arrecadámos várias medalhas de ouro nos mais variados e prestigiados concursos nacionais e internacionais da especialidade, o que comprova a qualidade e consistência que os nossos vinhos apresentam. Salientar ainda o excelente resultado do Perspectiva Reserva, que o ano passado foi considerado o melhor vinho português no London Wine Competition. Mas o que gosto de relevar é a recompra de um normal consumidor, as mensagens que recebemos de consumidores a elogiar – este, para mim, é o prémio que mais valorizo e que nos dá forças para lutar diariamente.
Considerando a situação específica criada pela Covid-19, como antevê o regresso dos enoturistas, bem como de quem quer desfrutar do vosso alojamento local e das atividades que a Santos & Seixo propõe?
O regresso do enoturismo está a ser lento, apesar de a situação pandémica ser favorável a este tipo de alojamento. Nas nossas quintas, a nossa oferta vai desde a simples prova de vinhos e azeite, uma visita pelas vinhas, uma pisa a pé na altura das vindimas ou até mesmo experienciar a própria vindima, até ao aluguer de um espaço de eventos, com capacidade até 50 pessoas. Temos igualmente alojamento local no Douro, na Quinta do Cevêr. Tínhamos planos para construir um hotel, aquando da compra da Quinta do Outeiro, mas calhou precisamente no início da pandemia e deixámos esse projeto para daqui a dois anos.