Paula Costa fundou a INédita: um projeto de vida a pensar no bem comum

É especialista em Marketing, possui uma Licenciatura e um Mestrado na área, mas as questões humanitárias e a marca do voluntariado sempre estiveram presentes na sua vida. Mãe de uma criança especial, Paula Costa compreendeu que podia unir a área da reabilitação – com a qual estava muito familiarizada – com a paixão por comunicação. Nasceu, assim, a INédita, um espaço diferenciado que apoia crianças, jovens e adultos na sua reabilitação física e mental. Com 32 anos de liderança, esta empreendedora é capaz de analisar a evolução do mercado de trabalho e assegura que a mulher tem uma presença cada vez mais destacada.

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Como descreveria o seu trajeto, e esta combinação entre a sua área de formação e o lado humanitário / social que sempre desenvolveu?

O facto de ter sido mãe de uma criança especial e ter sentido na pele os desafios de desbravar o mundo para lhe dar tudo o que sempre mereceu despertou em mim uma vontade ainda maior de fazer pelos outros. Por isso, sinto que
estarei sempre ligada, de forma mais ou menos direta, a causas sociais. Embora a minha experiência de vida tenha
estado sempre muito ligada ao universo da saúde, sobretudo na área da reabilitação, quis dar uma nova base a esse propósito. Foi nesse sentido que decidi tirar a licenciatura em Gestão de Marketing. Não foi um acaso: conhecia
a força que uma identidade bem construída podia ter para dar voz a uma causa.
Durante o curso, a ideia começou a ganhar forma: criar uma marca de apoio e reabilitação pensada para crianças, pais e famílias que enfrentavam os mesmos desafios que eu já tinha vivido. Mais do que um espaço clínico, queria que fosse uma rede de acolhimento, esperança e transformação. Foi assim que nasceu a INédita.

Como caracteriza a sua liderança?

A minha visão de liderança assenta na escolha de pessoas altamente qualificadas e competentes. Acredito que o talento é o primeiro passo, mas não basta: por isso, invisto fortemente na formação contínua das minhas pessoas. Tenho uma liderança bastante próxima das minhas equipas, mas apesar dessa proximidade, assumo as rédeas quando necessário. Estou presente na implementação e acompanho de perto o dia a dia das equipas. Vejo e
ouço a minha equipa, tal como vejo e ausculto os meus clientes.

Acredita na importância da liderança no feminino? Quão importante é passar este testemunho a outras mulheres?

Independentemente de se ser homem ou mulher, o que importa é a qualidade do líder. Contudo, também acredito que uma liderança feminina pode aportar mais sensibilidade e inteligência emocional. Mostrar que é possível ser-se
mulher e liderar um projeto ou uma empresa é fundamental. As minhas lideranças intermédias perfazem 99,8% de mulheres e esta é a evidência de que acredito que a liderança no feminino é extremamente bem-sucedida e isso dá-me ainda mais responsabilidade e motivação.

Ao longo do tempo, como considera que tenha mudado a presença da mulher no mercado de trabalho e na liderança feminina?

A liderança feminina tem vindo a ganhar espaço e reconhecimento ao longo do tempo – em níveis executivos nas empresas, as mulheres correspondem a aproximadamente 33.5% dos cargos de topo, mas continuam a enfrentar desafios, desde preconceitos subtis até à necessidade de conciliar responsabilidades profissionais e pessoais.
O que noto, sobretudo, é que as novas gerações já trazem uma visão mais natural e integrada: veem a presença da mulher em lugares de liderança não como exceção, mas como parte do normal funcionamento de uma organização.

Como surgiu o projeto da INédita na sua vida? O que a levou a aceitar as funções que atualmente ocupa?

Durante a licenciatura em Gestão de Marketing, percebi que podia unir duas áreas que sempre me moveram: a saúde e a reabilitação, por um lado, e a comunicação e posicionamento de marcas, por outro. Rendida ao conhecimento académico e impulsionada por alguns dos meus professores, decidi aprofundar os meus estudos, que culminaram na minha Dissertação de Mestrado, dando ênfase à marca INédita. De uma clínica INédita, a marca escalou para uma rede de clínicas próprias e dali para uma rede integrada, sob a forma de franchising.

Como caracteriza a INédita e o trabalho que é desenvolvido nestas clínicas e ao domicílio?

A INédita iniciou a sua atividade com recursos limitados, mas com um compromisso absoluto com a qualidade. A marca reúne uma vasta equipa de terapeutas altamente especializadas, com experiência comprovada em projetos de reabilitação e intervenção precoce, garantindo excelência no cuidado e atenção personalizada a cada cliente, seja em contexto clínico como domiciliário.
A missão da INédita é clara: contribuir para uma diferenciação positiva na área da reabilitação, onde quer que esteja o seu cliente.

Em que áreas ajuda a INédita na reabilitação de crianças e adultos?

Inicialmente, a INédita concentrou-se na criação dos CDI – Centros de Desenvolvimento Infantil, focados essencialmente na reabilitação infantil. Nestes Centros, cada criança recebe acompanhamento personalizado por terapeutas especializados. Com o tempo, as solicitações por consultas de saúde mental começaram a aumentar, não apenas para crianças, mas também para adolescentes e adultos. Decidi, então, criar os CPI – Centros de Psicologia Infantil e do Adulto. A combinação dos CDI e CPI veio fortalecer a identidade da marca INédita como uma rede completa de cuidados infantis e familiares, consolidando-se como referência nacional.

Como pode a INédita continuar a crescer e a ajudar aqueles que procuram estas unidades de reabilitação?

Acredito que o crescimento da INédita passa por uma leitura constante e atenta dos mercados. É essencial compreender não só as necessidades atuais das famílias e das crianças que nos procuram, mas também os fatores externos que influenciam diretamente a área da saúde e bem-estar em geral e da reabilitação e saúde mental em particular. Este olhar analítico é o que me permite tomar decisões estratégicas sólidas e sustentáveis.
O futuro da INédita será sempre pautado por esse equilíbrio: crescer enquanto marca, mas sem perder o foco na essência que a distingue — ser uma rede de apoio e reabilitação que oferece não apenas serviços clínicos, mas sobretudo confiança e esperança, onde quer que esteja o seu cliente!