TECMAIA: Impacto social para a Maia é de 250 milhões de euros

O TECMAIA é um polo agregador de empresas inovadoras, que contribuem para um desenvolvimento sustentável da Maia e região circundante e para a qualidade de vida da população. O engenheiro Inácio Fialho de Almeida é o Presidente do Conselho de Administração da empresa gestora deste espaço e explicou as mais-valias desta infraestrutura.

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Enquanto Presidente do Conselho de Administração da empresa gestora do TECMAIA, como avalia esta aposta? O que oferece a Maia a quem se fixa na região?

O Parque de Ciência e Tecnologia da Maia tem mais de 20 anos e foi um dos primeiros do género no nosso país. É um espaço incontornável no ecossistema de inovação e empreendedorismo da região Norte, até porque temos o privilégio de contar com um conjunto de empresas fortemente internacionalizadas e que privilegiam ambientes de trabalho cuidados ao mais pequeno detalhe. O TECMAIA é uma infraestrutura de um conjunto muito alargado de tantas outras que a Maia possui no seu território e que o tornam atrativo para a fixação de pessoas. Não nos podemos esquecer que a Maia está geograficamente muito bem posicionada. Ao lado da cidade do Porto e do Porto de Leixões, na saída para a Galiza… e até com um dos melhores aeroportos europeus no próprio município.
Tudo isto são fatores que contribuem para posicionar este território como um dos mais dinâmicos nas
exportações nacionais e na atração de investimento estrangeiro.

Quais as vantagens de congregar empresas de tecnologia num mesmo espaço? Como podem as mesmas retirar mais-valias desta proximidade?

Faz também parte da história e dinâmica do TECMAIA a existência de profissionais que chegam ao parque para trabalhar numa empresa e acabam por fundar a sua. Temos mesmo empresas que nasceram e continuam no TECMAIA com esse percurso. Estes factos são, por si, bastante expressivos da mais-valia que é segmentar um espaço para um determinado nicho de mercado.

Para a Maia, a criação de emprego qualificado é um fator-chave que é tido em consideração aquando do desenvolvimento de parques tecnológicos. Até ao momento, como beneficiou o concelho com esta estratégia?

Ainda há poucos dias foi noticiado que o Porto e a Maia são os municípios que mais atraem trabalhadores e estudantes. Quanto à Maia isso deve-se ao grande parque industrial e empresarial e também às instituições de ensino, como a Universidade e Politécnico da Maia. É óbvio que em todo o processo há dores de crescimento e essas têm sido combatidas. Mas a forma atenta com que o poder político do município tem cuidado desta
realidade faz com que a Maia continue a ser um destino de eleição para este público.

Como descreveria o TECMAIA, enquanto espaço agregador de múltiplas empresas? Os serviços integrados que este polo oferece são essenciais para o sucesso deste espaço?

Sim, sem dúvida. O TECMAIA é representativo de um conceito muito próprio de campus empresarial. O objetivo é que os profissionais que cá trabalham tenham um conjunto de serviços que lhes permita um dia a dia facilitado e feliz. As zonas verdes, os espaços para desporto e cuidado pessoal são diferenciadores para empresas que promovem as melhores condições de trabalho. De referir que, ainda este Verão, iremos ter em funcionamento um complexo de paddle com seis campos. Também os espaços que temos de auditório, para 300 pessoas, e
salas de conferências são muito procurados, até porque potenciam o networking.

Em números, que impacto teve a criação do TECMAIA na fixação de empresas no concelho e na receção de trabalhadores qualificados?

Há uns meses, em parceria com a Associação Internacional de Parques de Ciência e Tecnologia, participámos num estudo académico que concluiu que o impacto social do TECMAIA se cifra em cerca de 250 milhões de euros. Um número que nos honra, mas que muito nos responsabiliza. Depois, temos também indicadores que sustentam que as empresas instaladas no parque devolvem muito mais em impostos do que benefícios ou fundos que tenham recebido. Como disse, são empresas multinacionais, algumas até de total gestão portuguesa, que continuam a crescer e à procura de talento. Aliás, neste momento, são mais de 100 as oportunidades de carreira em aberto para o total das empresas instaladas.

Acredita que a existência destes polos é a solução presente e futura para assegurar uma maior fixação das empresas nas diferentes regiões do país?

Creio que os Parques de Ciência e Tecnologia caminham para uma segmentação cada vez mais focada. Repare-se que a Área Metropolitana do Porto se tem posicionado para acolher grandes centros de serviços partilhados, por exemplo, tendo o TECMAIA dois deles. É um caminho. No entanto, o que gostava mesmo era que todo o tecido empresarial pudesse replicar as condições de trabalho e preocupação máxima com os colaboradores como as empresas instaladas no TECMAIA demonstram. Seria um ganho social absoluto.