Definiu sempre o seu percurso de forma a alcançar um cargo de liderança como objetivo último?
Não defini, aconteceu naturalmente. Depois, assumi o meu objetivo e da equipa: um dia percebi que a empresa dos EUA, cujas marcas represento, contava comigo para ajudar na construção da equipa em Portugal e agarrei a oportunidade. Cresci com a equipa e acabei por criar a própria agência dentro de um negócio que tem uma dimensão mundial. Sou uma de muitas vencedoras e vencedores.
Acredita que as mulheres estão a conquistar o seu espaço na liderança dos negócios?
É um facto, mas sempre existiu essa capacidade. As mulheres foram apenas “rotuladas” tendo em conta todas as outras funções que lhes são atribuídas – maternidade, gestão da casa, cozinhar -, e ninguém as ajudava a crescer profissionalmente. Felizmente, esta condição mudou.
Que mais-valias destacaria numa liderança feminina?
A sensibilidade para lidar com pessoas, a facilidade em criar empatia, a persistência e a flexibilidade. A mulher adapta-se mais facilmente à mudança.
No que respeita à Indexit, como se posiciona no mercado e como avalia esta crise económica e o seu impacto nas empresas?
A agência Indexit é um projeto de 11 anos que conquista a cada dia um lugar, à custa de muita aprendizagem, muito erros e muita dedicação. O nosso cliente sabe que pode ligar 24 horas, se necessitar, oito dias por semana, e terá quem o atenda. Não existem tabelas de preços, cada cliente é um caso único e merece pré-avaliação do negócio, pois a solução de um nem sempre serve a outro! Temos clientes internacionais feitos há cinco anos e grandes marcas portuguesas já negociaram connosco.
O online pode ser o espaço ideal para a reconversão e sobrevivência de muitas empresas?
O online é a solução que veio para ficar. Há que descobrir o lado positivo, há reduções de custos, agilização de processos, maior proximidade, sem perda de tempo…
Como antevê os próximos tempos, a médio prazo?
O próximo ano e meio será de muito trabalho duro. A maioria não irá aguentar, mas julgo que, se soubermos reinventar-nos, há uma saída. Eu estive quatro semanas parada a avaliar o negócio, dois meses e meio sem receber e despedi toda a equipa. Tínhamos atingido metas neste mês de janeiro, com grandes investimentos em 2019, e em março tivemos de recomeçar. Era nesta altura que íamos recuperar investimentos, e já tínhamos negócios fechados que o asseguravam, mas perdemos tudo. Mas foi a melhor coisa que podia acontecer, pois permitiu avaliar com calma a estrutura, procedimentos, custos e perceber que esta era a oportunidade de evoluir e fazer mais e melhor!
