Em 2024, estão previstas algumas alterações no sistema fiscal, com vista à sua simplificação. Que impacto acredita que isso terá nas empresas?
O OE 2024 seguiu o rumo dos recentes Orçamentos do Estado, com foco na desoneração do IRS para os
escalões mais baixos e reforço em alguns incentivos para as empresas. Em sede de IRC, a flexibilização do
incentivo fiscal para aumentos salariais, as alterações ao regime de incentivo à capitalização das empresas, bem como a redução das taxas de tributação autónoma sobre encargos com viaturas são aspetos positivos do mesmo. As alterações expectáveis e que ainda continuam por concretizar, com impacto direto na competitividade do nosso sistema fiscal, assentam essencialmente na simplificação das obrigações fiscais e celeridade na resolução de litígios.
Como se está a Basgest a preparar para estas alterações?
A cultura da Basgest assenta na simplificação e foco nas necessidades contabilísticas, fiscais e práticas dos
clientes. O crescimento que o grupo conheceu nos últimos anos foi assente nessa visão de causar o menor impacto possível na atividade operacional do cliente, com obtenção de dados e processamento da informação que permitam a elaboração de mapas e outputs para a gestão. Obviamente que acima de tudo, está o correto e integral cumprimento das obrigações fiscais. Neste sentido, um sistema fiscal mais simples estará será sempre alinhado com esta visão e será obrigatoriamente potenciador desta nossa visão de harmonização entre a obtenção de informação e dados, produção de informação de gestão e reporte fiscal.
Acredita que esta simplificação do sistema fiscal se possa traduzir em mais tempo disponível, por parte dos contabilistas, para dedicar às empresas, num âmbito de maior consultoria e aconselhamento financeiro?
O papel dos contabilistas junto das empresas alterou-se muito ao longo dos últimos anos. No entanto, a
necessidade de formação constante, conhecimentos sólidos de fiscalidade e desenvolvimento de ferramentas de informação para o correto acompanhamento de todas as obrigações fiscais e legais exigidas a uma empresa, deixou muitos profissionais no dilema de manter a qualidade do seu trabalho como Contabilista ou dirigir o seu
foco para a gestão e direção financeira das empresas. Daqui resultou que hoje exista um mercado onde o nosso papel não está no aconselhamento financeiro, mas no suporte e produção de informação de gestão e que esta
atividade esteja alinhada com o cumprimento das obrigações contabilísticas e fiscais. Um contabilista tem de ter um conhecimento muito aprofundado das regras contabilísticas, das leis fiscais e do próprio sistema fiscal
executando um trabalho altamente especializado. Assim, preferimos que o conhecimento e experiência dos nossos contabilistas esteja disponível para mais clientes e para também formar, desenvolver e melhorar as competências internas.
O nosso foco passa por trabalharmos não no sentido de alargar as funções do contabilista, mas na melhoria constante do serviço de contabilidade. As funções de consultoria de gestão estão departamentalizadas dentro do
nosso grupo, onde seguindo a mesma lógica, procuramos desenvolver ferramentas e acumular conhecimento para prestar um serviço de excelência nessa área.
Existem novos incentivos fiscais destinados a empresas que queiram investir em inovação, transição para uma forma de trabalhar mais ecológica e digitalização. Como podem as empresas candidatar-se?
Existem vários incentivos fiscais como o SIFIDE e RFAI que podem beneficiar as empresas que queiram
investir em projetos de desenvolvimento de competências e/ou estímulo do investimento produtivo. Estes necessitam de um trabalho de consultoria para elaboração de candidatura e outros trabalhos técnicos para o qual é necessário um aconselhamento e acompanhamento técnico.









