Com a empresa a atravessar grandes dificuldades financeiras e com pagamentos em atraso tanto a funcionários como fornecedores, a sobrevivência parecia uma arrogante utopia para quem entrava e saia todos os dias dos seus escritórios. Correndo grandes riscos de se tornar mais uma empresa da área têxtil a extinguir-se naquela época, José Guimarães Teixeira foi dos poucos a acreditar que seria possível evitar todo esse drama. Com a criação de empresas associadas e com um investimento pessoal para obter o capital social da Fortiustex nos anos seguintes, a verdade é que no final de 2014 a empresa não só já tinha anulado o seu défice anual como já conseguia lucrar. Qual o segredo para tal? José Guimarães Teixeira explica: “O projeto tinha um histórico não muito recomendável em termos económicos. Mas a verdade é que apesar desse défice, quando assumimos o projeto, entendemos que havia capital humano para poder inverter essa tendência negativa. Portanto falamos com todos os colaboradores, e pedimos que se envolvessem no projeto tal como nós o iriamos fazer. Só assim se poderia alterar de forma relevante o percurso que estava a ser seguido”, garante.
“ENTENDEMOS QUE HAVIA CAPITAL HUMANO PARA PODER INVERTER ESSA TENDÊNCIA NEGATIVA”
Mantendo o pessoal já vinculado à empresa há vários anos, e com produções de vendas similares às que já existiam, o administrador português conseguiu encontrar alternativas para aumentar os resultados da Fortiustex, mas nem na explicação dessas soluções se esqueceu de mencionar a importância de todos os colaboradores: “Com o volume de negócios a manter-se semelhante, os resultados foram sempre crescendo, o que é curioso. Como? Redução de custos, racionalidade dos processos, mudanças de mentalidade… mas acima de tudo, a envolvência cada vez mais crescente da nossa equipa. Quando se trabalha focado e de uma forma integrada, difícil é não haver melhorias”, reitera. Além do mais, o empresário garante que faz questão de assumir uma postura “exemplar” nos cumprimentos com todos os funcionários, tanto em termos de “prazos como de remunerações”: “Faz parte da nova cultura empresarial que queremos e conseguimos implementar”, explica o gestor.
“QUANDO SE TRABALHA FOCADO E DE UMA FORMA INTEGRADA, DIFÍCIL É NÃO HAVER MELHORIAS”
No último ano a empresa portuense apresentou um aumento de vendas de 25% em relação ao anterior, garantido um resultado líquido de 700 mil euros, e acima de tudo, um “reconhecimento excecional das pessoas por todo o projeto desenvolvido”, quando há uma década poucos acreditariam num cenário destes. E o que faz a empresa continuar a crescer? “Novos clientes, novos produtos. Temos pessoas notáveis com uma sensibilidade muito grande para a perfeição, o que faz com que todos os nossos produtos sejam únicos”, relata José Guimarães Teixeira. A verdade é que a Fortiustex apresenta hoje uma linha de “artigos de banho, que tem tido uma procura muito significativa nos últimos dois anos”, e com uma política determinada de cumprimento de prazos que a tornam hoje numa empresa fiável no mercado nacional.
“TEMOS PESSOAS NOTÁVEIS, COM UMA SENSIBILIDADE MUITO GRANDE PARA A PERFEIÇÃO, O QUE FAZ COM QUE TODOS OS NOSSOS PRODUTOS SEJAM ÚNICOS”
Com clientes como a Emporio Armani a fazerem parte do leque de produção da empresa, a Fortiustex é hoje uma referência em Portugal a todos os níveis, e inegavelmente marcada pela aposta que foi feita no capital humano, dando ao mundo empresarial o testemunho de que é possível ter sucesso quando é devolvida a motivação necessária a qualquer trabalhador. Não obstante toda esta evolução, será possível crescer ainda mais no setor têxtil? José Guimarães Teixeira não hesitou em evidenciar o que falta no atual mercado: “Mais condições para sermos competitivos. Mercados como a Turquia ou Marrocos são
mercados que, através dos custos com o pessoal, ou mesmo nas matérias-primas, conseguem um avanço muito grande relativamente a nós, em questões que não podemos controlar. Até lá, temos que fazer o melhor uso possível dos nossos recursos, e mais uma vez, das pessoas!”.