“Sustentabilidade e conforto são alicerces dos novos edifícios”

A Promiris é uma empresa de promoção e construção imobiliária, que desenvolve a sua atividade em países como Portugal, Bélgica e, mais recentemente, Espanha. Com preocupações primordiais de conforto e sustentabilidade nos seus edifícios, tem atualmente metade da sua área de construção total situada em Portugal. O próximo projeto será em Vila Nova de Gaia, como salientou o managing partner, Christian Terlinden.

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A Promiris baseia a sua construção num conceito sustentável e de conforto para o cliente. Quais as principais características que definem um “projeto Promiris”?

Os projetos residenciais da Promiris tencionam criar um espaço de vida o mais privado possível (semelhante a um condomínio fechado), combinando localizações particularmente atrativas, no que se refere à vista do espaço e acessos aos transportes públicos, amplos espaços interiores, luminosidade generosa, por via de um envidraçado significativo, e regalias no condomínio, como ginásio ou outras equivalentes. Do ponto de visto técnico, os projetos obedecem às mais recentes normas reguladoras energéticas e acústicas, com sistemas completos de AVAC já montados. Prevemos também a montagem de equipamentos de carregamento elétrico para viaturas.

Quais os principais desafios que se colocam para conjugar conceitos como a sustentabilidade, o conforto e a beleza dos edifícios?

Privilegiamos, sempre que possível, materiais naturais (pedra natural, madeira) e nacionais. Quando possível, dependendo do bairro onde se localiza o projeto, privilegiamos uma arquitetura relativamente contemporânea. O edifício “Bivart “, em Lisboa, representa um bom exemplo do alcance destes objetivos. Caso tal não seja possível, relativamente à arquitetura contemporânea, iremos privilegiar uma arquitetura clássica portuguesa. Damos particular atenção a pés direitos generosos, muito acima dos valores mínimos autorizados, para criar uma maior amplitude de espaços. Os materiais utilizados contribuem, também eles, para um melhor isolamento das habitações e o consequente menor gasto de energia.

Como se posiciona a Promiris relativamente à escolha de materiais e à sua aplicação?

Nesta matéria, todas as unidades residenciais irão obter a classificação energética A (tal corresponde, desde 2021, a uma obrigação legal). Na categoria das residências para estudantes ou seniores, onde somos pioneiros e estamos muito presentes, os edifícios serão objeto de uma classificação/certificação mais abrangente.

Estão presentes em Portugal, Luxemburgo e Bélgica. Como caracteriza cada um destes mercados, relativamente à qualidade da construção e à sua evolução ao longo dos tempos?

A Promiris deixou o mercado do Luxemburgo, para iniciar atividade no mercado espanhol, com a aposta nas residências para estudantes e, a prazo, as residências seniores. Tal aconteceu porque, tanto o mercado português como espanhol apresentam uma taxa deste tipo de equipamentos baixa e muito aquém dos países do Norte da Europa. Não sentimos uma diferença significativa de qualidade da construção nova entre a Bélgica e Portugal; apenas alguma diferença nos materiais, que se prende sobretudo com as diferenças culturais entre Norte e Sul. Em Portugal, o mercado residencial está muito envelhecido, é de fraca qualidade energética (mal isolado e caro, em termos de consumo de energia), mas também ao nível do conforto, sem falar dos edifícios completamente degradados que ainda se encontram no meio das cidades. Deste ponto de vista, existe em Portugal ainda um enorme trabalho de reabilitação a fazer.

Quais os principais projetos que gostaria de realçar, com particular destaque para aqueles realizados na Bélgica e em Portugal?

Falando de Portugal, e no segmento residencial, temos o projeto “Bivart”, nas Avenidas Novas, em Lisboa, classificado, em 2018, como um dos maiores sucessos comerciais (vendido em seis meses). No Porto, o projeto Mira Douro, nas Antas, conjuga uma localização fantástica com uma vista de 360 graus e uma arquitetura exterior contemporânea muito pura e minimalista. Também foi um bom sucesso comercial. O projeto mais emblemático será o “Gaia Hills”, localizado na última encosta livre com acesso direto ao Douro (numa zona historicamente chamada “Vale dos Amores”). Este projeto de 260 fogos, que será faseado, ao lado do convento de Santo António – que será, ele próprio, reconvertido por um grupo inglês em hotel – vai certamente reposicionar qualitativamente toda essa zona ribeirinha de Gaia e competir com os tradicionais projetos muito procurados da margem norte do rio.

Edifício Mira Douro

Que análise faz do comportamento do mercado português, no que respeita à sua dinâmica de oferta e procura?

O mercado português mostra-se bastante dinâmico, suportado por um fluxo sempre significativo de investimento estrangeiro. O mercado residencial tornou-se mais estável, em termos de preço (o que é mais sustentável), mas o desafio passa por, cada vez mais, criar condições de habitação a preços médios, dirigidos a população nacional. Existem dois constrangimentos significativos: por um lado, em algumas cidades, a lentidão dos processos camarários (onde a crise Covid teve um impacto significativo) e, por outro lado, a lentidão e conservadorismo dos Bancos portugueses. Em comparação com os mercados do Norte da Europa, Portugal requer mais capitais próprios. O abandono progressivo dos benefícios fiscais para os estrangeiros poderá impactar negativamente o mercado, embora exista uma procura nacional (a preços mais baixos, naturalmente) muito significativa. No segmento das residências para estudantes ou seniores, muito fica por fazer, devido a uma taxa de equipamentos fraca no país. A principal dificuldade prende-se com o residencial clássico, cujos preços altos inviabilizam muitas operações.

Como antecipa o futuro da Promiris? Poderá expandir-se para novos mercados?

A Promiris desenvolve atualmente oito projetos em Portugal, o que representa cerca de 80 mil metros quadrados, ou seja, a metade da nossa atividade global, atualmente. Temos, de momento, três negociações avançadas, tanto no Porto como em Lisboa, que poderão concretizar-se até ao final do ano. Em cinco anos, desenvolvemos uma boa compreensão do mercado português e criámos, recentemente, equipas próprias permanentes. O próximo passo será o mercado espanhol, no segmento das residências para estudantes e seniores.

www.promiris.com/pt-pt/