Saúde holística: um processo contínuo

Uma terapia multidisciplinar em que a hipnose integra um protocolo terapêutico feito à medida das necessidades de cada cliente. A “Escola do Ser Humano” é um lugar de desenvolvimento pessoal e acompanhamento psicoterapêutico que potencia a descoberta do Ser Humano, através de vários programas de desenvolvimento. Marta Tavares e Emanuel Nunes, fundadores do projeto, defendem o autoconhecimento, visto que “a nossa verdadeira missão é sabermos quem somos”.

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Marta Tavares e Emanuel Nunes, fundadores

Sendo a “Escola do Ser Humano” um projeto holístico, como é que é possível tratar cada indivíduo como um todo?

Marta Tavares (MT): Há 12 anos, quando iniciámos o primeiro projeto Terapias da Mente, a abordagem era muito focada no sintoma. Numa fase inicial, o trabalho foi no sentido de trazer o alívio desses sintomas, mas rapidamente percebemos que isso estava incompleto. Concluímos que sem auto-conhecimento não há transformação. O sintoma pode atenuar mas, mais cedo ou mais tarde, vai manifestar-se de uma outra forma. Foi aí que começou a demanda de trazer o máximo de conhecimento às pessoas e assim surgiu a ideia da Escola do Ser Humano. Foi assim que surgiu a ideia de integrarmos os programas de desenvolvimento pessoal, isto é, o convite para uma viagem para dentro de si mesmo.

A questão dos sintomas físicos é, assim, apenas uma manifestação. O problema propriamente dito está numa outra dimensão do Ser Humano?

Emanuel Nunes (EN): De uma forma muito simples, nós dizemos que o Ser Humano é multidimensional, ou seja, tem o corpo físico, mas não só. Tem ainda o corpo mental, o corpo emocional e o corpo energético.

MT: Primeiro, tudo começa no nosso plano mental, num pensamento e, posteriormente, isso começa a ser desconfortável ao ponto de nos trazer uma emoção. Até chegar ao plano físico, já passou por todos estes patamares. Infelizmente, por desconhecimento, a grande maioria das pessoas procura a solução só no plano físico. Porém, a origem do problema está mais atrás, por vezes até na nossa infância.

EN: As pessoas ficam muito impactadas quando nós dizemos que o corpo físico é o mensageiro e amigo. Até porque, lá fora, a mensagem que existe é a de que nós temos de destruir a doença. Contudo, nós não temos de destruir absolutamente nada. Nós temos, sim, de perceber o que é que o nosso corpo nos está a querer dizer. Se me está a doer, significa que há qualquer coisa que está a mais. A partir daí, começamos a navegar naquilo que é o nosso mundo interno e pessoal.

Em que é que consiste este processo?

MT: O processo que nós fomos implementando prende-se com a ideia de que mais do que acrescentar, nós precisamos de retirar. Todos nós temos dons inatos e recursos que são únicos, no entanto a vivência normal do dia a dia faz com que não exista o seu devido reconhecimento. Sendo por isso natural que a pessoa se sinta perdida, desmotivada, sem propósito ou até somatize algum tipo de doença. Esse é o verdadeiro problema, vamos pondo camadas de personagens em cima de fragilidade. Por outras palavras, construímo-nos de fora para dentro. O processo passa por retirar todas essas camadas que deturpam aquela que é a nossa verdade.

As pessoas estão preparadas para se conhecerem sem essas camadas?

MT: Todas as pessoas têm o potencial para isso, mas o momento não é igual para todos. A pessoa vai sentindo esse apelo. Infelizmente, nós só temos este despertar e esta procura mesmo no limiar da nossa dor. Ou seja, quando a bagagem já é muito pesada e nos sentimos completamente perdidos. Quando eu estou perdida, quando a minha mente consciente já não consegue alcançar a solução é quando se cria o espaço para, realmente, olhar para dentro. Se eu não sei quem sou, estou sempre a tentar encaixar-me naquilo que são as expectativas dos outros. Todo o movimento dos nossos programas de desenvolvimento pessoal está assente numa auto-descoberta, numa profunda religação à verdade interior de cada indivíduo como Ser Humano emocional, mental, físico e espiritual. Quem participa nessa viagem percebe que andou a viver uma vida que não era a sua.

EN: Nós vemos alguns eventos que tendem muito para o motivacional e isso é quase um tiro no pé. A pessoa sai de lá com o pensamento de que é capaz de tudo e, rapidamente, vai passar do sentimento de estar motivada para a frustração. Isto porque não foi considerada a estrutura da pessoa. A tomada de consciência é o primeiro passo, mas vai ter zero força para a transformação. Aquilo que acontece nos nossos programas é a criação de um contexto em que a pessoa toma contacto com as sua bagagem emocional e estrutura mental, onde é possível alterar aquilo que não lhe serve mais, respeitando a sua individualidade. Num processo multidisciplinar em que a hipnose está presente, levamos a pessoa a contactar com a sua verdade de uma forma incrivelmente natural.

MT: Nós utilizamos muitas psicodinâmicas para que a pessoa possa chegar ao estado de consciência onde ela percebe, claramente, porque é que algo aconteceu de determinada forma. Depois, há a conversa. Há esta parte de contextualizar aquilo que está a ser vivido. Não vamos esquecer que 95% dos nossos pensamentos de hoje são os mesmos de ontem. Mais de 80% são pensamentos negativos. É preciso desprogramar e perceber o porquê. Isto é um trabalho que vai muito para lá da conversa.

Depois de fazermos essa descoberta de nós mesmos, como é que a mantemos numa sociedade como a nossa em que há muitos condicionamentos?

MT: A nossa verdadeira missão, como seres humanos, é sabermos quem somos. Ser eu mesmo é um grande desafio na sociedade que temos, pois tudo é virado para fora, mas é um compromisso que tem de ser diário. O exercício de estar comigo é muito importante. Saber que o que está fora não sou eu, são apenas as expectativas dos outros.

Como é que as pessoas podem encontrar estes programas de desenvolvimento?

MT: Nós temos diferentes programas, que mais não são do que diferentes patamares de uma viagem que nós chamamos a Viagem do Buscador. Temos vários programas online. Há também programas de sete dias, intensivos, com muitas ferramentas, meditações e aulas. Depois também temos eventos que, agora, estamos a transformar em eventos online. Um dos programas que nós adoramos chama-se Wake Up Coaching, em que nós pretendemos levar humanidade às empresas. Afinal as empresas são feitas por pessoas e pessoas empoderadas e motivadas são inquestionavelmente melhores colaboradores. Temos ainda iniciativas para as pessoas que estão, atualmente, em casa. Vamos ter o programa Maratona da Autossuperação e, para além disso, estamos sempre disponíveis para tirar dúvidas e fazer esclarecimentos.

www.escoladoserhumano.pt