Como se adaptou a SPS Advogados às novidades que o mercado trouxe nos últimos anos?
A SPS Advogados surge com a perceção de que, naquela altura, já estava em marcha uma revolução tecnológica. Percebemos, então, que nascendo logo com essa matriz, conseguíamos uma eficiência muito grande relativamente às sociedades que operavam no mercado português. Isso permitiu-nos apresentar-nos ao mercado de uma forma muito competitiva, o que nos marcou logo de início. Foi, desde logo, muito nítido para nós que a evolução tecnológica era uma das marcas de água mais importantes para o desenvolvimento das sociedades de advogados. Fomos os primeiros a ter um serviço online que permitia que os clientes tivessem acesso aos seus documentos, o que, na época, não era comum. Atualmente, o nosso escritório está praticamente todo digitalizado. Mas à medida que as novas tecnologias vão aumentando, o serviço prestado tem que ser muito mais humano. Quando falamos de Justiça, falamos de Valores, e quando falamos de Valores falamos de Seres Humanos.
Como lidou a SPS Advogados com a necessidade de continuar em contacto com os clientes, sem poder assumir uma relação próxima com eles durante a pandemia?
As nossas duas grandes preocupações foram a relação com os clientes e a não desagregação na nossa organização interna. Intensificámos muito as videoconferências, estimulámos os nossos clientes a manter o contacto virtual e apercebemo-nos de coisas muito interessantes. Por exemplo, do facto dos níveis de socialização e empatia terem aumentado. Todas as videoconferências começavam com um momento social. Permitiu também que a equipa de advogados fosse ganhando uma certa flexibilidade que se adaptava melhor à sua vida pessoal. É muito evidente para nós que o sucesso da empresa depende da felicidade das pessoas e os novos hábitos vão permitir níveis de satisfação superiores no desempenho profissional. Daqui a um mês, sensivelmente, vamos mudar o nosso paradigma imobiliário. A formatação do nosso imóvel já tem a ver com a nova realidade do trabalho intermitente.
A SPS foi também pioneira na disponibilização do plano de carreira aos seus advogados. O que é exatamente este plano e qual a sua importância?
Ao longo dos últimos anos, o crescimento da SPS tem sido sempre orgânico e por via da promoção dos advogados. A prova disso é que 60% dos sócios começaram a trabalhar em Advocacia na SPS. O nosso plano de carreira estimula e desenvolve o instinto de ligação à nossa sociedade. Na verdade, os advogados que estão mais do que cinco ou seis anos na SPS raramente se vão embora. Muito mais do que a competência técnica e do que a capacidade de trabalhar em equipa, preocupa-nos a componente de assimilação dos valores da SPS.
A Ordem dos Advogados implementou novas regras de acesso à profissão de advogado. Que análise faz a essas alterações e quais as consequências para a profissão?
Nós desenvolvemos uma atividade privada e, portanto, temos de falar de livre acesso ao mercado. Sabemos que a concorrência é a mãe de todas as virtudes no que diz respeito aos mecanismos de mercado. Por outro lado, temos de ter cautela com as pessoas que são admitidas e garantir que elas têm a qualidade necessária para o desempenho de uma atividade.
Considera que a retoma vai acontecer?
Depende, por um lado, se a pandemia vai ou não continuar e, por outro, do ambiente político. Resta saber se, seja quem for que forme Governo, tem a preocupação de canalizar os recursos que vêm aí com o Plano de Recuperação e Resiliência para o desenvolvimento e o investimento em estruturas perenes. É isso que vai permitir dar o salto em termos de retoma.
Que futuro está reservado para a SPS Advogados?
Uma das questões do futuro é a questão ambiental. Nós, advogados, devemos estar preocupados em comunicar novos regulamentos e visões relativamente à preocupação ambiental. A prazo, vamos investir nessa área. Estamos também a tentar que os nossos advogados tenham níveis crescentes de maturidade no negócio cada vez mais novos.