Revolução digital chegou às paletes

A LPR, a primeira empresa de pooling de paletes destinadas ao setor de grande consumo a receber a certificação PEFC, que atesta que a madeira utilizada no fabrico das paletes provém de florestas sustentáveis, vai operar uma “revolução digital”, nas palavras de Flávio Guerreiro, country manager da LPR para Portugal, e este será um plano a três anos. A Valor Magazine foi perceber em que consiste este plano.

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Flávio Guerreiro, country manager Portugal

Quais serão pontos principais desta “revolução digital”?

Atualmente os clientes dispõem cada vez de menos tempo, pelo que não se podem dar ao luxo de o despender em atividade e processos não core ao seu negócio. Como tal a “revolução digital” em curso, assente em três pilares fundamentais: a simplificação e agilização de processos; o aumento dos níveis de eficiência e a proximidade com o cliente.

Tornar todos os processos internos mais simples, rápidos e flexíveis são fatores críticos nos dias que correm, e que, quando devidamente otimizados, levam ao aumento do nível de eficiência, com especial foco nas atividades logísticas e de distribuição, através da implementação de um TSM (Transport System Management). Por outro lado, permitir aos clientes e restantes parceiros através do nosso portal MyLPR um acesso contínuo (24hX365 dias) às suas atividades e operações, com a disponibilização imediata de toda a informação e indicadores, é um aspeto mandatório para um nível de serviço de excelência, permitindo – entre outros – que os nossos parceiros despendam menos tempo e recursos em atividades não core, assim como ter ferramentas de gestão que lhes permitam ganhos de eficiência operacional e financeira.

Que mais-valia traz o pooling às empresas vossas clientes?

A LPR oferece uma solução de carácter totalmente externo que assegura que os clientes recebem sempre paletes em ótimas condições de cada um dos 125 armazéns na Europa. A LPR trabalha com os principais agentes do setor dos produtos de grande consumo e gere 28 000 pontos de recolha em 15 países da Europa Central e Ocidental.

Assim que recebe uma encomenda, a LPR organiza a entrega de paletes ao cliente. Uma vez que as paletes são previamente inspecionadas nos armazéns da LPR, estas podem ser imediatamente utilizadas em todos os sistemas automatizados de produção e recolha.

Após a recolha, as paletes são levadas para os armazéns da LPR para seleção e, se necessário, são reparadas de acordo com rígidos critérios de qualidade. De seguida, as paletes são novamente injetadas no circuito para uma nova rotação. Deste modo, a LPR assegura aos clientes um fornecimento constante de paletes de alta qualidade.

Os serviços da LPR são executados com base no “preço por movimento”, o que significa que é cobrado um valor único para cada palete entregue. O preço cobre todos os serviços, incluindo a entrega nas instalações do cliente e a recolha no destino final, bem como a seleção, reparação e reacondicionamento das paletes nos centros logísticos da LPR, custos de locação para a totalidade do ciclo logístico, custos de gestão geral e custos administrativos.

Como garantem a qualidade das paletes?

Internamente costumamos dizer que as paletes LPR são os nossos Ferraris, quer devido à sua cor, quer pela sua performance/qualidade. Este sempre foi o nosso posicionamento no mercado, o qual ao longo dos anos tem vindo a reconhecer essa nossa mais-valia.

A aposta na qualidade surgiu praticamente como uma necessidade, pois ao termos como principais clientes empresas da área alimentar, foi para nós claro qual o caminho a seguir, i.e., o caminho da qualidade, reforçado pelo nível de serviço.

A qualidade é assegurada não só pela utilização das melhores matérias primas (madeira), como por processos de classificação e reparação automáticos, assegurando que cada palete é analisada e reparada após cada utilização. Possuímos uma equipa dedicada de gestores de qualidade que asseguram diariamente em todos os nossos centros logísticos, a qualidade reconhecida da LPR no mercado.

Atualmente com o nível de penetração de armazéns automáticos a aumentar e a respetiva exigência dos mesmos, no que concerne aos produtos e embalagens, é praticamente impossível abastecer este tipo de armazéns e linhas de produção sem os Ferraris.

De quantos tipos de paletes dispõem?

A LPR possui vários formatos de paletes, quer em madeira quer em plástico, que vão desde a Euro palete (800X1200) que é o formato largamente mais utilizado em Portugal; palete inglesa (1.000X1.200) sobretudo utilizada a nível industrial e exportação para o Reino Unido; meia palete (600X800) com forte penetração na distribuição moderna, sobretudo ao nível dos hard-discounts e lojas de proximidade, devido à sua dimensão, e por fim o quarto de palete de plástico (600X400) especialmente indicada para exposição em loja.

Apesar do crescimento nos últimos anos dos pequenos formatos (800X600) e (400X600), especialmente vocacionados para produtos promocionais/campanhas e/ou lojas de pequena dimensão e de proximidade, a euro palete (800X1200) representa ainda cerca de 80% do volume total de paletes transacionadas no mercado nacional.

As paletes da LPR destinam-se sobretudo ao setor dos produtos de grande consumo (FMCG), com posterior envio para a distribuição moderna e retalho tradicional, a nível nacional e internacional, em conformidade com todas as normas de higiene e qualidade em vigor.

A LPR foi a primeira empresa do setor de pooling de paletes a obter a certificação PEFC, garantindo que os seus clientes podem receber paletes provenientes de florestas geridas de forma sustentável.

A proximidade com os clientes é fundamental?

A proximidade, como um dos pilares do nível de serviço, é para a LPR não só um fator basilar como simultaneamente de diferenciação no mercado. Na LPR acreditamos que as empresas são feitas de pessoas e, como tal, há que lhes atribuir o devido valor e estar próximo das mesmas.

Promovemos um contacto contínuo e próximo com todos os nossos parceiros, sobretudo no terreno, pois acreditamos que é no palco das operações que conseguimos compreender melhor quais as necessidades e expectativas dos clientes. Cada um dos nossos clientes possui um gestor comercial e administrativo dedicado, assegurando desta forma não só uma personalização do serviço, como também um melhor conhecimento do cliente, alavancando os níveis de comunicação e resposta.

A confiança é o reflexo da qualidade, proximidade e nível de serviço prestado pela LPR ao longo dos anos. A confiança tem de ser conquistada. A LPR possui um nível de serviço de excelência, estando sempre disponível para responder às necessidades dos clientes.

No que respeita à sustentabilidade, como está a LPR a lidar com este pressuposto?

O negócio da LPR é um negócio “circular” por defeito, pelo que a questão da sustentabilidade acaba por ser um tema central.

A preocupação ambiental e de sustentabilidade está no nosso ADN e, através de uma série de medidas, não só locais como internacionais, temos vindo a obter resultados bastante positivos. Algumas dessas medidas passam pela redução do número de quilómetros efetuados, assim como a maximização da capacidade de carga, evitando quilómetros em vazio. Neste aspeto, a questão das TI é fundamental, assim como as operações In House, estabelecidas com alguns dos nossos clientes e retalhistas, assumem um papel crucial, permitindo que os clientes, após entregar os seus produtos, possam nesse mesmo local recolher as paletes LPR. A partilha de transportes é outro dos pontos fundamentais de melhoria.

Ao nível do produto, o facto de utilizarmos madeira somente de origem sustentada (PEFC), assim como de aproveitarmos todos os “desperdícios” oriundos das tarefas de reparação, nomeadamente para abastecimento das caldeiras e/ou produção de pellets, permitem ganhos muito interessantes.

Também adotamos medidas do ponto de vista energético, através da utilização de centros logísticos e equipamentos/maquinaria mais eficientes.

De forma a minimizar o impacto da nossa própria atividade, todos anos procedemos à plantação de árvores a nível europeu.

Quais são os principais desafios dos próximos anos?

Acredito que os principais desafios estarão relacionados com a necessidade de uma maior eficiência de toda a Supply Chain, não só do ponto de vista operacional como também ecológico, onde os SI terão um papel crucial.

Um aspeto a ter em conta será o crescimento do comércio online e os respetivos fluxos logísticos, nomeadamente no que concerne à logística inversa.