A Financial Liberty apresenta-se aos clientes como uma empresa de mediação de créditos e apoio jurídico. O objetivo do grupo passa por fornecer um acompanhamento completo não só no decorrer de cada processo, mas também depois de o mesmo estar resolvido.
Com um trajeto marcado desde o início pelo sonho de “mudar o mundo”, Vanessa Oliveira ingressou na área do Direito, mas desde sempre se manteve ligada a instituições financeiras, o que lhe deu a perceção das muitas operações e processos que afetavam diariamente a vida de cada cliente, e que poderiam ser facilmente evitadas. Essa perceção, também ganha através das experiências da família e dos amigos, fez-lhe criar, no ano passado, uma equipa experiente na área do crédito consolidado: “O principal é a vertente do consolidado, mas fazemos todo o tipo de créditos. Em alguns casos temos também a possibilidade de que a casa seja dada como garantia, conseguindo assim, uma possível taxa mais reduzida, um prazo mais alargado, aumentando desta forma a probabilidade da proposta ser viável e vantajosa. E como sou da área da consultoria jurídica, prestamos todo o apoio na literacia financeira. Há muitas letras ‘pequeninas’, que necessitam de explicação”, esclarece a diretora geral.
Enquanto realça a falta de informação que há numa “área que é tão importante para a vida das pessoas”, Vanessa Oliveira explicou de uma forma clara como funciona o crédito consolidado: “É um crédito que permite agregar todos os créditos num único, com uma única prestação, efetuado num único dia do mês, tornando o sistema muito mais simples para o cliente. Depois, claro, existe sempre a desvantagem de que esse sistema pode resultar em alargamento de prazos. Mas o que tentamos sugerir sempre aos nossos clientes é que se amortize o crédito”. A diretora explica ainda que é vantajoso, sempre que possível, não levar os créditos até ao fim.
No que toca ao perfil dos clientes com quem tem trabalhado ao longo do último ano, Vanessa Oliveira confessa que não são poucas as vezes em que tem de lidar com pessoas e famílias que preferem continuar a usufruir de cartões de crédito e ‘pequenos luxos’, de forma a manter uma certa estrutura e imagem na sociedade, em vez de baixarem o valor das suas prestações mensais: “Conheço casos de pessoas que almoçam no carro, e mentem aos colegas, para não assumirem que não têm dinheiro para almoçar num restaurante. Porém, continuam a ter um carro topo de gama, a pagar um colégio para os filhos e a usar roupas caras.
Quando sugerimos cancelar alguns cartões de lojas de roupa, por exemplo, há quem recuse fazê-lo, por causa da posição social. Reconhecemos que esta situação em muito se deve ao reajuste necessário na nossa sociedade tendo em conta a diminuição de rendimentos, verificada após 2008″.
“É UM DESAFIO LIDAR COM AS EXPECTATIVAS E EMOÇÕES DAS PESSOAS”
Confessando que, em muitos casos, é um desafio lidar com as expectativas e as emoções das pessoas, Vanessa Oliveira também não nega o lado mais promíscuo que existe do lado das empresas intermediárias de crédito. “Eu compreendo a insegurança de alguns clientes, porque muitas vezes foram enganados anteriormente. Infelizmente, chegam até nós casos de clientes, que numa situação de desespero, foram burlados por empresas que se aproveitaram da sua falta de conhecimento, nomeadamente, pedido de pagamento numa fase inicial de análise do processo, antes da decisão final do crédito. Sendo que após este pagamento vão protelando uma resposta até deixarem de estar contactáveis.
O risco associado aos pedidos de crédito mede-se por vários fatores e, na opinião de Vanessa Oliveira, não depende só da matemática: “Alguém que tenha o seu cadastro limpo no Banco de Portugal, uma taxa de esforço reduzida e um disponível orçamental elevado, pode ter uma maior dificuldade em ver o seu crédito aprovado, caso tenha uma grande dispersão de crédito, ou seja, várias linhas, face a um cliente igualmente de cadastro limpo em Banco de Portugal mas com uma taxa de esforço um pouco mais elevada e um disponível menor, mas que no entanto se verifique uma redução nas linhas de crédito. Isto porque no primeiro caso pode existir uma maior tendência ao endividamento/consumismo. Na atual sociedade, verificamos também que aqueles pertencentes a uma posição social de destaque, ou pertença a uma família com poder económico, terão sempre uma maior probabilidade de ver o seu crédito aprovado. Os bancos medem o risco pela capacidade matemática de pagamento, mas também pela possibilidade de vergonha social que existe, caso esse pagamento não seja efetuado.
Logo, alguém com uma posição social mais destacada terá sempre maior vantagem”.
“FICAR COM UMA ÚNICA PRESTAÇÃO PERMITE, DE FACTO, REORGANIZAR A VIDA FINANCEIRA”
Vanessa Oliveira reconhece que o crédito consolidado ainda não é uma solução financeira muito conhecida dos portugueses, mas assegura que pode ser uma boa forma de simplificar o pagamento das prestações e, inclusivamente, reduzir o seu valor: “Ficar com uma única prestação permite de facto reorganizar a vida financeira e manter um maior controlo da mesma, mas aconselho a que não procurem ajuda quando já não conseguem pagar. Façam-no quando começarem a sentir que é difícil, porque depois pode ser demasiado tarde”.