Como se posicionam no mercado nacional e quais os serviços distintivos que disponibilizam?
A NACORA é um broker especializado em soluções de risco, que é detido por um dos maiores grupos logísticos do mundo, a Kuehne Nagel. Consubstanciamos a nossa atuação numa linha de soluções de risco muito especializada na área do transporte de mercadorias, responsabilidade civil logística, financial lines – com o Seguro de Crédito a ser um especialismo natural, pela minha experiência acumulada nesta área, e no vasto espectro das linhas de Responsabilidade Civil (D&O, Ambiental, Cyber Risk, Profissional, Exploração…). Porém, não somos um broker de nichos e, em Portugal, foi necessária uma adaptação ao tecido empresarial. Contamos com clientes de todas as áreas de atividade, com um networking comparável aos maiores brokers mundiais. Todos os dias trabalhamos para colocar a NACORA ao serviço das empresas portuguesas alertando-as para a difícil tarefa de transferir riscos que ainda nem sequer são totalmente conhecidos, demonstrando a sua mensuração através de um serviço local e próximo, com soluções globais meritórias, capazes de ir ao encontro das necessidades específicas dos nossos clientes.
Considerando as dificuldades inerentes a uma pandemia e o que isso afeta o comércio global, como conseguiu a NACORA continuar a ajudar e a estar presente para os seus clientes?
Na área do Seguro de Transporte de mercadorias, verificámos uma sinistralidade muito grande. Tal acabou por reiterar o quão crucial esta solução é vital para a sobrevivência das empresas que operam no mercado internacional. Tivemos uma maior procura por parte destas soluções, através dos canais tradicionais de contacto e de recomendações, muito por culpa da incerteza da supply chain e dos constrangimentos verificados pelos atrasos. Além do mais, e porque estamos em “hard market” nesta área, com os tratados de resseguro a serem mais difíceis em determinados setores de atividade, os prémios têm aumentado, refletindo a procura e a importância deste tema. No que concerne ao nosso método de trabalho, a verdade é que os nossos sistemas permitiram que a NACORA funcionasse em trabalho remoto de um dia para o outro, nunca deixando de dar uma resposta eficaz aos nossos clientes.
Os seguros de crédito são uma grande segurança para as empresas que operam no mercado internacional, mas a pandemia tornou a “segurança” um requisito difícil de avaliar. Assim, a importância dos seguros de crédito continua alta?
O seguro de crédito é uma área pela qual tenho um carinho muito especial, devido ao meu percurso profissional. Infelizmente, em Portugal, a maior parte das empresas estão em regime de autosseguro. Numa perspetiva pré-pandemia, quem havia subscrito uma apólice de Seguro de Crédito, rapidamente percebeu a importância desta quando a crise pandémica despoletou. Além de indemnizar por insolvências e incumprimento, a monitorização que estas apólices fornecem foram essenciais para a concretização de negócios num ambiente de incerteza. Quem não as havia subscrito, provavelmente a maior parte das empresas em Portugal, percebeu a importância e o quão “descalços” estavam. A procura tem aumentado por estas soluções, mas as Seguradoras apertaram os seus critérios de subscrição, uma vez que não ficaram indiferentes ao número crescente de insolvências.
Relativamente à vossa especialização em seguros de transporte de mercadorias, por que motivo ela assume particular importância?
A nossa curva de aprendizagem nesta matéria é bastante superior aos demais, derivado à nossa muito própria orgânica. Tal deriva das sinergias criadas junto da Kuehne Nagel, enquanto líder de mercado na área da logística, que nos permite aceder a grandes empresas, que necessitam de respostas personalizadas. É vital para as empresas que operam no comércio internacional este tipo de seguro. Com a consultoria certa, acoplada a uma Apólice desta natureza, as empresas podem negociar contratos sob um outro olhar, com uma proteção extra em caso de sinistro perante o transportador e cliente/ fornecedor (infelizmente, cada vez mais frequentes).
Muitas empresas ainda consideram os seguros uma “despesa”. Como analisa este pressuposto?
E se, de repente, o tecido empresarial substituir “seguros” por “gestão de risco”? Perceberão assim facilmente que essa referida despesa pode ditar a diferença entre uma empresa com sustentabilidade e, muitas vezes, a sua própria sobrevivência. Temos de entender que os seguros poderão fazer parte da solução para uma correta gestão de riscos, mas que muitas vezes os problemas surgem a montante. Os planos de contingência devem existir, para que não hajam surpresas. Cabe-nos a nós, corretor especializado, aconselhar os nossos clientes para a correta identificação do risco e transferi-lo, sempre que possível. A gestão de risco eficaz carece sempre de um consultor especializado, independente e isento como a NACORA, mas também de um trabalho interno e reflexivo junto de toda a estrutura da empresa por parte dos seus responsáveis.