Como descreve a importância de poder exercer a profissão num espaço que foi idealizado por si e onde a forma de trabalhar é selecionada por si?
Ter o meu espaço foi uma ideia que foi evoluindo. Senti, desde nova, que tinha muita capacidade técnica e de liderança. E sempre fui uma rapariga ambiciosa. Foi isso que me fez querer ter o meu primeiro negócio. Em relação à equipa, todos começaram muitos novinhos, comigo e já somos 17 pessoas. É evidente, por estes fatores, que a equipa é muito à minha imagem. Uma das coisas que tento sempre garantir é que, independentemente das nossas diferenças de personalidade, façamos, tecnicamente, tudo de forma semelhante, para que os clientes não se sintam perdidos quando colocam o seu animal de estimação num hospital, entregue aos cuidados dos médicos.
Que aspetos lhe parece que podem condicionar uma mulher a alcançar uma posição mais elevada na sua carreira profissional?
Acredito que os condicionalismos dependem muito da mulher, em específico, e não do sexo. Eu sou mãe, tenho um filho com quase 13 anos, o que significa que já era empresária quando fui mãe. Acredito que o equilíbrio é crucial. É possível perfeitamente ter filhos, ter empresas e profissões de desgaste rápido, desde que conciliemos as coisas. A mulher nasceu com uma capacidade excelente: conseguimos fazer várias coisas ao mesmo tempo, e bem. Além disso, importa lembrar a importância de pedir e aceitar ajuda. Isso não faz de nós menos mães, menos mulheres ou menos profissionais. Pelo contrário. A nível profissional, um homem e uma mulher diferem essencialmente
no que eu chamo o limite da emotividade: um homem, se eu tiver de o chamar a atenção, ouve, metaboliza e responde, se tiver de o fazer, e passado pouco tempo o assunto está resolvido. E fica tudo bem. A mulher não. É mais emotiva e não consegue distanciar tanto os limites do pessoal e profissional. Torna-se muito difícil discutir um assunto com alguém e, de repente, a pessoa começar a chorar, por exemplo.
Depois da pandemia, a importância de um animal de estimação para os seres humanos aumentou. E há muitas famílias que os levam para todo o lado. Nota estas diferenças?
Sim, foi um fenómeno que teve um aumento exponencial na altura do Covid, que se chama famílias híbridas. Hoje, as famílias não são só humanas, são dos humanos e do seu animal de estimação, que cuidam com a mesma intensidade ou até mais do que um filho humano.
Como caracteriza o hospital veterinário Aristocão e quais são as suas principais valências?
Somos um hospital veterinário e conseguimos dar resposta a tudo ou quase tudo. Também por isso, procuramos que os nossos interesses nas áreas sejam diversos, para podermos cobrir o maior número de especialidades. Temos cirurgia especializada, ortopedia, neurologia, exames de diagnóstico, fisioterapia (com piscina de água quente), temos internamentos, de contagiosos e não contagiosos, cuidados críticos… Temos todos os serviços que um hospital veterinário sério deve ter e orgulho-me de conseguirmos dar resposta nestas áreas.
Num ano em que este projeto atinge a maioridade, qual o caminho para continuar a crescer?
O meu objetivo é sempre fazer mais, melhor, criar mais postos de trabalho, desenvolver a minha empresa, transformá-la numa empresa maior, não só para mim, mas para quem vem depois de mim. E acredito que quem tem essa capacidade deve mostrá-la ao mundo e deve permitir que outras pessoas se desenvolvam. Enquanto tiver capacidade física, mental e intelectual, não vou parar.