“Um imóvel com preço justo vende-se rápido”

Jerome Ferreira é o broker da VILLAMARKET, uma agência de mediação imobiliária especializada no mercado francófono. Com a pandemia e o fecho das fronteiras aéreas e terrestres, os clientes recorreram às novas tecnologias para concretizar negócios, mas foram os portugueses quem, ainda assim, mais transacionou imóveis no mercado algarvio.

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Jerome Ferreira, broker

A VILLAMARKET assegura “uma villa de sonho, a preço market”. Este é um dos pontos-chave da vossa forma de trabalhar. Como conseguem assegurar isso?

“Uma VILLA de sonho a preço MARKET” é mais do que uma forma de trabalhar, é o nosso slogan, a nossa imagem de marca, tendo em conta que existe uma grande procura por moradias, em francês “VILLAS”, já que o mercado francófono é um dos nossos mercados-alvo. Para conseguirmos obter “o preço MARKET” aconselhamos os proprietários logo na altura da angariação, para colocarmos o imóvel ao preço justo do mercado, a fim de conseguirmos encontrar um comprador, pois os imóveis “a preço MARKET” vendem-se, enquanto os outros ficam no mercado.

No Algarve, muitas pessoas procuram essencialmente casas para férias ou para, posteriormente, arrendar, rentabilizando o restante tempo em que não se encontram na região. Como caracterizaria o mercado algarvio?

Sim, o mercado algarvio é diferente e sinto bastante isso, tendo em conta que desde o início desta pandemia estamos a expandir-nos no resto do país. O mercado do Algarve é muito mexido e trabalha-se há muitos anos com clientes ingleses e alemães. Apenas há poucos anos é que surgiu o mercado dos reformados francófonos. No resto do país, noto que não se trabalha tanto com clientes que vêm de fora. Os clientes estrangeiros procuram o Algarve para adquirirem imóveis para férias e para rentabilizar, mas nos últimos anos reparámos que muitos clientes procuram o Algarve para se reformarem (apesar desta tendência estar a diminuir drasticamente de há um ano para cá) usufruindo de um clima mais ameno, da segurança que oferece o nosso país, de algumas vantagens fiscais e da nossa gastronomia.

Com a pandemia, os estrangeiros viram-se impedidos de chegar a Portugal. Que influência isso teve no vosso negócio?

O negócio em si esteve parado. Apenas agendámos algumas escrituras com os nossos clientes portugueses, porque nem visitas podíamos fazer aos imóveis. Apesar desta situação, tivemos imensos contactos de clientes nacionais e estrangeiros a pedirem vídeos e visitas virtuais às casas, pois tivemos de nos adaptar às novas tecnologias e a uma nova realidade, mas muitos clientes desistiram dos projetos que tinham.

Quais são, ainda assim, os negócios que se vão realizando?

Existe uma tendência de muitos clientes, portugueses na sua maioria, que procuram moradias isoladas – “VILLAS” – tanto para a habitação permanente, como para segunda habitação. Temos também transacionado muitos terrenos para construção, desde o início da pandemia.

Como vê, enquanto empresário, os apoios e as medidas concedidas para fazer face à pandemia?

Os apoios para a atividade de mediação imobiliária são quase nulos. Só peço que nos deixem trabalhar, pois há mais de um ano que usamos gel e máscaras durante as visitas, por isso nada mudou para a nossa atividade. Não percebi o porquê de castigar a nossa área neste último confinamento.

Como antecipa a evolução do mercado imobiliário, no restante ano?

Espero sinceramente que os clientes se motivem para adquirirem casa após o fim deste confinamento, porque irão surgir algumas boas oportunidades tendo em conta que irá aparecer muito casa no mercado, devido ao fim das moratórias. Em relação ao Algarve, há pessoas que acreditam que este será um bom Verão, por isso a maior quantidade de casas irá aparecer no mercado apenas a partir de outubro, o que poderá levar a reajustamentos nos preços.