Hoje, qual o papel que a CCILF desempenha, considerando que a tecnologia e os mercados digitais já permitem a presença das empresas no mercado mundial?
O digital é agora a norma para comunicar e fazer negócios. No entanto, a troca de contactos em tempo real e os momentos de interação pessoal são, ainda, muito importantes. Esta realidade tornou-se uma evidência após a pandemia. Temos cada vez mais participantes nos nossos eventos presenciais e os nossos associados desejam que continuemos a organizá-los. Também oferecemos uma série de reuniões digitais para facilitar as trocas e
oportunidades de negócios. Em todos os casos, a CCILF mantém o seu papel de facilitador de negócios e de
conexões, seja em formato digital ou presencial.
Como tem evoluído o tecido empresarial português, por um lado, e francês, por outro e que contributos eles podem agora oferecer um ao outro, com o investimento de empresas portuguesas em França e de empresas francesas em Portugal?
Nos últimos 10 anos, o tecido económico português transformou-se significativamente. França tem contribuído através de investimentos substanciais realizados por todo o país. Para além das empresas francesas, outras empresas de toda a Europa escolhem também Portugal como local para se estabelecer. Os fluxos económicos ocorrem muito além das fronteiras de Portugal. As condições favoráveis à instalação em Portugal permitem que as empresas, nomeadamente as francesas, se mantenham competitivas e exportem a sua produção. Estas trocas são, portanto, muito importantes para ambas as economias.
Quais as áreas que se destacam, atualmente, e às quais importa ter particular atenção?
Os setores tradicionais continuam a ser muito importantes para a economia portuguesa. Constatamos investimentos regulares nos setores automóvel, aeronáutico e têxtil. Ter um tecido industrial eficiente é uma
vantagem significativa para Portugal e oferece oportunidades às empresas que pretendem realocar a sua
produção na Europa. O turismo é, sem dúvida, um setor em pleno crescimento e com inúmeras oportunidades. Devemos também ficar atentos a dois setores em particular, o digital e as energias renováveis, que continuam a
desenvolver-se substancialmente. Portugal está muito à frente de outros países europeus nessas áreas. Os
centros de inovação que se têm estabelecido em Portugal implementarão novas soluções num futuro próximo.
Que avaliação faz da importância de ainda existirem salões e feiras de exposições, que permitam o encontro de empresários?
A transformação digital abre novas oportunidades e facilita os contactos. No entanto, o virtual ainda não
substitui completamente o presencial. O melhor exemplo é o sucesso das Feiras e Salões. A CCILF promove, em
Portugal, uma dezena de grandes feiras francesas, como o SIAL, BATIMAT, INTERMAT, e envia cada vez mais expositores e visitantes a estes eventos. A evolução não ocorre apenas pela digitalização e implementação de plataformas virtuais, mas também por um direcionamento mais eficaz dos visitantes e pela organização de
sessões de reuniões individuais de qualidade entre expositores e potenciais compradores.
O que pode ainda ser feito para estreitar ainda mais a colaboração entre empresas portuguesas e francesas?
As relações já são bastante fortes entre os nossos dois países. No entanto, a CCILF contribui para incrementar essa relação ao reforçar a sua presença no terreno, tanto em França, com os “roadshows investir em Portugal” organizados em várias cidades francesas, como em Portugal. Também continuamos a nossa estratégia de aproximação com as associações profissionais de ambos os países, que representam verdadeiros canais de informação para as empresas. Dessa forma, a CCILF posiciona-se como uma verdadeira plataforma de contacto entre a França e Portugal.
