Eco-Inc.LAB – um laboratório inclusivo com vista a uma freguesia sustentável

A Junta de Freguesia da Encosta do Sol contempla os bairros de Alfornelos, Brandoa e Casal de Mira. Ao todo, são cerca de 29 mil os fregueses desta unidade administrativa, que representam cerca de 70 nacionalidades diferentes. A pensar em toda esta diversidade cultural, o Presidente da Junta de Freguesia, Armando Paulino, quer garantir qualidade de vida para todos os seus habitantes, bem como a sustentabilidade do território. Por essa razão, em parceria com a Universidade de Évora, desenvolveu o projeto Eco-Inc.LAB, um laboratório eco-inclusivo que pretende incluir a comunidade no desenvolvimento da sua própria freguesia.

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O que levou a Junta de Freguesia da Encosta do Sol a perceber que seria importante tornar a freguesia sustentável e inclusiva? Que necessidades palpáveis existiam que vos levaram a agir?

A Freguesia da Encosta do Sol é uma freguesia situada no Concelho da Amadora, Área Metropolitana de Lisboa Norte, onde habitam cerca de 29.000 habitantes, com grande diversidade de origens (cerca de 70 nacionalidades diferentes). A pressão urbanística a que estamos sujeitos, aliada às diferentes culturas das pessoas que habitam no nossos território, preocupados que estamos com a qualidade de vida dos nossos moradores, assim como a sustentabilidade do nosso planeta, levou este Executivo a procurar formas de, por um lado, melhorar a qualidade
de vida de todos e, por outro, salvaguardar o futuro das gerações vindouras.

Assim, decidiu o Executivo da Freguesia desafiar a Academia através da Universidade de Évora (associada à Universidade Nova e ao Instituto de Ciências Sociais da Univ. Lisboa) para que connosco, e em conjunto, pudéssemos refletir sobre as práticas ambientais a que temos recorrido e, ao mesmo tempo, definir mais e melhores condições de abordagem a estas questões, que sendo muito atuais, nos preocupam. Assim nasceu o projeto Eco – Inc. LAB. Neste laboratório serão trabalhadas, de forma integrada, as dimensões social, cultural e ambiental. Auditar os nossos métodos de trabalho, avaliá-los e aperfeiçoá-los, criar modos de trabalho complementares com o foco na melhoria ambiental, na qualidade dos nossos espaços públicos, na adaptação
cada vez melhor dos nossos 250.000 m2 de espaços verdes, de forma a que sejam efetivamente fruídos pela nossa população.

A diferença cultural da nossa população obriga-nos a uma flexibilidade, na diversidade, nas práticas diárias em áreas tão importantes e significativas da nossa ação – o atendimento à população; a procura de motivos de interesse para as crianças e jovens que não falam a mesma língua nem têm os mesmos hábitos culturais que nós – possam também usufruir, de uma forma objetiva, daquilo que pretendemos que seja o nível de qualidade de vida
para todos os nossos fregueses. Logo, por todas as razões expostas e aproveitando o conhecimento trazido ao terreno pelos técnicos da Universidade, a nossa expectativa é que as condições de vida de toda a nossa população sejam as mais justas. equitativas, inclusivas e de qualidade possível. Que as crianças e jovens usufruam dos espaços a eles dedicados, independentemente da cultura de cada um. Uma Freguesia para ser feita por todos, com todos, para todos. E onde cada um se sinta integrado e valorizado. Que o sentimento de pertença abranja todos e que todos sintam aquilo que para nós tem sido e continuará a ser muito importante, uma Freguesia onde todos manifestem “Que é Bom Viver Aqui!”.

Os resultados deste nosso projeto serão atingidos de forma progressiva – já que se trata de uma metodologia “laboratorial” investigação-ação, num tempo que, não sendo imediato, é o possível e ajustado atendendo ao contexto e às dinâmicas previstas. Sabemos que quanto mais cedo começarmos e mais cedo percebermos que todos em conjunto, autarcas e autarquias, académicos e academias, fizermos convergir os nossos esforços com vista a esses nossos objetivos, mais rápido veremos os resultados. A nossa Freguesia será sempre aquilo que nós autarcas e moradores quisermos que seja.