Fazer a diferença no Marketing

“Manter as coisas simples, mas não básicas” é um dos conceitos-chave da SmartKISS, uma agência de comunicação e marketing sob a direção de Adriana Carneiro. Assumindo que na sua agência todos gostam de trabalhar fora da sua zona de conforto, testando ideias “fora da caixa”, a CEO da SmartKISS, em entrevista à Valor Magazine, revelou a filosofia da empresa, que assenta muito nas pessoas.

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Adriana Carneiro, CEO

Como se distingue o “simples” do “básico”?

O Marketing tem que ser “Keep it Simple”, intuitivo, apelativo em comunicação e design, dinâmico mas simples, pois os utilizadores têm de se identificar com a marca e fazê-la parte da suas vidas. Simples mas inovador, não básico.
A grande diferença da SmartKISS é o contacto direto e próximo com o cliente. Criamos um contacto Whatsapp para cada cliente e estamos sempre ligados, mesmo em deslocações para gravações ou sessões de fotos. Aqui, preocupamo-nos com o cliente e com a sua marca como se este fosse único. Vender é servir, pelo que o cliente na SmartKISS nunca será um número.

Como é possível estar constantemente na vanguarda da novidade?

Acompanhamos a evolução em constantes pesquisas e formações dadas aos colaboradores, para estarmos sempre um passo à frente e dar mais e melhor aos nossos clientes. Tenho uma equipa que tem “fome de conhecimento”, empenhada nestes princípios, profissionalizada e que acompanha a inovação do mercado dia a dia, motivada e em sintonia no que respeita ao projeto SmartKISS e tenho muito orgulho nela.

Como se conjuga inovação com simplicidade?

Com muita criatividade, um bom conhecimento do objeto negocial do cliente, do próprio cliente, com conhecimento dos seus objetivos e capacidade de adaptar aquilo que o cliente espera às plataformas ao nosso dispor, que são muitas. Como dizia o fundador da SmartKISS, Guilherme Almeida, no Marketing temos de inovar com arte, vendendo mas captando o simples, o que enche o coração quando se lê e quando se olha.

Ainda é possível ser-se “único” no mundo digital?

Da mesma forma que cada um de nós é único, o nosso cliente tem de ser único, podem existir muitos negócios iguais ao seu no mercado, mas na forma como se comunica tem de ser diferenciado, de forma a que o utilizador saiba que esta marca faz sentido e poderá ser-lhe útil. Por isso, cada objeto negocial tem de ser pensado e trabalhado de forma diferenciada e diversificada.

Num momento em que todo o trabalho é feito digitalmente, que desafios isso traz para a SmartKiss?

Está a ser um enorme desafio, como para todos os empresários do mercado, acredito, mas temos a grande vantagem de conseguir continuar a alavancar a marca e projetos a partir de casa, bem como apoiar o cliente. O importante nesta fase, é que as empresas entendam que o Marketing não pode parar nem o mercado, senão os efeitos ainda serão mais penalizadores. O Marketing é cadência e regularidade, é manter a marca, continuar a receber contactos para formalizar vendas após esta fase, para não cair no esquecimento. Para isso, as marcas têm de se manter unidas na sua parceria, mesmo que exista reajuste de valores. Acredito também, que este será um momento para analisar quem é que de facto está connosco, aqueles clientes que confiam no nosso trabalho, que sabem da importância do Marketing e que sabem que a SmartKISS merece estar a seu lado, até porque os nossos preços são muito competitivos. Temos de ser indústrias resilientes, criativas, mas também eminentemente humanas e só trabalhando juntos podemos planear com sucesso a recuperação.

O mundo digital é, de facto, inesgotável?

Sem dúvida, do mais fantástico e aliciante que existe. Sou licenciada em Direito, trabalhei numa entidade bancária mais de 22 anos, maioritariamente na área comercial, com acompanhamento de empresas e particulares e como responsável de várias sucursais. Estou no mundo do Marketing há quatro anos e tem sido uma experiência muito difícil, mas gratificante. Associar o Marketing à minha formação de pessoas, gestão de equipas, projetos, estratégias, planear grelhas, adwords, SEO, tem sido um verdadeiro desafio mas mostra-me que as ideias não se esgotam, podemos e temos o dever de dar mais e melhor sempre, pois a criatividade é inesgotável.

Alguma vez sentiu mais dificuldades no seu percurso profissional que se devessem ao facto de ser mulher?

Infelizmente, ainda continua a ser muito duro ser mulher num mercado essencialmente de homens e senti isso ao longo do meu percurso. Ser uma mulher forte, ter ideias, ser empreendedora, interventiva, não parar de querer fazer mais fazia com que existisse sempre uma tentativa de me parar. Com a maturidade, aprendemos a gerir, a ser filtros e não esponjas, e a continuar a lutar com o nosso foco bem definido. Porém, acredito que, um dia, nós seremos reconhecidas em salários, estatutos e postos de trabalho como efetivamente merecemos.

O que aconselha a mulheres que queiram também elas assumir o seu próprio negócio?

Ter um plano A, B e C, pois existirão muitas dificuldades, algumas imprevistas, mas nunca desistir. Fazer um business plan, rodear-se das pessoas certas e colocá-lo em prática, analisando se de facto o mesma faz sentido a curto, médio e longo prazo. Aconselho a amarem aquilo que fazem, pois esse será sempre o primeiro passo para alcançar o sucesso.“O verdadeiro guerreiro, não é o que vence pela força, mas sim, o que vence pela resistência, resiliência e persistência” .