O primeiro painel de debate, cujos temas se centravam na Mobilidade, Ética e Compliance e na criação de um Centro de Arbitragem, foi o mais polémico. Em causa a questão dos vistos, concedidos (ou não) a cidadãos que fazem parte desta comunidade de países lusófonos. De acordo como vice-presidente da Associação Industrial de Angola, Eliseu Gaspar, cerca de 23 empresários deste país africano não puderam estar presentes na conferência, por lhes ter sido negado o visto de entrada em Portugal: “Se Portugal assumiu a organização desta conferência, tinha de criar condições para que todos pudessem participar”.
A mesma crítica também foi feita pelo presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Sotavento (Cabo Verde), Jorge Spencer Lima.
Esta foi, inclusivamente, uma questão que o Adjunto do Secretário de Estado da Mobilidade frisou que levaria ao Governo.
No segundo painel, com a moderação de Luís Rebelo de Sousa, estiveram em debate questões como a energia e os recursos naturais, a economia digital e as infraestruturas sustentáveis. O assunto que causou mais impacto foi a criação de um banco supranacional, detido em 51% pelos Estados-membros da CE-CPLP e em 49% pelos bancos existentes nesses mesmos Estados-membros. A proposta foi trazida a debate por Carlos Costa Pina e João Filipe de Figueiredo Júnior, respetivamente respetivamente membro da Comissão Executiva da Galp e PCA do Moza Bank, em Moçambique.
Sob a égide de que a CPLP é responsabilidade de todos e todos têm de ajudar na sua contrução, Salimo Abdula, o presidente da CE-CPLP, frisou que o grande desafio passa por conseguir criar um espaço económico de livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, de forma a transformar o mercado económico da CPLP num dos espaços económicos mais fortes e cobiçados do mundo.