Agora que a normalidade (alternativa) parece ter regressado, como avalia o comportamento do mercado? Perderam-se negócios, com o confinamento?
Tivemos um período que, tal como já tinha dito, deu para refletir e repensar formas e métodos de trabalho. Estamos todos empenhados em nos mostrar ao mercado com outro dinamismo e forma de estar. Mais conscientes e com uma postura e dinâmica que nos têm permitido realizar negócios. Com o confinamento, claro que alguns negócios ficaram parados e outros realmente houve desistência. Mas a retoma tem sido uma caixinha de surpresas para todos nós! Estamos satisfeitos.
Como vê este regresso?
Promissor. Só tenho motivos para estar grata e feliz! O nosso know-how e o nosso leque de serviços permite-nos estar confortáveis e crentes de que vamos manter-nos em ritmos de trabalho compensadores.
Quais as principais dificuldades com que uma empresa se debate numa altura como esta? Quais foram, para si, enquanto empresária, os maiores desafios?
Para mim, a principal dificuldade é uma empresa pequena não estar preparada, quer financeiramente, quer psicologicamente para uma situação desta grandeza. No que concerne à DS Bragança o maior desafio foi termos de parar, porque estávamos num ritmo de trabalho bastante promissor e tivemos de entrar em derrapagem, porque o fechar portas e deixar de estar em contacto permanente com os clientes era algo em que não pensávamos.
Agora que o trabalho regressou à sua normalidade presencial, que medidas adotadas em tempos de teletrabalho permanecem ativas?
Felizmente, o tempo de teletrabalho permitiu-nos munirmo-nos de ferramentas e conhecimentos mais profundos na área e é espetacular ver toda a gente com mais garra, mais feliz e os negócios continuam a aparecer a ritmos interessantes. Mantemos as formações online, mantemos as pessoas motivadas para aprenderem mais e melhor. As parcerias que fizemos em tempo de Covid-19 foram de extrema importância para nós, pelo que sentimos que as pessoas nos dão mais valor e nos referenciam. Temos gente nova dentro de portas que acreditam na forma e filosofia da empresa. Aproveitámos este período para refletir, adotando novas metodologias de trabalho, tirando partido do tempo para fazer formação, reciclar conhecimentos, melhorar as nossas performances, mostrando ao nosso mercado-alvo que estamos presentes e cooperantes. Este período deu também para aperfeiçoar regras e conhecimentos nas áreas de negócio que desenvolvemos. A retoma tem sido extraordinária, pois continuamos a abrir a porta diariamente a muitas pessoas, estamos a retomar negócios, o crédito tem crescido exponencialmente e estamos muito otimistas em relação ao futuro.
O que será necessário fazer para readquirir a confiança dos clientes e voltar a tê-los interessados em investir?
Não sentimos que os clientes deixaram de acreditar em nós. O que sentimos é que as pessoas nos valorizam ainda mais, porque no tempo de teletrabalho estivemos sempre presentes. Os clientes são a nossa “família” e basta um contacto telefónico para que eles não se sintam à margem… Privilegiamos o contacto direto, mas não podendo ser mantemo-nos próximos de outras formas.
Já se nota uma diferença no mercado, entre a fase de confinamento e esta?
Não sentimos que o mercado regrediu. Temos estado a fazer negócios e uma coisa interessante é que as pessoas continuam a acreditar e a querer fazer investimentos.
Com a Covid-19 ainda muito presente nas regiões metropolitanas, considera que tal pode levar mais pessoas a querer apostar no interior do país?
Sim, sentimos que sim. Tenho atendido pessoas dos diversos pontos do país e inclusivamente estrangeiros a querer investir neste cantinho do osso país. Bragança tem gente boa, gente que acolhe bem. É uma cidade e região do país em que se nota crescimento. Cada vez mais as pessoas procuram o sossego e a tranquilidade dos meios mais pequenos. Procuram essencialmente qualidade de vida!
Que desafios pode isso acarretar, no que respeita à oferta de imóveis existente?
Pois, esse é o nosso maior desafio. Temos de procurar afincadamente produto interessante para enquadrar em cada pessoa que nos dá o privilégio de acreditar em nós, na realização de um objetivo, “sonho de vida”. Sim, porque afinal nós realizamos sonhos! A oferta não é muita, mas temo-nos esforçado para ter em carteira produto diversificado e apetecível para cada um em particular.
Quais são as perspetivas para o resto do ano de 2020?
Só posso estar feliz e acreditar que sim, é possível chegar mais longe. Atingir patamares de excelência. Confio nas pessoas que me acompanham, pois permito-lhes serem empreendedoras e crescerem como profissionais, com as ferramentas que temos disponíveis no seu dia-a-dia de trabalho. Estou otimista e acredito que este momento menos bom nas nossas vidas vai ser mais uma história para contar, mas da qual sairemos todos mais fortes!