Fundação ISS Mais um Sorriso – 13 anos a ajudar quem mais precisa

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Eulalia Devesa, Diretora de Responsabilidade Social Corporativa de ISS Ibéria

A Economia Social é um dos temas da década que está a começar e a ISS já tem esse como um tema que lhe diz muito. A Valor Magazine conversou com Eulalia Devesa, diretora de Responsabilidade Social Corporativa da ISS Iberia, sobre a importância que a empresa dá a este assunto.

Fale-me um pouco da filosofia interna da ISS, quer enquanto recrutador, quer enquanto fundação, que acolhe e integra pessoas em risco de exclusão social nos seus quadros, bem como as ajuda, através da fundação.

A responsabilidade social faz parte da nossa cultura desde o início do grupo ISS (Dinamarca,1901). Somos uma empresa integradora por natureza e temos um código de ética de boas práticas e de conduta interna para fornecedores. Na ISS Ibéria, os nossos valores são a honestidade, a iniciativa, a responsabilidade e a qualidade, deste modo acreditamos que estes valores devem ser transmitidos em todas as tarefas do nosso dia a dia. Esforçamo-nos para que todos os nossos colaboradores partilhem estes valores e desenvolvam um propósito que esteja alinhado com a companhia e com os nossos clientes. Na ISS somos cerca de 39.000 colaboradores a nível ibérico, dos quais cerca de 5.000 estão aqui em Portugal, por este motivo é que as pessoas são a nossa prioridade, tanto os nossos colaboradores bem como as pessoas que usam os espaços dos nossos clientes. A inclusão social das pessoas que estão em risco de exclusão social é uma das iniciativas que pomos em prática desde as nossas origens. A Fundação ISS Mais Um Sorriso trabalha a cada dia para alcançar este objetivo, criar empregos dignos e de qualidade nos lugares onde as condições são mais difíceis.

O que levou a ISS Portugal a integrar recentemente a Fundação Mais um Sorriso Iberia?

Foi um passo natural na nossa história. Nós já contávamos com programas de inclusão social e há 13 anos que a fundação se criou em Espanha. Acreditamos que era momento de alargar a sua atividade também a Portugal. Promovemos assim o emprego de qualidade em todos os serviços que realizamos: limpeza, manutenção, jardinagem, entre outros, nos países onde estamos presentes, no entanto como empresa multinacional que somos, temos também a obrigação de ajudar nos lugares onde existem menos oportunidades.

Esta Fundação é financiada pelos próprios colaboradores da empresa. Julga que esta forma de os integrar também nos projetos – os colaboradores são, por si só, os financiadores – os faz sentir-se ainda mais integrados, comunitariamente, e responsáveis por algo ou alguém?

Efetivamente, a Fundação é financiada com a participação voluntária dos trabalhadores da ISS através dos cêntimos doados dos seus ordenados, sendo que todo o montante angariado é destinado na sua totalidade à criação de emprego em países em vias de desenvolvimento. Tentamos envolver os nossos colaboradores o máximo possível com as nossas iniciativas, por exemplo, há alguns meses viajamos à Índia com 18 funcionários que ganharam um concurso interno para que conhecessem os projetos que desenvolvem na Índia com a Fundação Vicente Ferrer. Para que o projeto possa ser financiado pela Fundação Mais Um Sorriso, o requisito fundamental é que seja um projeto que esteja em conformidade com os nossos valores e que tenham como objetivo ajudar a comunidade ou a sociedade local através da criação de postos de trabalho dignos e sustentáveis. Na verdade, e no final de todo este processo, o vínculo dos funcionários vai mais além da simples relação emprego-salário, uma vez que eles também são parte dos projetos e sentem orgulho por isso.

Que projetos já foram levados a cabo e que resultados obtiveram?

Desde a sua fundação, há 13 anos, a fundação ISS Mais Um Sorriso desenvolveu 10 projetos solidários com pessoas em risco de exclusão social em oito países em vias de desenvolvimento: Angola, Colômbia. República Dominicana, Marrocos, PERU, Burquina Faso, Equador e Índia. Desde aí, foram criados mais de 8.500 empregos nestes países. Deste modo, a inversão no decorrer destes 12 anos foi superior a 8750.600 euros e foi apoiada pela participação voluntária de mais de 7.600 sócios da ISS. Desenvolvemos projetos de todo o tipo, desde a formação em artesanato dirigido às mulheres na Índia, até à criação de bancos de sementes de alta qualidade em Angola, terminando na criação de microempresas de gestão de resíduos no Perú.

A ISS também se preocupa com os seus colaboradores e, este ano, a ISS Portugal entregou a sua primeira bolsa de estudo. Formar os colaboradores e entusiasmá-los no que respeita aos estudos e à evolução académica é um dos objetivos da ISS Portugal?

Na verdade, a entrega de bolsas de estudo de excelência era uma iniciativa que fazíamos em Espanha e que em 2019 começamos a implementar em Portugal. As bolsas de estudo destinam-se a filhos, irmãos ou netos de funcionários que tenham as melhores notas na universidade. Como uma empresa composta por pessoas, a motivação e o desenvolvimento dos nossos colaboradores são fundamentais para alcançar o nosso propósito e o dos nossos clientes. Através da formação fomentamos não só os nossos serviços, más também a empregabilidade dos nossos funcionários.

Já existem novos projetos para este ano?

Desde o ponto de vista social, este ano estamos focados principalmente em três aspetos que fazem com que continuemos a crescer como uma empresa socialmente responsável. Em primeiro lugar, continuamos a incentivar a inserção de pessoas em risco de exclusão social. Para isso contaremos com a colaboração de diferentes entidades como CERCIMA, APPACDM o ACAPO que nos ajudarão a melhorar as oportunidades de vida destas pessoas. Queremos também continuar a promover os programas de aprendizagem e desenvolvimento dos nossos funcionários, e para tal objetivo apostamos nas novas tecnologias. Este investimento permitirá alcançar um maior número de pessoas e formar profissionais mais qualificados. Para além disso, este ano de 2020, marcamos como objetivo que um dos projetos apoiados pela Fundação ISS Mais Um Sorriso, seja num país de língua oficial portuguesa, para que as pessoas sintam o apoio que dão ainda mais de perto.