Preparar a mente para uma vida sã e equilibrada

A Vomap desenvolve a sua atividade desde 2007, na área da Psicologia, especificamente em Psicologia Clínica, do Tráfego, Educacional, Vocacional e Organizacional. Além disso, a psicóloga e diretora clínica do espaço, Vitória Ortega, desenvolveu um método de Autorregulação emocional e cognitiva que, aplicado a crianças, ajuda a regular as emoções e os comportamentos.

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Vitória Ortega, psicóloga clínica, psicoterapeuta e diretora clínica e António Venâncio, psicólogo clínico, psicoterapeuta, formador e supervisor

Que análise faz destes anos de trabalho e das mudanças sociais subjacentes?

São 14 anos a construir pontes inclusivas com os nossos parceiros. As transformações sociais acontecem a um ritmo veloz, as mudanças que decorrem diariamente potenciam as desigualdades sociais. Devemos urgentemente reescrever o percurso na prevenção, com linhas basilares orientadas para a tolerância e equidade. Trabalhamos na prevenção, com objetivo na transformação de consciências para uma sociedade empática.

Desenvolvem um método chamado Autorregulação emocional, cognitiva e, mais recentemente, em ambiente desportivo. Como descreveria este método?

O método nasceu no meu consultório, inspirado no tratamento psicológico de professores portadores de doença mental, que os impedia de sentirem empatia pelos alunos. Utilizei técnicas de relaxamento psicológico, imagética guiada e princípios do condicionamento. Com o decorrer dos anos e considerando a evolução constante da Neurociência, acerca da atividade cerebral e efeitos do stress no sistema humano, o método foi melhorado. Investigações neurocientíficas revelam como o stress diminui o tamanho dos neurónios e leva à sua perda, evidenciando as alterações neurofisiológicas positivas alcançadas por meio da meditação, uma forma de regulação do stress, reforçando assim a constante preocupação em manter atividades que reduzam e ensinem a autorregular a emoção e o comportamento. A atividade é executada na sala de aula, com as crianças sentadas nos seus lugares habituais, durante um período temporal que pode variar de quatro a 15 minutos, consoante a idade e ciclo de estudos. Os guiões são adaptados em forma e discurso às diversas faixas etárias e construídos segundo uma metodologia definida. Desta forma, a intervenção é feita diretamente no subconsciente, neste estado mental potenciador das aprendizagens, criando assim recursos internos permanentes, através da interiorização de um sistema de valores e crenças, desenvolvendo a consciência moral e educação pró-social. Relativamente ao meio desportivo, assinámos protocolo com o Grupo Desportivo Águias de Camarate, onde desenvolvemos um projeto comunitário.

Quais as mais-valias da sua aplicação em contexto escolar e desportivo?

As crianças passam grande parte da sua vida na escola, sendo a porta de entrada para a sociedade. As desigualdades individuais revelam-se aqui com forte intensidade, sendo urgente criar um ambiente escolar propício para o nivelamento das circunstâncias que fazem da diferença pessoal uma razão para o impedimento de inter-relações saudáveis. No desporto infantil, é também o momento perfeito para colocar em prática transformações de consciência.

O bullying é um problema muito evidente nas relações entre jovens. Como podem os pais identificar nos seus filhos sinais de que algo se passa e que está a ser vítima de abusos?

O período escolar tem grande importância no processo de desenvolvimento e socialização das crianças. Grande parte das suas necessidades cognitivas, emocionais e relacionais encontram na escola o meio para as satisfazer. Os pais devem estar atentos a todas as mudanças de comportamento e humor, priorizando conhecer todas as interações sociais.

O trabalho de acompanhamento psicológico não deve ser interrompido. Assim, como se adaptaram ao contexto pandémico que se viveu no último ano?

Toda a equipa esteve presente, para que a adaptação ao contexto pandémico fosse sentida de uma forma mais tranquila. Tornou-se evidente a necessidade de uma aproximação diferenciada aos nossos pacientes, decidindo pela continuação do acompanhamento e partilha, tendo por base as orientações governamentais e da OPP.

A saúde mental é vista por muitos como o problema central da saúde nos próximos anos. Compartilha desta opinião?

Sim, claro. Novos desafios se colocam; é necessário desenvolver dinâmicas e conceitos, com foco na prevenção, que contribuam para formar pessoas capazes de participar ativamente na sociedade e enfrentar, com possibilidades reais de êxito, as inevitáveis dificuldades da vida.

Como antecipa o futuro da Vomap, no que respeita ao alargamento dos serviços prestados?

A Vomap cresce continuamente. Tendo como prioridade a Responsabilidade Social, criámos a Vértices-Associação para o Desenvolvimento Humano, inteiramente financiada nos seus primeiros três anos de vida por mim e pela Vomap. Neste momento, ajudamos a associação na candidatura a IPSS, com os mesmos valores e filosofia, atuando no âmbito da Psicologia, alargando este ano à Psicologia Comunitária.

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