“Apostamos na qualidade do ensino e no bem-estar dos alunos”

O Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos é o único Agrupamento escolar no concelho de Óbidos, por isso a proximidade que existe com a comunidade é muito grande. José Santos, o diretor deste Agrupamento, destaca ainda o caráter “familiar” que esta instituição de ensino ocupa, considerando o grande envolvimento entre a escola e a comunidade. Atualmente com oferta formativa ligada aos cursos científico-humanísticos e aos cursos técnico-profissionais, o Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos é também um pioneiro na aplicação de projetos de flexibilização curricular. O próximo já está em desenvolvimento.

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José Santos, diretor

Como caracteriza o Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos?

O Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos é o único Agrupamento no concelho de Óbidos, o que lhe confere um caráter de excecionalidade no envolvimento com a comunidade, bem como um caráter familiar e de proximidade com a mesma. Aliado a isto, o nosso Agrupamento dispõe de uma ligação estreita com os nossos parceiros estratégicos, o que nos coloca numa posição privilegiada para fornecer as melhores oportunidades para o sucesso do processo de ensino/aprendizagem dos nossos alunos. O impulso levado a cabo pela entrada da nova direção atribuiu uma nova visão e missão ao Agrupamento, introduziu um novo rumo baseado na qualidade do ensino e numa adequação das práticas educativas à nova realidade do ensino.

Relativamente aos cursos técnico-profissionais, quais os que são disponibilizados por este agrupamento?

No que concerne aos cursos técnico-profissionais, o nosso Agrupamento tinha uma tradição na oferta de cursos ligados à área desportiva e à área da cozinha. No entanto, após a implementação de novas dinâmicas de adequação dos cursos às novas diretrizes da ANQEP, que culminaram na atribuição do selo de conformidade EQAVET, a oferta formativa foi alterada e adequada às necessidades concelhias e das empresas que o integram. Assim, para este ano letivo teremos cursos ligados à transição digital e à cozinha e restauração. Neste momento, iremos abrir duas turmas de cursos profissionais: Cozinha e Pastelaria e Gestão e Programação de Sistemas Informáticos.

Os jovens já veem os cursos profissionais como uma verdadeira alternativa para uma saída profissional certificada?

Neste momento, após uma sensibilização a nível comunitário e diversas ações no âmbito do nosso Plano de Melhoria EQAVET, os nossos jovens olham para os cursos profissionais como um caminho alternativo, que lhes permite serem técnicos especializados e bem formados, com um percurso no mundo do trabalho a nível europeu.

Anteriormente, os cursos profissionais eram vistos como uma forma alternativa de concluir os estudos, sobretudo para alunos que não gostavam particularmente de estudar. Hoje, essa visão mudou?

A visão dos cursos profissionais como uma forma facilitista de concluir estudos é uma visão retrógrada e inadequada do ensino profissional. Essa visão tem sido alterada por várias iniciativas estruturais e de base, implementadas a todos os níveis. Para além disso, tem sido muito importante a convergência e uniformização por parte dos países da União Europeia a fim de que o Ensino Profissional adote um caráter mais homogéneo, para que os nossos jovens sejam formados em conformidade com a certificação EQAVET e possam ser reconhecidos em todo o espaço europeu. Toda esta conjuntura tem contribuído para uma maior credibilidade dos Cursos Profissionais e consequentemente para a sua aceitação social enquanto alternativa ao ensino científico-humanístico.

Um aluno que opte por um curso técnico-profissional pode seguir, da mesma forma, para a universidade?

Apesar de os cursos técnico-profissionais terem, na sua essência, a formação de técnicos especializados em áreas diversas e prontamente integráveis no mercado de trabalho, hoje em dia, um aluno que opte por esta via de ensino contará com as mesmas oportunidades de ingressar na universidade, considerando os trâmites inerentes à certificação EQAVET.

Como se posiciona o Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos relativamente à flexibilidade curricular?

No Agrupamento de Escolas Josefa de Óbidos, a aposta na flexibilidade curricular tem sido uma constante. Neste momento, encontramo-nos a uniformizar um novo projeto baseado no trabalho colaborativo docente e na interligação entre todos os ciclos de ensino. Por outro lado, encontramo-nos a definir um novo rumo para o nosso Projeto Educativo baseado em dois vetores: a transição digital e a transição verde. Cremos que estes dois pilares são focos essenciais para uma adequação do nosso Agrupamento à nova visão do processo de ensino-aprendizagem. A construção do conhecimento pelo aluno, a importância deste na procura do saber, o cimentar da relação professor-aluno baseada numa perspetiva interativa entre estes dois atores, a adoção de novas formas de ensino (ensino online, abordagem híbrida, entre outras), tudo isto são ferramentas que temos ao nosso dispor para atingir o nosso objetivo fulcral: a excelência, a qualidade e a equidade no processo de ensino/aprendizagem.

No final de uma no letivo ainda marcado pela pandemia e pelo estudo à distância, que conclusões se podem tirar desta situação?

Esta ano letivo que passou foi um ano atípico. Considero que os Agrupamentos e todo o sistema educativo mostraram um espírito de sacrifício, proatividade e resiliência. A nossa maior preocupação neste momento prende-se com as lacunas e desigualdades criadas pelas vicissitudes desta pandemia a nível do último ano do pré-escolar e dos primeiros anos do primeiro ciclo do ensino básico, e para os alunos dos anos iniciais dos restantes ciclos de ensino. Para esses, criámos dois projetos dinamizados pelo nosso serviço de Psicologia, que visam o acompanhamento aos alunos no desenvolvimento das suas competências sociais e pessoais.