Como contaria a sua história profissional?
Iniciei a minha carreira profissional na Sonae Distribuição e aí despertei o desejo pela área de Recursos Humanos. Em 2005 acedi ao desafio da Norauto para lançar o departamento de Recursos Humanos num contexto multinacional e em expansão.
Que características possui a liderança feminina que a tornam eficaz?
Independentemente do género todas as pessoas possuem características e competências que as tornam eficazes. Talvez a liderança feminina possua intuição,empatia e capacidade de relacionamento interpessoal e estes sejam fatores diferenciadores.
Alguma vez sentiu o percurso dificultado por ser mulher?
Ao integrar a Norauto percebi o que é estar rodeada de um universo 80% masculino e até há um ano era a única mulher a integrar o Comité de Direção. Mas o respeito é um valor muito sólido e nunca senti qualquer tipo de discriminação.
Que conselhos daria a alguém que está a iniciar a sua carreira?
Agir sempre com ética, perceber se existe um match com os valores da empresa, conhecer não apenas a sua missão, mas o negócio em geral e ter capacidade para lidar com diferentes pessoas e contextos, com soluções criativas.
Como se caracteriza a Norauto em Portugal?
Em Portugal desde 1996, a Norauto tem 600 colaboradores, 28 centros auto, os quais uma Norauto Shop e duas Oficinas Móveis, combinando lojas livre-serviço com oficinas multimarca e apostando cada vez mais em soluções de mobilidade. Destaca-se pela cultura colaborativa, assente na responsabilidade e autonomia das equipas, com 83% de colaboradores efetivos, 100% com seguro de vida e saúde, alargado ao agregado familiar, prémios de férias, cooptação ou nascimento, uma gestão de proximidade, potenciadora do desenvolvimento do capital humano que permitiu ter 80% de managers fruto de progressão interna.
A Norauto tem a sua estratégia de Employer Branding bem definida?
Na atual conjuntura económico-social, marcada pelo crescimento e forte concorrência, incorporar talento é fundamental. Difundimos as nossas boas práticas há vários anos através de relações institucionais em universidades, politécnicos e escolas profissionais, o que nos permitiu alargar a nossa notoriedade e incorporar competências cruciais para o negócio. Fomentamos estágios, os quais têm uma taxa de retenção de 80% e os nossos embaixadores internos são o testemunho da nossa cultura colaborativa, de bem-estar e progressão interna. A tipologia da atividade oficinal implica recrutar hard skills, face à evolução e especificidade do setor, porém, a nossa estratégia Employee e Client Centric exige a cada um capacidade de relacionamento interpessoal muito forte, pelo que as soft skills como a empatia e a capacidade de trabalhar em equipa são algumas das competências mais valorizadas.
Quais os desafios que se avizinham para a área do Recrutamento?
Num mercado altamente dinâmico, o principal desafio é o processo de transformação cultural e digital transversal a toda a empresa, numa ótica de Employee e Client Centric e de maior eficácia, um forte desenvolvimento do B2B e B2C e da área da Mobilidade, para além de uma forte aposta no leadership e nas novas competências requeridas no mercado.