Academia do Empresário: onde o empreendedorismo encontra soluções

Sandra Sousa fundou a Academia do Empresário há quatro anos. Licenciada em Química e com experiência em PME, multinacionais e negócios familiares, percebeu que os problemas eram sempre os mesmos e que, nas empresas mais pequenas, tinham um impacto ainda maior. A Academia do Empresário procura entregar aos empresários soluções práticas de gestão, pessoas e processos. Num local único, concentra conhecimento, formação certificada e acompanhamento contínuo, apoiando tanto empresas já estabelecidas como quem está a dar os primeiros passos no seu negócio.

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Há quatro anos fundou a Academia do Empresário. Sentia que o mercado tinha necessidade de algo assim? Que serviços tem para oferecer ao mercado?

Eu fui trabalhadora por conta de outrem alguns anos, e passei pela indústria, em multinacionais e terminei o meu percurso numa empresa familiar. No entanto, essa experiência fez-me perceber que as empresas mais pequenas, sobretudo aquelas com até 30 colaboradores, tinham uma enorme dificuldade em aceitar que sistemas e organização que funcionam nas grandes empresas pudessem funcionar também quando aplicados ao seu próprio dia a dia empresarial. Isso incomodava-me bastante. Por essa razão, hoje, a Academia do Empresário entrega ferramentas de A a Z aos negócios, desde recursos humanos, enquadramento legal e fiscal, procedimentos, automatização, formação… Na verdade, o tamanho da empresa e a sua área de atuação são pouco relevantes, dado que os desafios são muito semelhantes: passa tudo por gestão, comunicação, organização e estratégia.

Quais os problemas que encontram com mais frequência?

Eu diria que o que é quase transversal a todas as empresas, sobretudo às PME, é a questão de o dono ter inicialmente sido um técnico. Ele é um executante e não é da área da gestão, pelo contrário, vai adquirindo conhecimentos de gestão ao longo do tempo. Encontramos coisas muito básicas, como margens de lucro e precificações mal calculadas, responsáveis de empresas que não sabem ler um balancete…
Mas, na realidade, estas empresas faturam e é por isso que os empresários preferem continuar a “remediar”. A questão é onde é que estas empresas poderiam chegar se não tivessem todas estas dificuldades.

Relativamente à necessidade de dar conhecimento aos empresários, este aspeto é essencial? Como se posiciona a Academia do Empresário nesse sentido?

A Academia do Empresário iniciou, em 2024, a primeira edição do Mentoring Programme B2B: um programa de meio ano, totalmente financiado pela academia e gratuito para os participantes. Contactámos câmaras municipais e
associações empresariais. Este foi o primeiro programa da Academia de capacitação para empreendedores e pessoas que estivessem nos primeiros passos do seu negócio e foram convidados empresários que já tinham empresas há muitos anos, para darem também mentoria às pessoas.
No entanto, as instituições públicas – câmaras, associações… – não foram os veículos principais pelos quais nos chegaram os interessados. Noto que se fala muito sobre estes temas, fica muito bonito, vende muito, no entanto na
realidade, quando aparecem soluções não há disponibilidade para as implementar e acabam por não chegar a quem realmente precisa delas. Acredito que, muitas vezes, isso se deva à falta de literacia do próprio responsável / governante, porque muitas pessoas que estão em cargos políticos relevantes não têm formação em gestão.

Que mensagem gostaria de deixar a todas quantas querem iniciar o seu próprio negócio, mas têm receio de o fazer?

Antes de tudo: informem-se. Procurem equipar-se com o máximo de informação possível e a Academia é um desses sítios. A informação só é útil se soubermos o que fazer com ela. Depois de se informarem, arranjem um grupo de
suporte que vos possa acompanhar – principalmente nos primeiros anos e antes de iniciarem o negócio saibam qual é a estratégia, o que têm de fazer nos primeiros meses, no primeiro ano… Só isto é 90% de sucesso para o negócio. E depois saibam como fazer. Rodeiem-se de pessoas que saibam fazer.