Foram praticamente quatro meses de uma verdadeira campanha eleitoral. A mesma, intensa desde o seu início, começou no dia em que se percebeu que António Costa não reunia as condições para continuar a ser o Primeiro-Ministro de Portugal.
Desde então, tem-se vivido num constante clima de campanha eleitoral, ainda que em moldes diferentes de campanhas passadas, com o surgimento de novas formas de abordagem ao eleitor.
Admito que os partidos políticos tenham olhado para o passado e visto os resultados de anteriores eleições, tendo certamente constatado que nenhum deles tem vindo a ganhar votos, pelo contrário, todos têm vindo a perder. A verdadeira vencedora das eleições, nos últimos dez anos (pelo menos) tem sido, claramente, a abstenção. Entre a abstenção, os votos nulos e os votos em branco, a maioria absoluta tem-se assumido como a daqueles que preferem não escolher ninguém a escolher os que têm à disposição.
Talvez por aí, tenham surgido as tais novas abordagens de campanha, que procuraram trazer, essencialmente, uma nova forma de humanizar o candidato político: estou a falar, muito concretamente, nos diversos podcasts, episódios de programas humorísticos e posts em redes sociais, que foram protagonizados por parte de todos os candidatos às legislativas.
E, é um facto, a política precisa de aproximar as pessoas de si, precisa de demonstrar que também eles (os candidatos) têm – ou tiveram -, uma vida igual à de todos nós. No fundo, tem havido uma constante tentativa de humanização da política.
Ainda que este tipo de campanha impacte, essencialmente, junto das faixas etárias mais jovens, a verdade é que não há memória de uma quantidade tão grande de partilha de conteúdos políticos nas redes sociais, como aconteceu ao longo dos últimos meses.
Os clássicos vídeos reproduzidos em canais generalistas em tempo de antena, aos dias de hoje, não são formas eficazes de propaganda e estão completamente ultrapassados, nem tampouco as arruadas são uma forma mobilizadora daqueles que não têm qualquer relação partidária com determinado partido que as organiza.
Não obstante não podermos empiricamente demonstrar que o aumento da partilha de conteúdos políticosaproxima a população das urnas, é precisamente essa a minha expetativa e esperança para o próximo domingo.
Mas, mais que uma expetativa, este texto é praticamente o meu “apelo pessoal” ao voto de todos aqueles que estão a ler este texto. Outrora, o voto foi a conquista mais importante de toda uma nação e, no próximo domingo, dia 10 de março de 2024, é hora de voltarmos a honrar aqueles que tanto lutaram para que este fosse um direito adquirido.
Dia 10 de março de 2024, mais do que a vitória de qualquer partido político, espero uma grande vitória da democracia expressa através do exercício do direito (e dever) de voto.