Desenvolveram a DYP – Define Your Process, uma tecnologia que está incorporada no vosso produto GPAC. Explique como se caracteriza esta tecnologia e quais as suas particulares vantagens?
Fazendo alguma contextualização histórica, a MediaSis andou durante cinco anos, ainda nos anos noventa, a aprender em ambientes industriais. Demorámos mais dois anos a desenhar a tecnologia e os próximos 13 anos a desenvolvê-la até atingir a maturidade, por volta de 2013/2014. A tecnologia baseia-se na implementação de um
sistema de referenciação genérica por atributos implementando uma árvore de decisão, basicamente, enquanto a maioria dos sistemas se preocupam em parametrizar artigos, o GPAC, com base na tecnologia DYP, parametriza processos. A mais-valia disto é que enquanto as empresas produzem milhares de artigos diferentes por ano, a
produção desses artigos baseia-se, quando muito, em algumas dezenas de processos. Logo, se parametrizarmos processos em vez de artigos, teremos um sistema ágil, fluído e com capacidade de modelar efetivamente a nossa produção em tempo útil.
O produto GPAC é aplicável a quaisquer áreas de atividade?
Na área industrial, sem dúvida. Em outros setores, ainda não conseguimos testar em todas as atividades, mas já testámos em muitas, como comprova o portfolio dos nossos clientes. No entanto, estamos convencidos que a tecnologia consegue modelar qualquer processo operacional pois, apesar de não termos implementações, já
fizemos simulações para a área financeira, seguradora, agricultura, restauração, sem encontrarmos constrangimentos à sua aplicação.
Quão importante é esta possibilidade de se dispor de um ERP que não necessita de quaisquer add-on ou outros softwares específicos para trabalhar e que permita ao cliente acompanhar todo o seu processo produtivo até ao final, incluindo o parâmetro da satisfação do cliente?
Cada vez mais, as empresas são forçadas a prestar um conjunto de produtos e serviços para garantir a
satisfação e fidelização do cliente. Se, de cada vez que o cliente solicita um requisito para nos encomendar um produto, tivermos que ir à procura de um add-on de software para implementar ou de um novo colaborador com know-how, reduzimos drasticamente a nossa rentabilidade e criamos um conjunto de ilhas pouco comunicantes na nossa organização. Ter disponível um sistema que permite incluir e integrar um novo processo é, sem dúvida,
um fator diferenciador da concorrência.
Foram distinguidos com o selo Scoring Top PME 5%. Quão importante é esta distinção?
Depois de tantos anos de estudo e trabalho, esta distinção tem a importância do reconhecimento institucional do mercado. Algo que nós nunca procurámos, mas que obviamente gostamos e agradecemos.
Que análise faz à forma como as empresas nacionais adotaram a tecnologia no seu dia a dia laboral?
A tecnologia só serve para agilizar processos, não para resolver problemas. Há muitos processos bem organizados sem estarem suportados em tecnologia e muitos mais cheios de tecnologia e completamente desorganizados, sem resultados operacionais. O que queremos dizer com isto é que se continua, em muitos casos, a atirar com tecnologia para cima dos problemas sem modelar a sua resolução. Normalmente isto resulta em aumento de custos sem a resolução do problema, causando uma enorme frustração e a infelizmente
tradicional improdutividade portuguesa. O conselho que aqui deixo para as empresas portuguesas é o seguinte: a tecnologia é uma poderosa ferramenta quando aplicada para agilizar a implementação do controlo de processos bem modelados. Em outros casos é só show off improdutivo.
Existem objetivos a alcançar, no próximo ano, por parte da MediaSis?
Esperamos continuar a crescer e a consolidar a tecnologia.