A importância do seguro de crédito

A CESCE é especialista em seguros de crédito e a diretora geral da empresa em Portugal, Rita Lacerda, explicou a importância deste tipo de segurança financeira.

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Rita Lacerda, Diretora Geral da CESCE Portugal

A CESCE é uma referência na sua área de atuação. Em Portugal, a economia está saudável, atualmente, para que as empresas invistam e, portanto, precisem de um parceiro estratégico como a CESCE?

Precisamente por existir instabilidade no mercado é que as empresas precisam de um parceiro como a CESCE. Após os anos de crise, muitas empresas que resistiram tornaram-se mais fortes porque ganharam o mercado das empresas que desapareciam no seu setor. Mas depois disso, para se manterem, tiveram que crescer apostando no investimento de procura de novos mercados.

Mas há riscos no investimento de novos mercados. Desconhecimento das empresas, setores, legislação e costume local; insolvências, empresas em recuperação e atrasos de pagamento. Há, além disso, alguns fatores que podem agravar estes riscos, como a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as políticas alfandegárias, o abrandamento económico ou a contração do crédito comercial. Tudo isso pode gerar inseguranças capazes de prejudicar um investimento ou uma transação.

Uma das peças fundamentais para o funcionamento da engrenagem empresarial é o seguro de crédito, uma autêntica alavanca de impulso para os negócios com vocação para o crescimento no mercado nacional ou internacional. Uma empresa que tem seguro de crédito aumenta as suas vendas. Este seguro permite que as empresas se movimentem com segurança em todas as fases do negócio e proteger os seus investimentos, bens e serviços.

A CESCE oferece aos seus clientes desde a informação inicial necessária para a entrada em novos mercados, até à monitorização e vigilância de riscos, Risk Management. Oferecemos também a possibilidade de segurar a totalidade ou parte das vendas, o que dá uma enorme elasticidade ao produto. No nosso seguro de crédito, o segurado não é obrigado a segurar todas os seus clientes,pode escolher só alguns. Além disso, pode não pagar prémio mínimo, tem uma cobertura da Cesce de 95% das suas faturas e em caso de incumprimento pagamos as indemnizações em dois meses. O nosso mercado são todas as empresas, em qualquer setor que venda a crédito a outras empresas privadas. No seguro de crédito estão normalmente excluídas as empresas públicas, com exceção por vezes do risco politico de algumas empresas públicas.

Que lições de gestão e estratégia de negócio foram aprendidas durante os anos de crise económica, em Portugal? As empresas portuguesas estão mais cientes dos riscos e menos expostas?

As empresas perceberam que não podiam continuar a aceitar prazos de pagamento tão dilatados. Existia um autêntico financiamento das empresas umas nas outras com pagamentos dos créditos em prazos superiores a seis meses. Neste momento quebrou-se essa regra, já ninguém aceita esses prazos e o deslizamento e aceitação de prorrogações de pagamento após o vencimento das faturas é muito menor. As empresas sabem que vender com prazos alargados, aumenta exponencialmente o risco. Os nossos empresários também passaram a tomar medidas para conhecer os novos clientes com quem não tinham experiência comercial, mas também a tomar medidas para continuar a vender aos clientes de sempre, com quem, em princípio, não esperariam incumprimentos. As empresas que estão menos expostas aos riscos são as que têm seguro de crédito.

Enquanto mulher, à frente de uma empresa com funções estratégicas junto dos seus clientes, como avalia o seu percurso? Alguma vez sentiu que as dificuldades eram maiores por ser mulher?

Eu nunca senti dificuldades no meu percurso profissional associado ao facto de ser mulher. Nas empresas onde passei sempre tive várias oportunidades para desenvolver o meu trabalho e a minha carreira, com respeito e adequação ao meu valor e esforço. Mas acredito que há muitas mulheres que são discriminadas em funções, título e remuneração pelo facto de serem mulheres. Eu tive a sorte de não ter passado por empresas onde se pratica este tipo de discriminação. De qualquer forma continuo a acreditar que com dedicação, capacidade de trabalho, empenho e trabalho em equipa, os resultados e oportunidades profissionais acabam por aparecer.

Reconhece nas empresas portuguesas uma maior abertura ao facto de as mulheres alcançarem posições de liderança?

Sim, nas empresas portuguesas e de outras nacionalidades. A CESCE é uma empresa espanhola e temos várias mulheres em Espanha a liderar Direções importantes. Na CESCE Portugal eu sou a primeira Diretora Geral mulher, mas também temos por exemplo uma Diretora Geral na CESCE Brasil. Continuam a existir mais lugares de liderança nas empresas ocupados por homens, mas creio que o crescimento desses lugares ocupados por mulheres crescerá exponencialmente.

No que respeita aos desafios diários, colocados pelos diferentes papéis que a mulher desempenha, sentiu alguma vez que tinha de descurar um lado – pessoal ou profissional – em detrimento do outro?

Sim, claro. Quando os meus filhos eram mais pequenos, trabalhava menos horas do que agora. Também agora tenho também mais disponibilidade para fazer viagens em trabalho. Mas a dedicação ao lado pessoal, principalmente quando os filhos são pequenos, não vejo isso como um descurar o lado profissional. É uma fase da vida, uma consequência natural de ter filhos e tanto os homens como as mulheres devem privilegiar o tempo que dedicam aos filhos. É preciso e é possível encontrar um equilíbrio cumprindo as nossas obrigações profissionais e familiares.

Da forma como a sociedade se encontra atualmente estruturada, é possível conciliar todos os papéis sociais e viver intensamente cada um?

É possível conciliar todos os papéis sociais, só não sei é se é possível viver intensamente cada um! Mas esse deve ser o nosso objetivo, trabalhar com concentração e dedicação e aproveitar bem os tempos livres.