Pedro Brandão, como aconteceu a entrada da Clariter Group em Portugal?
P .B.:Portugal é um destino de excelente reputação tecnológica na Europa. Prova disso são as inúmeras empresas que apostam muito forte nas competências e experiência de profissionais nacionais. Isto fez com que a Clariter Group decidisse alargar a sua cobertura passando a incluir Portugal, onde estamos a criar a nossa nova equipa local.
Sendo que ainda contamos apenas com alguns meses ativos no mercado, podemos fazer um balanço preliminar virado para duas frentes: a recetividade e o sucesso. Já tivemos contacto e apresentámos as nossas soluções a dezenas de entidades nas mais variadas verticais, onde há um caminho definido de transformação e utilização de canais digitais. Quando se toma conhecimento sobre os serviços e metodologias da Clariter Group, onde envolvemos o consumidor final dos nossos clientes em todo o processo, criamos sempre um momento de admiração e entusiasmo, e a recetividade tem sido muito boa. Na vertente de sucesso, em sequência com a boa recetividade, já nos foi possível arrancar no último trimestre de 2019 com projetos em clientes nacionais.
Dr. Rosario Gambardella, porque decidiram avançar também para um centro em Portugal?
R.G.: A Clariter Group é uma PME multinacional que sempre esteve focada e apaixonada por fornecer soluções e serviços inovadores e metodologias concebidas para melhorar as «interações» entre os nossos clientes e os seus próprios clientes – os consumidores finais – de uma forma internacional. O nosso principal objetivo é cobrir a Europa nos próximos dois anos. Podemos dizer que há duas razões principais para termos decidido apostar em Portugal. Em primeiro lugar, é um país com um excelente ambiente no negócio das TI, com profissionais muito qualificados e clientes com um enorme potencial para a Clariter Group. Em segundo lugar, porque vemos Portugal como uma porta aberta para novos negócios noutros países.
Portugal é um destino de excelente reputação tecnológica na Europa
Que serviços propõe a empresa aos seus clientes nacionais?
P.B.: A nossa metodologia assenta num conjunto de serviços de Consultoria, Otimização, Acompanhamento e Implementação do processo de Gestão e Controlo de Qualidade de aplicações móveis e portais que sejam utilizados pelos consumidores para adquirirem o que os nossos clientes têm de oferta. Esses serviços são disponibilizados pelos nossos profissionais, com formações e valências distintas, de modo a entregar valor em duas vertentes principais: a redução de custos associados a esses processos e a aceleração da entrada no mercado de soluções digitais com elevada robustez e qualidade.
Começando no desenho ou reformulação de canais digitais, passando pela deteção de problemas de funcionamento ou experiência de utilização e incluindo a monitorização contínua e participação ativa na promoção da visibilidade e reputação dos produtos e serviços dos nossos clientes, criamos um aumento do sucesso de negócio e reduzimos de modo muito significativo o impacto negativo que qualquer exposição global de novas soluções pode ter quando não é exposta e validada no mundo real, o que é virtualmente impossível de reproduzir em qualquer simulação ou laboratório.

Crê que Portugal pode ser uma boa porta de entrada para o mundo lusófono, nomeadamente o mercado brasileiro?
P.B.: O processo de crescimento e expansão do Grupo Clariter não assenta só numa perspetiva europeia. A intenção é rumar a destinos noutros continentes, cobrindo pontos-chave em economias em crescimento e que sejam recetivas tecnologicamente a ofertas diferenciadoras. Não é apenas o Brasil que se enquadra nesta estratégia, mas certamente é um dos mercados-alvo onde queremos ingressar e o estabelecimento do Grupo Clariter em Portugal tem como objetivo alavancar essa entrada, com o apoio de proximidade de língua e de relações de confiança entre países, aplicando-se também a países do continente africano.
Como classifica o mercado português, no que respeita a desafios e oportunidades?
P.B.: O mercado português é um mercado com muitas oportunidades nesta área. Há uma clara Agenda Digital na mesa da Gestão de múltiplas verticais como Banca e Produtos Financeiros, Retalho e Consumo, Seguros, Saúde, Tecnologia e Comunicação, Indústria e Serviços. O desafio imperativo é que seja implementado um caminho para que essas empresas consigam chegar ao consumidor final cada vez mais, usando canais digitais onde podem exponenciar os seus negócios (em volume e qualidade e em redução de custos operativos) e há a apetência para adoção de abordagens inovadoras e para o desenho, construção e operação de soluções onde o consumidor seja parte de todo o processo. Nem todas as organizações poderão dedicar recursos e esforço internamente a estas iniciativas e é aí que a Clariter Group tem a sua oportunidade, em ser o parceiro de escolha para essas organizações e o defensor independente da Garantia de Qualidade digital.
O principal desafio é a resistência à mudança, que se vê em vários casos de organizações que consideram que ainda é cedo para inovar no modelo que está institucionalizado e em vigor de Garantia de Qualidade no que toca a canais digitais. Nesses casos temos participado em atividades de demonstração e aplicação do nosso modelo dentro da própria organização, para deixar evidências das mais-valias, e isso tem-se demonstrado de vital importância para a Clariter Group e para os nossos clientes.
Como se posicionará a Clariter Group neste mercado?
A Clariter Group tem como objetivo muito concreto posicionar-se como uma empresa global com uma forte componente local em cada país onde se instala. Queremos ser o parceiro de proximidade e disponibilidade imediata, alguém que vive na mesma rua. Seremos também um promotor da mudança, um parceiro de confiança e um defensor agnóstico e isento da qualidade de aplicações e portais que são disponibilizados aos consumidores finais pelos nossos clientes. Acreditamos que a nossa mais-valia é como complementares aos processos existentes e que trabalhamos para melhorar. Queremos ser disruptivos e aceleradores na abordagem e na inovação, mas não perturbadores.