“Não procuramos casas mas sim proprietários”

Natural de Caxias,mas filha de pais alemães e com toda uma escola germânica na bagagem,foi com um sotaque mais “fechado”que Evelyn Peitz se instalou no mundo do imobiliário,mas é graças à sua mentalidade aberta que tem conseguido introduzir um sistema de sucesso na região do Algarve e elevar a Check-InPortugal ao patamar mais alto do arrendamento turístico da região.

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Evelyn Peitz, general manager

Fazendo parte da empresa “Número Urbano Lda” e com um percurso com mais de 17 anos, a Check-In Portugal faz toda a gestão e arrendamento de mais de 100 casas espalhadas entre Vilamoura e Albufeira, somando ainda o facto de poder realizar diversos serviços inerentes à atividade. Deste modo a agência não só garante o máximo conforto do hóspede,como oferece uma maior rentabilidade e sustentabilidade para o proprietário. Mas tudo isto não seria possível se Evelyn Peitz, que confessa “ter sido educada com os princípios da Alemanha”, o que lhe permitiu retirar“o melhor dos dois mundos”não tivesse apostado num percurso cheio de tentativas e projetos de áreas diferentes,que lhe concedeu ao longo dos anos uma experiência conjunta de versatilidade e que hoje resulta num dos sistemas mais originais e fidedignos da área do imobiliário em Portugal:“Comecei a trabalhar numa empresa de importação de ferramentas, depois passei para a área da moda e acabei por me tornar vendedora de algumas marcas estrangeiras. Até fiz vendas de aspiradores porta-a-porta, e acabei posteriormente por entrar no mercado das casas já aqui no Algarve”, relata Evelyn Peitz.

“PERCEBI QUE A RENTABILIZAÇÃO ME FASCINAVA”

Essa entrada no mercado imobiliário resultou na criação da empresa “Número Urbano Lda”, e iniciou o que seria uma carreira relacionada com a rentabilização de propriedades, um processo que fascinou Evelyn Peitz cada vez mais: “Entrei muito na área dos terrenos, das casas, das ruínas, e rapidamente me apercebi de que todo esse mundo me fascinava. O processo passava por arranjar um artigo urbano – daí o nome da empresa -, e vender esse mesmo terreno com uma mais-valia”, explica a empresária. Com a chegada da crise, em meados de 2008, essa paixão foi aliada a uma possibilidade real de poder ajudar quem estava aprisionado à banca durante esse período: “Quando a crise se deu em Portugal, muita gente ficou aflita para vender, com a corda no pescoço e com o banco a apertar cada vez mais. A minha missão era pegar no imóvel e dar-lhes uma rentabilidade que permitisse ao proprietário pagar a manutenção da casa e as prestações ao banco ou outras dívidas. E isso foi gratificante porque foi sentir literalmente que o negócio era bom para todos. Permiti-lhes algum desafogo”. Com o avançar dos anos Evelyn Peitz definiu um sistema no seu processo de arrendamento,que engloba os custos fixos com limpeza, fornecimento de roupa, equipamento e lavandaria, permitindo que a Check-In Portugal oferecesse um valor garantido de rentabilidade ao proprietário, pago mensalmente. A luso-alemã confessa que foi esse sistema que fez a agência crescer no mercado.

CONTROLO SOBRE AS CASAS: A GARANTIA DE SUCESSO

Esta gestão frutífera fez a empresária perceber que “quanto mais controlo tivesse sobre as casas, melhor funcionava o serviço”, e através de uma relação de confiança com o proprietário, conseguiu implementar um sistema de gestão que lhe proporcionou toda a liberdade necessária para poder rentabilizar cada propriedade como se fosse sua:“Sem nunca querer prejudicar o dono da casa, sinto que com ele afastado do processo vou conseguir melhores resultados. E quando ele fica satisfeito, é o que verdadeiramente interessa. Oferecemos o valor de rentabilidade garantida, e a partir daí é tudo connosco. Organizamos a casa, colocamos a nossa roupa de cama e toalhas e o proprietário recebe todas as verbas a tempo e horas”.E ressalva: “O importante é chegar ao final do ano e o proprietário ter tudo pago, uma casa em condições, e sem grandes estragos”.

Sem ignorar que o turismo “cansa muito as habitações”, Evelyn Peitz concebeu um departamento de manutenção,outro de serviço de check-in/out, um departamento de limpezas e uma lavandaria própria, para garantir uma resposta rápida e eficaz, permitindo assim a conciliação da segurança do proprietário com o maior conforto possível do hóspede. Um sistema que tem operado com grande sucesso, mas que não se torna um desafio fácil, devido às limitações de mão-de-obra que a região oferece, dada a procura em excesso:“Criámos um departamento de manutenção próprio, para assegurar um serviço permanente. Os hóspedes, atualmente, vão para uma casa, encontram uma torneira que pinga, reclamam online no portal, visível para todos os futuros interessados, o que não gostaram na casa, o que, por consequência, limita imensamente o sucesso da casa. O contrário sucede se ele fizer um comentário positivo. Portanto cabe-nos a nós fazer um bom serviço e é isso que temos conseguido até hoje. Mas não escondo que é muito difícil arranjar pessoas qualificadas suficientes para o setor do turismo aqui no Algarve”, conclui.