Que balanço faz destes anos de atividade?
Faço um balanço muito positivo. Esta é uma clínica pequena, ajustada às necessidades da população. Como qualquer empresa, teve um período inicial de conquista de pacientes, a que se seguiu uma evolução muito positiva. A nível de prática médica, fui investindo nas áreas que senti que a clínica precisava e as pessoas reconhecem esse esforço.
Quais as especialidades que tem disponíveis?
A atividade principal é a Medicina Dentária Generalista – consultas de restaurações, extrações, destartarizações…. Depois, temos a Ortodontia (aparelhos dentários), Prostodontia (próteses removíveis e fixas) e a Implantologia, que estamos agora a iniciar.
Cerca de 41% dos portugueses assume que não vai ao dentista há mais de um ano. Além disso, existe o medo do dentista, que impede a prevenção da saúde oral. Parece-lhe que ainda falta salientar a importância da prevenção e desmistificar o medo do dentista?
Aqui onde nos situamos, persiste a ideia antiga de que, quando dói um dente, é para tirar. Não há a ideia de cuidar, de tentar conservar a dentição. Todavia, já noto algumas diferenças na mentalidade, sobretudo no que respeita à confiança das pessoas com o médico dentista. A maioria das pessoas chega à clínica e avisa de imediato que não gosta da experiência de ir ao dentista. Essa mentalidade, como todas, não se muda de um dia para o outro. Exige trabalho e paciência. Se transmitirmos confiança aos pais, a criança já vai crescer com outra mentalidade em relação ao dentista.
É importante uma visita ao dentista, mesmo para quem não tem dentes naturais?
Claro, até porque existem os problemas da gengiva e mucosa, que podem ser bem graves. Depois, as próteses podem não ser para a vida toda, por vários motivos – emagrecemos e a cara altera-se, as gengivas mudam a sua forma, os materiais das próteses também se deterioram e devem, por isso, ser substituídos. A nível de cuidados a ter, o essencial é a escovagem da prótese, bem como a utilização de uma solução de higienização, onde se deve mergulhar a prótese, para a sua limpeza.
Parece-lhe que o facto de a Medicina Dentária não fazer parte do SNS já é uma lacuna, tendo em conta que a profissão de médico dentista já se desenvolveu e profissionalizou?
Creio que só faltam resolver questões burocráticas, porque existem clínicas em pleno funcionamento, um pouco por todo o país. Bastava que o Estado fizesse parcerias com estas clínicas privadas e evitava qualquer tipo de investimento em infraestruturas, equipamentos e recursos humanos.
Como vê a sua evolução profissional e a da clínica no futuro?
O nosso objetivo é sempre crescer, mas de forma sustentada. Todavia, a Medicina Dentária está a caminhar no sentido digital e, no futuro, a compra de equipamentos digitais será um investimento a concretizar. Isso irá requerer mais recursos humanos. Além disso, pretendo sempre alargar a oferta de especialidades disponíveis na clínica, bem como continuar a melhorar a prestação de cuidados a quem nos procura.