Sete em cada 10 créditos habitação novos são com taxa mista. Os bancos dão, atualmente, alternativas nesta versão de taxa mais baratas e acessíveis, pelo que os portugueses começaram a optar pela garantia de maior estabilidade prestacional, durante pelo menos parte do tempo do empréstimo. No entanto, como caracteriza atualmente a realidade do crédito habitação em Portugal?
Acredito que esta atuação da Banca, inteligente na minha visão, permite com que se continue a fazer financiamentos. O crédito habitação é um produto muito rentável e isso permite-lhe, desta forma, continuar a ter
procura. Até porque no ano passado houve efetivamente uma quebra, tanto da procura – face ao aumento das taxas, e considerando a incerteza que deixava nos clientes, como nas instituições que reformularam os produtos de oferta.
Há soluções para jovens verdadeiramente interessantes?
Nos dias de hoje, sim, temos ofertas que permitem aos jovens terem opções que lhes dão confiança no seu início de vida e que permitem a concretização de um sonho.
Em que casos é mais interessante para o cliente a aplicação da taxa mista?
Se estivermos a falar de taxas mistas de prazo curto até cinco anos, com valores como temos atualmente de 2,90%, é um produto interessante para aplicar, independentemente dos casos.
Como se comportará o mercado durante o resto do ano? É expectável nova oscilação das taxas EURIBOR, nos vários prazos?
Estamos já a assistir a reduções, mesmo que residuais no valor das taxas diretoras. E, até final deste ano, é expectável que haja pelo menos mais uma revisão em baixa, sendo o ideal duas revisões.
Que impacto teve esta subida das taxas de juro na procura, por parte dos clientes com crédito habitação, de soluções que os ajudassem a reduzir ou a estabilizar o valor da prestação mensal?
Houve uma procura real de novas propostas, sobretudo soluções que levassem a redução nos encargos mensais, podendo implicar a reorganização do produto em causa.
A FinanceDeal já conseguiu encontrar melhores soluções de crédito habitação para clientes que já tinham contratualizado um crédito e que, entretanto, viram a taxa EURIBOR subir?
Sim, já o fizemos com vários clientes, e alguns conseguiram poupanças muito significativas, face aos encargos anteriores. É uma preocupação nossa, perceber que aquando da contratação de uma transferência com
incremento ou não, os clientes fiquem confortáveis e mesmo que possa haver uma alteração de taxa, como já assistimos, desde que não haja perda de rendimentos, os clientes conseguem ter qualidade de vida e cumprir com as suas responsabilidades. Nós não nos ficamos por uma opção meramente comercial, até porque todos estes negócios começam e acabam em pessoas. Temos como preocupação genuína que os nossos clientes fiquem
bem, pois desta forma irão certamente procurar-nos no futuro e até recomendar os nossos serviços. E isso é a prova que fizemos um trabalho bem feito.
Como analisa o momento financeiro que o país e a população atravessam? É um bom momento para reanalisar a sua condição financeira e fazer um estudo de mercado relativamente à existência de novas hipóteses de crédito habitação?
Os portugueses têm ainda muitos hábitos de consumo e com a subida das taxas viram o seu cumprimento com o serviço da dívida muito comprometido. Acredito que, em muitos casos, esse estudo possa ajudar no momento, e talvez até na longevidade dos contratos à poupança, bem como a uma melhor situação financeira do agregado familiar.