“Iliteracia financeira e salários baixos explicam a necessidade de renegociação do crédito”

A CREDISEGUR trabalha nas áreas de intermediação de crédito e mediação de seguros. Ricardo Ferreira, o CEO da marca, explica a importância de disponibilizar aos clientes dois serviços que são fundamentais no decurso da sua vida financeira e essenciais quando se fala em reorganizar o orçamento familiar, embora, para este especialista em crédito e seguros, a questão essencial e estrutural na vida económica dos portugueses esteja nos baixos salários e na ausência de disciplinas escolares que ensinem a lidar com o dinheiro.

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Que tipo de auxílio pode um intermediário de crédito prestar, numa situação em que é urgente renegociar o crédito habitação e outras prestações existentes?

Numa situação como a que indica, a ajuda de um intermediário de crédito é crucial. A atividade de Intermediação de Crédito é regulada pelo Banco de Portugal desde 2018. Os intermediários de crédito vinculados oferecem um serviço inteiramente gratuito aos seus clientes e a sua função é encontrar as melhores soluções de financiamento para as suas necessidades específicas. Na CREDISEGUR, analisamos a situação financeira dos clientes (rendimentos, despesas e dívidas existentes) para entender a sua taxa de esforço e capacidade financeira. Com
base nessa análise e em nome dos clientes, procuramos as diferentes opções de financiamento disponíveis, o que resulta em taxas de juro mais baixas, prazos mais favoráveis e condições gerais mais vantajosas. Na CREDISEGUR, acompanhamos todo o processo de (re)negociação, certificando-nos de que todas as etapas são tratadas de forma eficaz e célere.

Que impacto teve esta crise inflacionista vs. a subida das taxas de juro para as famílias, que se refletiu na necessidade de renegociar o seu crédito?

Uma das funções do BCE é controlar a inflação e mantê-la abaixo de 2%. A subida das taxas indexantes tem como resultado o menor acesso ao crédito, consequente baixa no consumo e regulação da inflação pela lei da oferta e da procura. Como em Portugal mais de 90% das pessoas contrataram o seu crédito habitação num
formato de taxa variável, grande parte das pessoas ficaram expostas às agressivas subidas da taxa de juro indexante (Euribor) e viram o seu rendimento líquido disponível esmagado. Esta combinação financeira explosiva motivou a reavaliação de despesas por parte das famílias e a renegociação do crédito habitação. Hoje há soluções de Taxa Mista e Fixa, que se mostram mais vantajosas que a Taxa Variável. Apesar da melhor altura para contratação de Taxas Mistas ou Fixas ser quando as taxas de referência são baixas, a verdade é que no momento estas estão mais competitivas que a Taxa Variável e traduzem-se numa poupança muito significativa.

Há problemas que se criam na gestão financeira das famílias devido à falta de literacia financeira. O que está a ser feito para corrigir esta realidade?

Alguns stakeholders da sociedade portuguesa, entre eles várias empresas da área da intermediação de crédito, têm contribuído para o aumento da literacia financeira da população portuguesa. Contudo, continua por resolver a questão do ponto de vista estrutural. Uma das várias soluções deveria passar por incluir disciplinas dedicadas ao tema durante o período escolar, pois se parte da nossa vida fala sobre finanças, não faz sentido não dominarmos o tema.

As medidas que o Governo lançou para ajudar no pagamento da prestação mensal, nomeadamente através da fixação da mesma, são positivas e suficientes?

As medidas do Governo são conjunturais e não representam uma solução verdadeira e estrutural. A redução da Euribor com a fixação da prestação é importante, assim como a bonificação de juros, para uma parte da população que não consegue mesmo renegociar os seus créditos por manifesta incapacidade financeira. O meu conselho às famílias com crédito habitação passa pela renegociação junto do próprio banco ou transferência do crédito para outra instituição bancária, de preferência recorrendo a um intermediário de crédito vinculado. Neste
momento existem vários bancos que suportam despesas de transferência de crédito e que apresentam soluções de taxa mista desde 2,9% a dois anos. Esta solução cria real poupança, contrariando a medida proposta pelo Governo que aumenta o Montante Total Imputado ao Consumidor. As famílias podem verificar esta comparação em https://reducao-euribor.credisegur.pt/.