“Queremos ser uma extensão da unidade familiar”

A ORPEA foi criada em 1989 e, 31 anos depois,está presente em 16 países e é líder europeia na área dos cuidados geriátricos. Com quase 1000 centros geriátricos e mais de 60 mil trabalhadores, instalou-se há dois anos em Portugal e, desde então, conta com oito unidades geriátricas, uma clínica de reabilitação e um hospital. O diretor operacional, Frederico Vidal, explicou à Valor Magazine o mercado que encontrou e a filosofia deste grupo.

0
1632

Como definem a vossa filosofia de trabalho e como explicam que sejam considerados líderes europeus nesta área?

Neste momento temos uma rede de 951 centros, com 96.677 camas em países como Holanda, França, Espanha, Itália, Bélgica, Suíça, Alemanha, República Checa, Áustria, Polónia e China. Entrámos em Portugal em 2018 e detemos à data oito residências, uma clínica e um hospital, com um total de 711 camas. Contamos manter o nosso crescimento de forma a poder chegar a mais famílias e cuidar daqueles que nos são queridos. Pertencer a um grupo internacional, com tantos profissionais, permite-nos trocar experiências, opiniões, ideias, o que faz com que sejamos um grupo em constante evolução e inovação tanto em termos de terapias e atividades, como na própria dinâmica de equipas nas residências e isto reflete-se no nosso modelo de cuidados, que não é estanque, é flexível e, acima de tudo, personalizado. Os nossos residentes não encontram nas nossas residências um regime de rigor, consistente e metódico. Cada qual chega às nossas residências e encontra uma equipa flexível, que se vai moldar às suas necessidades e preferências. Estamos conscientes que os vamos receber nas “suas casas” e contamos ser uma extensão da sua unidade familiar.

Chegaram a Portugal há dois anos. Que mercado encontraram?

Rapidamente percebemos que o mercado em Portugal estava muito otimizado e era muito metódico e que tínhamos aqui uma oportunidade de colocar em prática o nosso modelo de cuidados que, para além de inovador e humanizado, não se focaliza apenas no residente e no seu bemestar, mas sim em toda a sua família. Todo o agregado familiar tem de se sentir confortável, sereno e feliz.

Quais as condições infraestruturais e de serviços que oferecem?

Já contamos com oito residências, uma clínica de reabilitação e um hospital. Portugal é o primeiro país, a nível mundial, a ter um hospital do Grupo ORPEA. O Hospital Nossa Senhora da Arrábida está aberto ao público em geral e não só aos nossos residentes, disponibilizando a todos os seus utentes cuidados de saúde multidisciplinares, proporcionados por equipas multi/interdisciplinares centradas nas necessidades globais do utente e da sua família. A Clínica Giesta, localizada em Chaves, vê a sua atividade centrada na recuperação funcional de movimento, aumento da autonomia e qualidade de vida dando especial ênfase à prevenção de lesão.

Quão importante é a empatia e a confiança na relação existente entre os recursos humanos da ORPEA e os residentes?

A dedicação das nossas equipas e a relação que mantêm com os residentes é um dos nossos fatores diferenciadores. Os nossos profissionais abraçam diariamente o compromisso de manter a individualidade e responder às necessidades de cada um dos residentes, respeitando as suas diferenças e integrando-os naquela que será uma segunda unidade familiar. A formação das equipas é também fundamental, o Grupo reúne profissionais especializados em geriatria e saúde: enfermeiros, fisioterapeutas, assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, animadores, entre outros. Equipas que trabalham todos os dias com a missão de cuidar e apoiar aqueles que decidiram viver numa residência ORPEA para que possam desfrutar de maior bem-estar, qualidade de vida, cuidados e experiências e isso reflete-se na liderança do Grupo no setor. Todas as residências possuem instalações adaptadas às necessidades dos seus residentes e um dos seus objetivos é prolongar o tempo de autonomia pessoal e retardar o surgimento de uma possível situação de dependência. Para isso são desenvolvidas atividades e visitas socioculturais a terapias como ateliers de memória, culinária terapêutica, balneoterapia, horta terapêutica, programas intergeracionais, entre outros.

Para reforçar o nosso compromisso com a prestação de bons cuidados em ambiente residencial, o Grupo desenvolveu o “Manifesto de Bons Tratos” para disponibilizar aos residentes no momento da sua admissão em qualquer um dos nossos centros. Nele, os residentes são informados sobre os seus direitos, a fim de lhes proporcionar um cuidado integral, físico, emocional e social de qualidade.

É fácil encontrar pessoas qualificadas para este serviço?

O Grupo ORPEA oferece várias oportunidades profissionais. É um setor altamente vocacional e na ORPEA procuramos os melhores profissionais, os mais dedicados e comprometidos em cuidar tanto dos mais autónomos, como dependentes e, por isso, não é um processo fácil nem rápido, mas acredito que isso aconteça em todos os setores que procuram os melhores profissionais.

Que análise faz da realidade geriátrica em Portugal?

A sociedade está cada vez mais envelhecida e, portanto, serão necessários cada vez mais serviços que ofereçam soluções para o perfil sénior. O nosso maior objetivo é melhorar a qualidade de vida dos nossos residentes e dar tranquilidade às suas famílias.

Parece-lhe que existem estruturas suficientes para dar resposta às necessidades da sociedade nos próximos anos?

Serão necessárias mais unidades para dar resposta ao panorama de sociedade que se avizinha. No Grupo ORPEA temos previsto a abertura de mais residências para uma maior cobertura do território nacional.

Que características possuem as residências que considerem importantes destacar?

A escolha de uma residência é uma decisão muito importante e, por isso, deve acontecer com absoluta tranquilidade e convicção em saber que se está a tomar a decisão certa. A tomada de consciência da importância desta decisão faz assentar o nosso modelo de atuação em quatro pontos fundamentais: a valorização do fator humano, onde relevamos a relação entre profissionais, residentes e respetivas famílias; a qualificação dos nossos profissionais que incentivamos diariamente, promovendo acções de formação / especialização. Outro ponto que consideramos essencial é a inovação, trabalhamos diariamente na melhoria contínua dos programas, atividades e terapias não-farmacológicas, que promovem a autonomia dos nossos residentes e um envelhecimento ativo e saudável e, por fim, a excelência do departamento de qualidade do Grupo ORPEA, que garante a estrita conformidade dos procedimentos e orientações, em cada uma das etapas dos cuidados para com os residentes, sempre em coordenação com a Direção Médica do grupo.